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“O Cristianismo do Cristo
e o dos seus Vigários...”
Autor: Padre Alta (Doutor pela Sorbonne)
Tradução de Guillon Ribeiro
1921
Ed. Federação Espírita Brasileira
Direitos cedidos pela Editores Vigot Frères, Paris
Qual
essa Lei Divina? É a lei social de fraternidade absoluta, sob uma realeza
única, a de Deus. É a lei de verdadeira Religião, a religar todos os homens ao
Deus único, para os religar todos uns aos outros.
Por
isso, desde o começo do Livro, Moisés mata todo orgulho de raça e de dominação:
"Não digas - prescreve a Bíblia - não digas: Sou de raça real ou
aristocrática. Lembra-te de que também tu foste escravo no Egito, visto que
todos vós fostes escravos naqueles tempos e que da escravidão do Egito foi que
Deus vos tirou a todos para fazer de vós seus servidores (4)."
(4) Êxodo, XIII, 14
Por
todo o Oriente, na Caldeia como no Egito, na Pérsia como na Índia, o despotismo
real, apoiado no regime das Castas, substituíra a antiga Sinarquia (sistema filosófico-político onde a sociedade é governada por sábios e
não por políticos) e esse sistema inventado expressamente para
abafar a liberdade e a dignidade humanas por meio das satisfações bestiais, tal
êxito alcançara no seio da multidão grosseira, que os Hebreus, por mais de uma vez,
gemeram sob as provas da emigração e suplicaram a Moisés que os reconduzisse ao
país da escravidão, onde comiam e bebiam à vontade. "Quando sedebamus super ollas carnium" (5). Mas, o divino inspirado se manteve inflexível e durante quarenta anos
andou com os emigrados por um deserto, que houvera podido transpor num mês,
para dar tempo a que desaparecesse a geração atreita às ideias e os hábitos do
antigo regime e surgisse uma geração nova, imbuída de ideias e práticas
fraternistas, para formar Hebreus aptos a lutar, sem outro apoio além da
obstinação pessoal e da solidariedade religiosa, contra todos os inimigos e
todos os obstáculos.
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