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‘As
Vidas
Sucessivas’
por Adauto de Oliveira Serra
Livraria Editora da Federação Espírita Brasileira
1943
DE ROCHAS E OUTROS
M.
Pitres, magnetizando seus clientes por meio de passes e sugestão, conseguiu
leva-los a um estado que ele denominou "ecmnésico", Nessas condições,
o indivíduo retrocede no tempo, transporta-se a uma fase anterior a sua vida
atual, descrevendo-a minuciosamente como se estivesse vivendo essa fase no
momento. E prosseguindo na regressão da memória, o paciente vai como que "acordando recordações adormecidas, cada vez
mais remotas, que desfilam ordenadamente, como fantasmas que se ergueram do túmulo,
redivivos e concientes".
Nessas
experiências de regressão da memória, os indivíduos sonambulizados descrevem
suas vidas pregressas, isto é, vidas anteriores à atual.
Pierre
Janet também realizou idênticas experiências, contando o caso de uma mulher que
tinha o lado esquerdo encravado e retomava sensibilidade perfeita,
reportando-se à idade de 10 anos, quando não sofria nada de anormal.
O
Coronel de Rochas aprofundando-se mais nessas experiências conseguiu, mediante
passes longitudinais e transversais, transportar o paciente até a 3ª e 4ª
existências anteriores.
São
conhecidas, também, as experimentações levadas a efeito por M. Flaurnoy, da
Universidade de Genebra, com Helena Smith. Esta médium conseguiu reviver uma de
suas encarnações passadas na Índia, reproduzindo fatos, hábitos, costumes
orientais, informações históricas, e na própria língua oriental da época, tudo
isso verificado posteriormente, exato e certo.
Idêntica
experiências foram realizadas coma mesma médium Helena Smith e o sábio Marconi,
descrevendo ela a vida no planeta Marte.
Esses
estranhos fenômenos, que os materialistas classificam de “ personificações
sonambúlicas” ou romances subliminais, foram estudados com método, precaução,
“rigor e probidade científica que ninguém jamais pôs em dúvida” – pelo Coronel
de Rochas, a quem Maeterlinck, às páginas 166 de “A Morte”, chama de sábio que
não procura senão a verdade objetiva.
Diz
ainda Maeterlinck em sua citada obra, que é, por sinal primorosa tradução do Dr.
Cândido de Figueiredo, pág. 174, que o coronel de Rochas sempre renovou tais
experiências, principalmente com a médium Maria Mayo, a qual foi retrocedendo,
sucessivamente à mocidade, à adolescência e até os extremos limites da
infância, para depois remontar ao século XVII, nos seus transportes!
Para
desfazer qualquer dúvida quanto a fraude ou sugestão, servindo-nos ainda do sábio
autor de "Inteligência das flores" e "Vida das abelhas",
obra citada, pág. 176:
"Demais,
eles tomam todas as precauções necessárias para que a simulação se torne muito
difícil. Depois de terem feito que o "sensitivo" repasse o curso da
sua vida, por passes transversais, obrigam-no a descer o mesmo curso, e
desenrolam-se os mesmos acontecimentos em sentido inverso".
Às
pags. 182, continua Maeterlinck:
"O coronel de Rochas afirma que ele e todos
os outros que fizeram experiencias e se dedicaram a este estudo, têm evitado
não só tudo que poderia levar o "sensitivo" por determinadas vias,
mas procurando, muitas vezes em vão, desencaminha-lo, por sugestões diferentes".
Para
encerrar, citaremos mais o apêndice que faz o ilustre sábio belga, no livro
citado, pág. 163, referindo-se às comunicações espíritas:
"Para esgotar a questão da sobrevivência e das
comunicações com os mortos, seria preciso falar das recentes investigações do
Dr. Hyslop, feitas com o auxílio dos médiuns Smead e Chenoweth (comunicações
com Wiliam James). Seria também preciso mencionar o famoso gabinete de Julia e,
sobretudo, as extraordinárias sessões da senhora Wriedt, que não só obtém
comunicações em que os mortos falam línguas que ela ignora completamente, mas
também provoca aparições que, dizem ser, extremamente perturbadoras. Seria,
enfim, preciso examinar os fatos expostos pelo professor Porro, Dr. Venzano,
Rozanne e ainda outras coisas, pois que a experiência e a literatura dos
espiritistas já constituem volumes sobre volumes”.
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