sexta-feira, 26 de abril de 2013

6. 'Didaquê Espírita'




6
Didaquê Espírita

compilação e coordenação
  Carlos Lomba
Ed.FEB 1948

CAPÍTULO V       a/d


MORAL ESPÍRITA



112. Que definição se pode dar da moral?

            - É a sabedoria que nos faz distinguir o bem do mal, e viver-se uma vida limpa e pura.  A moral bem cultivada é o estado da mais perfeita saúde da alma.

113. Corno encontrar-se, entre os homens, o mais sublime modelo de perfeição moral,?

            - A inexcedível perfeição moral entre os homens, na Terra, foi Jesus. Imitá-Lo, é dever dos cristãos.

114 . O homem tem por si mesmo os meios de distinguir o bem do mal?

            - Sem dúvida que sim. Nunca poderá enganar-se se tiver sempre em lembrança este ensino de Jesus: “Nunca façais aos outros o que não quiserdes que se vos faça, e fazei-lhes tudo quanto quereríeis que vos fizessem.”

115. Quais os maiores inimigos do homem?

            - O homem, pelo seu orgulho, vaidade, ambição, egoísmo, inveja, sensualismo e ignorância, é o verdugo de si mesmo.

116. Quando somos mais culpados de uma falta?

            - Quando sabemos melhor o que fazemos. O mal, do mesmo modo que o bem, obra de tal forma que nem sempre se pode apreciar a extensão dos seus efeitos. Não é possível beneficiar ou prejudicar alguém, sem que geralmente se beneficie ou se prejudique a várias outras pessoas ao mesmo tempo.

117. Necessita DEUS ocupar-se de cada um dos nossos atos para nos recompensar ou castigar?

            - Não. DEUS tem leis imutáveis que regulam todas as nossas ações de uma só vez. 

118. Aquele que não faz o mal, mas que coparticipa dele pelo pensamento, é também culpado?

            - É como se o houvesse feito e por isso participa das suas consequências.

119. O desejo do mal é tão repreensível como o próprio mal?

            - Conforme: há virtude- em resistir voluntariamente ao mal, cujo desejo se sente, e sobretudo quando há possibilidade de realizá-lo . É, porém, condenável o desejo do mal quando se deixa de executá-lo unicamente por falta de ocasião.

120. É bastante deixarmos de fazer o mal para assegurarmos a nossa felicidade futura?

            - Para assegurar a felicidade futura é necessário fazer-se todo o bem que for possível, pois o homem é responsável não só pelo mal que houver feito, mas igualmente pelo bem que, podendo fazer, não o fez!"

121. Haverá pessoas que não possam fazer o bem?

            - Todos podem fazer o bem, e somente ao egoísta falta ocasião para o praticar. Fazer o bem não é somente dar dinheiro, mas nos fazermos úteis de qualquer forma e em quaisquer condições, visando a lei do amor e da caridade.

122. Haverá diferentes graus no mérito do bem?
            - O mérito está no sacrifício e deixa de existir quando o bem nada custa ou é feito sem trabalho. Tem mais mérito o pobre que dá metade do seu pão, do que o rico que dá o supérfluo.  Jesus assim o demonstrou quando se referiu à esmola da viúva.

123. Toda a Lei Divina está contida na máxima do amor ao próximo, ensinada por JESUS?

            - Sim. Ela encerra todos os deveres dos homens, entre si mesmos.

124. O trabalho é uma lei de DEUS?

            - Indubitavelmente, pois que é ele uma necessidade para as nossas almas, em particular, e para as coletividades, em geral.

125. Devemos considerar como trabalho somente as ocupações materiais?

            - Toda ocupação útil é trabalho. O Espírito também trabalha.

126. Para que foi imposto ao homem o trabalho?

            - O trabalho é o meio de aperfeiçoar e iluminar a inteligência, e com ele o homem assegura seu progresso, bem-estar e felicidade. Se não fora o trabalho, jamais sairíamos da nossa infância intelectual.

127. Nos mundos mais adiantados o homem está submetido à mesma necessidade do trabalho?

            - Nada permanece inativo e inútil, pois a ociosidade seria um suplício, antes que um benefício.

128. Quem possui fortuna suficiente para assegurar a sua existência, na Terra, está livre do trabalho?

            - Do trabalho material, sim, porém não da obrigação de se fazer útil, segundo os seus recursos, ou de aperfeiçoar sua inteligência e a dos outros. Tudo isso oferece trabalho e tanto maior é esse dever quanto mais recursos e tempo se tiver.

129. Que devemos pensar dos que abusam da sua autoridade para impor aos seus infreriores um trabalho excessivo?

            - É uma ação má, condenável, pois que infringe a lei de DEUS.

130. O homem tem direito ao descanso, na sua velhice?

            - Sim, pois que cada um está apenas obrigado até onde chegam as suas forças.

131. Que recurso tem o ancião que precisa trabalhar para viver e não pode fazê-lo?

            - O forte deve sempre trabalhar para o que estiver fraco, e, na falta da família, a sociedade deve socorrê-lo. Esta é a lei da caridade.

132. O matrimônio, isto é, a união permanente de dois seres é contrária à lei natural?

            - O matrimônio representa um grande progresso da sociedade.

133. Qual é mais conforme com a lei natural, a monogamia ou a poligamia?

            - A monogamia, sem dúvida, porque o matrimônio deve ser fundado no mais puro e nobre afeto entre os seres que se unem. Na poligamia não há afeto real, mas a predominância da amoralidade, a serviço dos mais inferiores instintos do homem, razão por que ela tende a desaparecer pouco a pouco da face da Terra.

134. O celibato voluntário é meritório?

            - Não; os que vivem assim, por egoísmo ou força de convenções, não praticam a vida normal e fogem às exigências da moralidade.

135. A vida de mortificações ascéticas tem algum mérito?

            - Não, pois que não aproveita a ninguém; se aproveitar a quem a pratica e se impedir de fazer o bem a outrem, ela é ainda uma das formas do egoísmo...

136. Quando a reclusão e as privações penosas têm por objetivo uma expiação, há nelas algum mérito?

            - A melhor expiação é resgatar o mal com todo o bem que se puder fazer.

137. Há privações voluntárias que sejam meritórias?

            - Sim, as dos prazeres materiais, porque nos desprendem da matéria e elevam nossa alma.

138. Que devemos pensar da mutilação do corpo do homem e dos animais?

            - Tudo quanto for inútil não terá mérito.  Para dominar a matéria terrestre, basta praticar a lei divina, que é a Caridade.

139. É fundada na razão a abstenção de certos alimentos, prescrita a diversos povos?

            - Não, porque tudo o que não for em prejuízo da saúde, está permitido por DEUS.

140. É meritória a abstenção do alimento animal ou de qualquer outra espécie, quando a fazemos por expiação?

            - Sim, quando nos privamos deles em benefício de outrem.




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