30a
‘Revelação dos Papas’
(Obra Mediúnica)
- Comunicações d’Além Túmulo -
Publicada sob os auspícios da
União Espírita Suburbana
Rua Dias da Cruz 177, Méier
Officinas Graphicas d’A
Noite
Rua
do Carmo, 29
1918
SALOMÃO, o filho de Israel
O médium vê apenas o rosto do espírito, que é homem claro, de cabelos
pretos, e barba da mesma cor.
Tem na cabeça alguma coisa semelhante a uma coroa ou diadema, que a
vidente,
não pode distinguir bem, devido
à grande irradiação luminosa.
A luz que circunda o espírito é
azulada, brilhantíssima, contornada de focos verdes.
_________________________
Saúdo-vos, meus amigos e irmãos muito
queridos, em nome de Jesus.
Venho no cumprimento de uma ordem
superior, no desempenho de uma missão divina junto a vós.
Fui incumbido de vir aqui, neste
momento difícil e amargurado para a humanidade terrena, oferecer aos homens um
bocado de conforto, dar-lhes algumas esperanças de paz e salvação, consolá-los,
encorajá-los, falar-lhes em nome do Altíssimo, que me enviou à Terra para dizer
lhes o que ainda ignoram, mostrar lhes a verdade, mas uma verdade que jamais
ouviram aqui na Terra, que jamais saiu dos lábios dos encarnados que tem
procurado orientar os homens no caminho da felicidade e da salvação.
Deus, meus amigos, meus caros e
diletos irmãos, está com as vistas voltadas para o vosso planeta, tem o olhar
misericordioso pousado na Terra, derramando sobre a humanidade que habita esse
mundo, todas as ternuras, todos os carinhos, toda a bondade e infinita
misericórdia.
A Terra está na derradeira fase da
sua vida de mundo material de provações inferiores e vai iniciar a primeira
fase da sua vida de mundo de provações superiores. Os vossos dias na superfície
deste planeta atrasado, estacionário, serão agitados por grandes comoções,
abalados por muitas revoluções, crises, conflitos, lutas e combates
encarniçados. Todas as vossas instituições serão remodeladas, os vossos
costumes modificados, as vossas leis substituídas, as vossas ciências
orientadas, inspiradas em outros princípios, apoiadas em bases mais sólidas e
duradouras.
Os vossos sistemas, as vossas
doutrinas, as vossas teorias e as vossas escolas filosóficas sofrerão grande
transformação sendo eliminado tudo que é pernicioso, imprestável, indigno,
abjeto, falso e absurdo. Nada do que tendes feito ficará de pé, nada do que
tendes construído resistirá ao ciclone que varrerá a Terra de um a outro
extremo.
São grandes as vossas culpas,
colossais as responsabilidades que assumistes perante Deus, que nesta hora vos
chama a contas e perante quem respondereis por todos os vossos delitos, pelos
grandes e monstruosos crimes que praticais. O momento é, pois, extraordinário;
a hora suprema chegou para o planeta onde habitais. Ides receber o que mereceis
pelos erros e faltas que cometestes, supondo jamais vos pedissem contas pelas
extravagancias, loucuras, desatinos, tropelias e violências praticadas. Chegou
o momento da vossa condenação, soou a justiça, o dia do juízo final, em que
ides apresentar-vos diante do Supremo Juiz, que vos pedirá contas pelas
injúrias, ofensas, desacatos, insultos e blasfêmias que viestes proferindo
contra a Infinita Sabedoria, contra a Infinita Misericórdia e o Infinito Amor.
Chegou o dia do julgamento das vossas culpas; ides comparecer à barra do Grande
Tribunal, perante o qual respondereis pelos atentados, violações, sacrilégios e
profanações praticados por todos vós que habitais este planeta.
Tendes o pé no degrau do patíbulo
onde recebereis o castigo da vossa incredulidade, do ceticismo a que vos
apagaste, do materialismo que vos coroe como o cancro que destrói os tecidos,
devora a vossa carne e envenena o sangue que circula nas vossas artérias. Ides
pagar a dívida imensa que contraíste com o vosso Pai, que, apesar de tudo, se
mostrará de uma brandura e misericórdia infinitas ao julgar as vossas misérias,
ao compulsar os delitos e as infâmias dos homens.
Tendes, meus amigos, o braço ao
pescoço, aguardais apenas o momento em que ele vos estrangulará. Viveis com os
pés sobre o braseiro imenso que há de queimá-lo, carboniza-lo, para apagar os
vestígios que conservam dos lugares imundos por onde passastes em demanda do
caminho da desgraça e da ruína e ao qual chegastes feridos, famintos, exaustos
e ensanguentados.
Soou a hora em que apareceis
curvados, humilhados, arrependidos perante o tribunal de Deus e da nossa
própria consciência.
A Terra tem que sofrer todos esses
abalos, suportar todas essas convulsões, porque os homens nada fizeram que não
fosse cavar a sua ruína e a sua desgraça, comprometer o seu futuro, sacrificar
a sua felicidade! Nada, nada fizeram os homens para se aproximar da verdade e
de Deus; tudo procuraram apagar, destruir, tendo apenas em vista o gozo
material, a satisfação dos desejos criminosos e de desfrutar as delícias de um
vida artificial, vida de misérias e abjeções, de desregramento e abusos, de
nojentas e condenáveis sensualidades, de aberrações e monstruosidades, atrocidades,
pérfidas falsidades, egoísmo, ambição, avareza, ganância e indiferentismo por
tudo o que é puro, desinteressado e honesto; viveram uma vida animal, guiados
pelos instintos, mergulhados nos prazeres, confundidos com os irracionais,
nivelados às feras, emparelhados com os tigres e as hienas, de parceria com os
répteis venenosos, em companhia das
serpentes e dos monstros que habitam as florestas!
Vai a Terra sofrer toda essa
calamidade porque o homem entendeu de repudiar o seu Deus, negar os
ensinamentos do Seu Filho, cumprir as Suas ordens, submeter-se à Sua vontade,
caminhar de acordo com os ensinamentos e lições que recebeu de Jesus. Padece a
humanidade nesta hora por se ter desviado do verdadeiro caminho que lhe fora
traçado pelos grandes patriarcas. Fugiu a criatura da rota que devia conduzi-la
à glória e à felicidade. Perdeu-se o homem no caminho, por haver apagado a luz
que encontrara acesa e ali colocada pelos antigos pastores dos sagrados
rebanhos. Cerrou os olhos à luz do sol que outrora guiou as gerações através
dos tempos, teimando em continuar o rumo falso, errado que adaptou e que
fatalmente havia de leva-lo à desgraça e à miséria a que chegou.
-continua-
30b
‘Revelação dos Papas’
(Obra Mediúnica)
- Comunicações d’Além Túmulo -
Publicada sob os auspícios da
União Espírita Suburbana
Rua Dias da Cruz 177, Méier
Officinas Graphicas d’A
Noite
Rua
do Carmo, 29
1918
-continuação-
SALOMÃO, o filho de Israel
O homem nunca poderá queixar-se de Deus,
acusar o Criador, culpar Aquele que é a infinita sabedoria, a infinita
misericórdia e o infinito amor, pelas desgraças que o afligem e hão de
afligi-lo ainda. Não terá razão o homem se lançar sobre a Eterna Justiça a
responsabilidade da imensa catástrofe que convulsiona o mundo. Será injusta a
criatura se maldisser da Divina Providência, culpando-a das suas desgraças e
misérias. Somente de si e de mais ninguém deve queixar-se o homem; única e
exclusivamente à sua vaidade e desmesurado orgulho, à sua falsa e tola
sabedoria, deve a humanidade imputar a paternidade de todos os flagelos, dores,
lágrimas, desesperos e aflições que a assoberbam nesta hora de sangue que
atravessa o mundo.
São os próprios homens os
fomentadores das desordens e perturbações que neste instante abalam o planeta.
Têm os homens sobre os ombros toda a
responsabilidade da decadência, atraso e estacionamento do mundo que habitam.
Sofrem as consequências da falta de
fé e amor ao seu Deus e confiança no seu Jesus. Sucumbem os homens ao peso das
suas misérias, esmagados pelas próprias ambições, vencidos pela sua desídia,
desmazelo, incúria, impaciência, desobediência a todos os conselhos, lições e
ensinamentos até hoje recebidos do Alto, trazidos pelos espíritos incumbidos de
encaminhar a humanidade para o bem e para a felicidade.
Estão pagando pelo que fizeram, estão
sofrendo o peso das suas iniquidades, injustiças, ignominias, ferocidades e
abjeções. Choram nesta hora as suas misérias, lamentam-se de haver chegado ao
extremo da desgraça e da covardia moral.
Arruinaram-se por si mesmo,
condenaram-se pela própria boca, afiaram com as suas mãos a espada que lhes vai
decepar a cabeça, varar lhes o coração!
Está a humanidade à beira do abismo
que a vai devorar; está o homem terreno prestes a ser destruído com as armas
que ele mesmo preparou, a ser trucidado com as próprias mãos; acha-se a
criatura no auge da angústia e do desespero!
Mas tudo foi por ela preparado, organizado.
Nada mais lhe resta agora senão resignar-se à Vontade Eterna, entregar a cabeça
ao cutelo, o corpo à fogueira que o vai reduzir a cinzas e transformar no pó de
onde saiu.
Venho, pois, anunciar-vos tudo quanto
ficou dito e que, de certo, porá em sobressalto os vossos corações, fará
vacilar o vosso espírito, desassossegará a vossa alma. Mas, não é somente o que
vos assusta e faz tremer que venho anunciar, não; trago também minhas
consolações, venho suavizar, tranquilizar, serenar os ânimos, aplacar as ânsias,
aquietar os corações, apaziguar os espíritos; venho semear esperanças, espalhar
por toda a parte a confiança em Deus, a fé nos ensinamentos de Jesus. Venho
anunciar melhores dias, o início de uma Era Nova, o advento do amor, o renascimento
da moral, o despontar da justiça, o alvorecer da verdade, consubstanciada nos
ensinamentos de Jesus, proclamada pelo Espiritismo e confirmada pelos espíritos
eleitos empenhados em restabelecer o reinado da fé, fazer triunfar a justiça e
consolidar os puros ensinamentos contidos no Evangelho.
Venho, desse modo, anunciar-vos as
doçuras da paz, os encantos e as consolações da fé, as delícias da moral, o
conforto da justiça, os sublimes transportes do amor fraternal, as gratas e
ternas aspirações da solidariedade humana! Apareço entre vós, depois de longa
ausência, para dizer-vos que muitas alegrias vos esperam após o imenso
sacrifício que estais fazendo, ao terminar o sangrento e doloroso período que a
humanidade atravessa.
Anuncio-vos ainda a presença na
superfície da Terra de grandes e devotados espíritos, que, dentro em breve, aí
estarão entre vós para se empenhar na obra grandiosa, formidável, da
remodelação do mundo. Proclamo também daqui a presença de Jesus entre vós, a
vitória da sua doutrina, o reinado do Espiritismo.
Deus, meus amigos, quer dar-vos um
mundo superior e, por isso, vai substituir a humanidade que habita a Terra
neste momento por outra melhor. Os homens que aí estão irão habitar outro
planeta até que se faça a remodelação, voltando depois à Terra para receber a
luz que não querem agora aceitar; encontrarão o ambiente já preparado pelos
espíritos organizadores, ao lado dos quais aprenderão a amar a Deus, respeitar
as Suas leis, acatar os Seus desígnios, praticar o bem, amando o seu próximo
como a si mesmo, preferindo a verdade ao erro e a mentira, trilhando o caminho
da justiça, do amor e da fé. Voltarão os homens, isto é, os espíritos que aí se
acham encarnados, para aprender junto aos bons, puros e angélicos espíritos que
vem habitar a Terra, a se sacrificar pelo bem e pela virtude, a viver a vida
moral, afetiva e desinteressada dos mundos espirituais adiantados, dos mundos
de provações superiores.
Venho, como vedes, trazer, juntamente
com as notícias dos sofrimentos e dores que haveis de passar, a grande nova da
vossa regeneração, da vossa felicidade e da salvação que vos espera após o
grande sacrifício! Esperai, portanto, a hora feliz, aguardai o momento ditoso,
sublime em que ides desfrutar a paz e o sossego à sombra da grande cúpula que
está sendo alicerçada com o vosso sangue e as vossas lágrimas. Não está longe
esse dia, não tardará muito essa hora; não esperareis muito tempo a vinda de
Jesus e o advento do Espiritismo.
Jesus se apresentará na Terra ao
vosso lado, conduzirá a luminosa legião dos espíritos que estão baixando para
tomar parte na grande obra reconstrutora, ensinará novamente aos homens os
princípios da moral sublime que pregou há 20 séculos e que violaste com os vossos
excessos, as vossas impudicícias e podridões; que desrespeitastes com as vossas
insolências cientificas, as vossas insensatas afirmações contrárias à
existência de um Deus e de uma vida melhor do que essa que ides vivendo, cheia
de dores, lágrimas e aflições, desesperos e tristezas, humilhações e
escândalos, infâmias e vilanias, desordens e abusos inqualificáveis.
Deus esteve, está e estará sempre
convosco - estou autorizado a garantir-vos; Jesus esteve, está e estará para
todo o sempre ao vosso lado, pairando sobre o mundo para guiar os passos da
humanidade no caminho do aperfeiçoamento, da regeneração, da luz e da
felicidade eterna!
Salomão acompanhará Jesus e ao seu
lado, humildemente, vos auxiliará também, concorrendo para a vossa felicidade e
salvação.
Adeus!
SALOMÃO, o filho de Israel
Abril de 1916
Informações complementares
Salomão foi o terceiro rei de Israel; décimo filho
de David e o segundo de Bethseba. Nasceu
em Jerusalém.
Num
sonho, pediu a Deus que lhe desse sabedoria, recebendo então a promessa de
abundantes bênçãos.
A
sua sabedoria, a sua piedade, o esplendor do seu palácio e a extensão do seu
reino, espalharam a sua fama por toda parte.
Salomão
teve domínio sobre todos os povos, desde o Eufrates até ao Nilo. E de tal
maneira ele protegeu o comércio, que a Palestina se tornou rica, abundante,
especialmente em artigos de luxo. Porém, essa prosperidade e a riqueza pessoal
de Salomão degenerou em voluptuosidade; a moral e a religião decaíram muito.
Reinou
durante quarenta anos, sendo sepultado na "cidade de David" (Jerusalém).
São-lhe
atribuídos os Provérbios, o Eclesiastes e Cânticos, que constam do Velho Testamento.
Jesus
fez alusões à sabedoria de Salomão e à magnificência com que ele vivia.
página 71 do livro ‘Emissários da Luz e da Verdade’
1ª Edição 1959 Ed. Divino Mestre
- R RJ
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