sexta-feira, 12 de julho de 2013

30. 'Revelação dos Papas' - Salomão

30a

‘Revelação dos Papas’
(Obra Mediúnica)

- Comunicações d’Além Túmulo -


Publicada sob os auspícios da
União Espírita Suburbana
Rua Dias da Cruz 177, Méier

Officinas Graphicas d’A Noite
Rua do Carmo, 29
1918

                           SALOMÃO, o filho de Israel

O médium vê apenas o rosto do espírito, que é homem claro, de cabelos pretos, e barba da mesma cor.
Tem na cabeça alguma coisa semelhante a uma coroa ou diadema, que a vidente,
 não pode distinguir bem, devido à grande irradiação luminosa.
 A luz que circunda o espírito é azulada, brilhantíssima, contornada de focos verdes.

_________________________
         
          Saúdo-vos, meus amigos e irmãos muito queridos, em nome de Jesus.
       
            Venho no cumprimento de uma ordem superior, no desempenho de uma missão divina junto a vós.

          Fui incumbido de vir aqui, neste momento difícil e amargurado para a humanidade terrena, oferecer aos homens um bocado de conforto, dar-lhes algumas esperanças de paz e salvação, consolá-los, encorajá-los, falar-lhes em nome do Altíssimo, que me enviou à Terra para dizer lhes o que ainda ignoram, mostrar lhes a verdade, mas uma verdade que jamais ouviram aqui na Terra, que jamais saiu dos lábios dos encarnados que tem procurado orientar os homens no caminho da felicidade e da salvação.

          Deus, meus amigos, meus caros e diletos irmãos, está com as vistas voltadas para o vosso planeta, tem o olhar misericordioso pousado na Terra, derramando sobre a humanidade que habita esse mundo, todas as ternuras, todos os carinhos, toda a bondade e infinita misericórdia.

          A Terra está na derradeira fase da sua vida de mundo material de provações inferiores e vai iniciar a primeira fase da sua vida de mundo de provações superiores. Os vossos dias na superfície deste planeta atrasado, estacionário, serão agitados por grandes comoções, abalados por muitas revoluções, crises, conflitos, lutas e combates encarniçados. Todas as vossas instituições serão remodeladas, os vossos costumes modificados, as vossas leis substituídas, as vossas ciências orientadas, inspiradas em outros princípios, apoiadas em bases mais sólidas e duradouras.

          Os vossos sistemas, as vossas doutrinas, as vossas teorias e as vossas escolas filosóficas sofrerão grande transformação sendo eliminado tudo que é pernicioso, imprestável, indigno, abjeto, falso e absurdo. Nada do que tendes feito ficará de pé, nada do que tendes construído resistirá ao ciclone que varrerá a Terra de um a outro extremo.

          São grandes as vossas culpas, colossais as responsabilidades que assumistes perante Deus, que nesta hora vos chama a contas e perante quem respondereis por todos os vossos delitos, pelos grandes e monstruosos crimes que praticais. O momento é, pois, extraordinário; a hora suprema chegou para o planeta onde habitais. Ides receber o que mereceis pelos erros e faltas que cometestes, supondo jamais vos pedissem contas pelas extravagancias, loucuras, desatinos, tropelias e violências praticadas. Chegou o momento da vossa condenação, soou a justiça, o dia do juízo final, em que ides apresentar-vos diante do Supremo Juiz, que vos pedirá contas pelas injúrias, ofensas, desacatos, insultos e blasfêmias que viestes proferindo contra a Infinita Sabedoria, contra a Infinita Misericórdia e o Infinito Amor. Chegou o dia do julgamento das vossas culpas; ides comparecer à barra do Grande Tribunal, perante o qual respondereis pelos atentados, violações, sacrilégios e profanações praticados por todos vós que habitais este planeta.

           Tendes o pé no degrau do patíbulo onde recebereis o castigo da vossa incredulidade, do ceticismo a que vos apagaste, do materialismo que vos coroe como o cancro que destrói os tecidos, devora a vossa carne e envenena o sangue que circula nas vossas artérias. Ides pagar a dívida imensa que contraíste com o vosso Pai, que, apesar de tudo, se mostrará de uma brandura e misericórdia infinitas ao julgar as vossas misérias, ao compulsar os delitos e as infâmias dos homens.

          Tendes, meus amigos, o braço ao pescoço, aguardais apenas o momento em que ele vos estrangulará. Viveis com os pés sobre o braseiro imenso que há de queimá-lo, carboniza-lo, para apagar os vestígios que conservam dos lugares imundos por onde passastes em demanda do caminho da desgraça e da ruína e ao qual chegastes feridos, famintos, exaustos e ensanguentados.

          Soou a hora em que apareceis curvados, humilhados, arrependidos perante o tribunal de Deus e da nossa própria consciência.

          A Terra tem que sofrer todos esses abalos, suportar todas essas convulsões, porque os homens nada fizeram que não fosse cavar a sua ruína e a sua desgraça, comprometer o seu futuro, sacrificar a sua felicidade! Nada, nada fizeram os homens para se aproximar da verdade e de Deus; tudo procuraram apagar, destruir, tendo apenas em vista o gozo material, a satisfação dos desejos criminosos e de desfrutar as delícias de um vida artificial, vida de misérias e abjeções, de desregramento e abusos, de nojentas e condenáveis sensualidades, de aberrações e monstruosidades, atrocidades, pérfidas falsidades, egoísmo, ambição, avareza, ganância e indiferentismo por tudo o que é puro, desinteressado e honesto; viveram uma vida animal, guiados pelos instintos, mergulhados nos prazeres, confundidos com os irracionais, nivelados às feras, emparelhados com os tigres e as hienas, de parceria com os répteis  venenosos, em companhia das serpentes e dos monstros que habitam as florestas!

           Vai a Terra sofrer toda essa calamidade porque o homem entendeu de repudiar o seu Deus, negar os ensinamentos do Seu Filho, cumprir as Suas ordens, submeter-se à Sua vontade, caminhar de acordo com os ensinamentos e lições que recebeu de Jesus. Padece a humanidade nesta hora por se ter desviado do verdadeiro caminho que lhe fora traçado pelos grandes patriarcas. Fugiu a criatura da rota que devia conduzi-la à glória e à felicidade. Perdeu-se o homem no caminho, por haver apagado a luz que encontrara acesa e ali colocada pelos antigos pastores dos sagrados rebanhos. Cerrou os olhos à luz do sol que outrora guiou as gerações através dos tempos, teimando em continuar o rumo falso, errado que adaptou e que fatalmente havia de leva-lo à desgraça e à miséria a que chegou.

-continua-




30b

‘Revelação dos Papas’
(Obra Mediúnica)

- Comunicações d’Além Túmulo -


Publicada sob os auspícios da
União Espírita Suburbana
Rua Dias da Cruz 177, Méier

Officinas Graphicas d’A Noite
Rua do Carmo, 29
1918

-continuação-

                           SALOMÃO, o filho de Israel
          O homem nunca poderá queixar-se de Deus, acusar o Criador, culpar Aquele que é a infinita sabedoria, a infinita misericórdia e o infinito amor, pelas desgraças que o afligem e hão de afligi-lo ainda. Não terá razão o homem se lançar sobre a Eterna Justiça a responsabilidade da imensa catástrofe que convulsiona o mundo. Será injusta a criatura se maldisser da Divina Providência, culpando-a das suas desgraças e misérias. Somente de si e de mais ninguém deve queixar-se o homem; única e exclusivamente à sua vaidade e desmesurado orgulho, à sua falsa e tola sabedoria, deve a humanidade imputar a paternidade de todos os flagelos, dores, lágrimas, desesperos e aflições que a assoberbam nesta hora de sangue que atravessa o mundo.

          São os próprios homens os fomentadores das desordens e perturbações que neste instante abalam o planeta.

          Têm os homens sobre os ombros toda a responsabilidade da decadência, atraso e estacionamento do mundo que habitam.

          Sofrem as consequências da falta de fé e amor ao seu Deus e confiança no seu Jesus. Sucumbem os homens ao peso das suas misérias, esmagados pelas próprias ambições, vencidos pela sua desídia, desmazelo, incúria, impaciência, desobediência a todos os conselhos, lições e ensinamentos até hoje recebidos do Alto, trazidos pelos espíritos incumbidos de encaminhar a humanidade para o bem e para a felicidade.

          Estão pagando pelo que fizeram, estão sofrendo o peso das suas iniquidades, injustiças, ignominias, ferocidades e abjeções. Choram nesta hora as suas misérias, lamentam-se de haver chegado ao extremo da desgraça e da covardia moral.

          Arruinaram-se por si mesmo, condenaram-se pela própria boca, afiaram com as suas mãos a espada que lhes vai decepar a cabeça, varar lhes o coração!

           Está a humanidade à beira do abismo que a vai devorar; está o homem terreno prestes a ser destruído com as armas que ele mesmo preparou, a ser trucidado com as próprias mãos; acha-se a criatura no auge da angústia e do desespero!

          Mas tudo foi por ela preparado, organizado. Nada mais lhe resta agora senão resignar-se à Vontade Eterna, entregar a cabeça ao cutelo, o corpo à fogueira que o vai reduzir a cinzas e transformar no pó de onde saiu.

         Venho, pois, anunciar-vos tudo quanto ficou dito e que, de certo, porá em sobressalto os vossos corações, fará vacilar o vosso espírito, desassossegará a vossa alma. Mas, não é somente o que vos assusta e faz tremer que venho anunciar, não; trago também minhas consolações, venho suavizar, tranquilizar, serenar os ânimos, aplacar as ânsias, aquietar os corações, apaziguar os espíritos; venho semear esperanças, espalhar por toda a parte a confiança em Deus, a fé nos ensinamentos de Jesus. Venho anunciar melhores dias, o início de uma Era Nova, o advento do amor, o renascimento da moral, o despontar da justiça, o alvorecer da verdade, consubstanciada nos ensinamentos de Jesus, proclamada pelo Espiritismo e confirmada pelos espíritos eleitos empenhados em restabelecer o reinado da fé, fazer triunfar a justiça e consolidar os puros ensinamentos contidos no Evangelho.
        
            Venho, desse modo, anunciar-vos as doçuras da paz, os encantos e as consolações da fé, as delícias da moral, o conforto da justiça, os sublimes transportes do amor fraternal, as gratas e ternas aspirações da solidariedade humana! Apareço entre vós, depois de longa ausência, para dizer-vos que muitas alegrias vos esperam após o imenso sacrifício que estais fazendo, ao terminar o sangrento e doloroso período que a humanidade atravessa.

          Anuncio-vos ainda a presença na superfície da Terra de grandes e devotados espíritos, que, dentro em breve, aí estarão entre vós para se empenhar na obra grandiosa, formidável, da remodelação do mundo. Proclamo também daqui a presença de Jesus entre vós, a vitória da sua doutrina, o reinado do Espiritismo.

          Deus, meus amigos, quer dar-vos um mundo superior e, por isso, vai substituir a humanidade que habita a Terra neste momento por outra melhor. Os homens que aí estão irão habitar outro planeta até que se faça a remodelação, voltando depois à Terra para receber a luz que não querem agora aceitar; encontrarão o ambiente já preparado pelos espíritos organizadores, ao lado dos quais aprenderão a amar a Deus, respeitar as Suas leis, acatar os Seus desígnios, praticar o bem, amando o seu próximo como a si mesmo, preferindo a verdade ao erro e a mentira, trilhando o caminho da justiça, do amor e da fé. Voltarão os homens, isto é, os espíritos que aí se acham encarnados, para aprender junto aos bons, puros e angélicos espíritos que vem habitar a Terra, a se sacrificar pelo bem e pela virtude, a viver a vida moral, afetiva e desinteressada dos mundos espirituais adiantados, dos mundos de provações superiores.

          Venho, como vedes, trazer, juntamente com as notícias dos sofrimentos e dores que haveis de passar, a grande nova da vossa regeneração, da vossa felicidade e da salvação que vos espera após o grande sacrifício! Esperai, portanto, a hora feliz, aguardai o momento ditoso, sublime em que ides desfrutar a paz e o sossego à sombra da grande cúpula que está sendo alicerçada com o vosso sangue e as vossas lágrimas. Não está longe esse dia, não tardará muito essa hora; não esperareis muito tempo a vinda de Jesus e o advento do Espiritismo.

          Jesus se apresentará na Terra ao vosso lado, conduzirá a luminosa legião dos espíritos que estão baixando para tomar parte na grande obra reconstrutora, ensinará novamente aos homens os princípios da moral sublime que pregou há 20 séculos e que violaste com os vossos excessos, as vossas impudicícias e podridões; que desrespeitastes com as vossas insolências cientificas, as vossas insensatas afirmações contrárias à existência de um Deus e de uma vida melhor do que essa que ides vivendo, cheia de dores, lágrimas e aflições, desesperos e tristezas, humilhações e escândalos, infâmias e vilanias, desordens e abusos inqualificáveis.

          Deus esteve, está e estará sempre convosco - estou autorizado a garantir-vos; Jesus esteve, está e estará para todo o sempre ao vosso lado, pairando sobre o mundo para guiar os passos da humanidade no caminho do aperfeiçoamento, da regeneração, da luz e da felicidade eterna!

          Salomão acompanhará Jesus e ao seu lado, humildemente, vos auxiliará também, concorrendo para a vossa felicidade e salvação.

          Adeus!
SALOMÃO, o filho de Israel
Abril de 1916

Informações complementares

            Salomão foi o terceiro rei de Israel; décimo filho de David e o segundo de Bethseba.  Nasceu em Jerusalém.
            Num sonho, pediu a Deus que lhe desse sabedoria, recebendo então a promessa de abundantes bênçãos.
            A sua sabedoria, a sua piedade, o esplendor do seu palácio e a extensão do seu reino, espalharam a sua fama por toda parte.
            Salomão teve domínio sobre todos os povos, desde o Eufrates até ao Nilo. E de tal maneira ele protegeu o comércio, que a Palestina se tornou rica, abundante, especialmente em artigos de luxo. Porém, essa prosperidade e a riqueza pessoal de Salomão degenerou em voluptuosidade; a moral e a religião decaíram muito.
            Reinou durante quarenta anos, sendo sepultado na "cidade de David" (Jerusalém).
            São-lhe atribuídos os Provérbios, o Eclesiastes e Cânticos, que constam do Velho Testamento.
            Jesus fez alusões à sabedoria de Salomão e à magnificência com que ele vivia.

página 71 do livro ‘Emissários da Luz e da Verdade’

1ª Edição 1959    Ed. Divino Mestre - R  RJ

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