quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

8. 'As Vidas Sucessivas'




8

‘As Vidas
Sucessivas’

por  Adauto de Oliveira Serra

 Livraria Editora da Federação Espírita Brasileira

1943



DE ROCHAS E OUTROS


            M. Pitres, magnetizando seus clientes por meio de passes e sugestão, conseguiu leva-los a um estado que ele denominou "ecmnésico", Nessas condições, o indivíduo retrocede no tempo, transporta-se a uma fase anterior a sua vida atual, descrevendo-a minuciosamente como se estivesse vivendo essa fase no momento. E prosseguindo na regressão da memória, o paciente vai como que "acordando recordações adormecidas, cada vez mais remotas, que desfilam ordenadamente, como fantasmas que se ergueram do túmulo, redivivos e concientes".

            Nessas experiências de regressão da memória, os indivíduos sonambulizados descrevem suas vidas pregressas, isto é, vidas anteriores à atual.

            Pierre Janet também realizou idênticas experiências, contando o caso de uma mulher que tinha o lado esquerdo encravado e retomava sensibilidade perfeita, reportando-se à idade de 10 anos, quando não sofria nada de anormal.

            O Coronel de Rochas aprofundando-se mais nessas experiências conseguiu, mediante passes longitudinais e transversais, transportar o paciente até a 3ª e 4ª existências anteriores.

            São conhecidas, também, as experimentações levadas a efeito por M. Flaurnoy, da Universidade de Genebra, com Helena Smith. Esta médium conseguiu reviver uma de suas encarnações passadas na Índia, reproduzindo fatos, hábitos, costumes orientais, informações históricas, e na própria língua oriental da época, tudo isso verificado posteriormente, exato e certo.

            Idêntica experiências foram realizadas coma mesma médium Helena Smith e o sábio Marconi, descrevendo ela a vida no planeta Marte.        

            Esses estranhos fenômenos, que os materialistas classificam de “ personificações sonambúlicas” ou romances subliminais, foram estudados com método, precaução, “rigor e probidade científica que ninguém jamais pôs em dúvida” – pelo Coronel de Rochas, a quem Maeterlinck, às páginas 166 de “A Morte”, chama de sábio que não procura senão a verdade objetiva.

            Diz ainda Maeterlinck em sua citada obra, que é, por sinal primorosa tradução do Dr. Cândido de Figueiredo, pág. 174, que o coronel de Rochas sempre renovou tais experiências, principalmente com a médium Maria Mayo, a qual foi retrocedendo, sucessivamente à mocidade, à adolescência e até os extremos limites da infância, para depois remontar ao século XVII, nos seus transportes!

            Para desfazer qualquer dúvida quanto a fraude ou sugestão, servindo-nos ainda do sábio autor de "Inteligência das flores" e "Vida das abelhas", obra citada, pág. 176:

             "Demais, eles tomam todas as precauções necessárias para que a simulação se torne muito difícil. Depois de terem feito que o "sensitivo" repasse o curso da sua vida, por passes transversais, obrigam-no a descer o mesmo curso, e desenrolam-se os mesmos acontecimentos em sentido inverso".

            Às pags. 182, continua Maeterlinck:

            "O coronel de Rochas afirma que ele e todos os outros que fizeram experiencias e se dedicaram a este estudo, têm evitado não só tudo que poderia levar o "sensitivo" por determinadas vias, mas procurando, muitas vezes em vão, desencaminha-lo, por sugestões diferentes".

            Para encerrar, citaremos mais o apêndice que faz o ilustre sábio belga, no livro citado, pág. 163, referindo-se às comunicações espíritas:

            "Para esgotar a questão da sobrevivência e das comunicações com os mortos, seria preciso falar das recentes investigações do Dr. Hyslop, feitas com o auxílio dos médiuns Smead e Chenoweth (comunicações com Wiliam James). Seria também preciso mencionar o famoso gabinete de Julia e, sobretudo, as extraordinárias sessões da senhora Wriedt, que não só obtém comunicações em que os mortos falam línguas que ela ignora completamente, mas também provoca aparições que, dizem ser, extremamente perturbadoras. Seria, enfim, preciso examinar os fatos expostos pelo professor Porro, Dr. Venzano, Rozanne e ainda outras coisas, pois que a experiência e a literatura dos espiritistas já constituem volumes sobre volumes”.






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