quarta-feira, 3 de outubro de 2012

O Verdadeiro Espírita



O Verdadeiro Espírita

            Ninguém deve procurar no Espiritismo senão o que possa concorrer para o seu progresso moral e intelectual, porque o objetivo supremo do Espiritismo é melhorar os homens, é promover a reforma moral da criatura humana.

            O verdadeiro espírita não é certamente aquele que crê nas manifestações, porém, aquele que se aproveita dos ensinos que os Espíritos nos têm dado, no sentido de praticar os velhos princípios cristãos, que agora, estão sendo restabelecidos nas mesmas bases em que Jesus Cristo os erigiu, naquela pureza primitiva, simples e divina, sem ídolos, dogmas e ritualismo, sem culto externo, nem atos litúrgicos.

            A doutrina espírita não se impõe, não é intolerante, nem exclusivista.

            É, na realidade, a concretização perfeita do Cristianismo na pureza e humildade dos tempos de Jesus.

            Ela está triunfando evidentemente porque nasceu nos braços da ciência, que é a sua base fundamental, evolve com os princípios da mais espiritualizada filosofia e colima (observa por meio de um instrumento apropriado) necessariamente a religião primitiva de Jesus-Cristo, nosso divino Mestre, Senhor e Salvador.

            Ela, apoiada nesse fundamento, jamais estacionará, acompanhará naturalmente, como doutrina progressista que o é, a ciência, incorporando ao seu patrimônio doutrinário as descobertas e revelações científicas, combatendo sempre o milagre, a crendice, o maravilhoso, o sobrenatural, as superstições e defendendo, intransigentemente, o livre exame e a liberdade de pensamento e de consciência. Combate o erro e a má fé, a hipocrisia e o fanatismo.

            O Espiritismo é a religião do foro íntimo, do culto das virtudes, cristãs; não tem ritos, sacramentos e cerimônias. Está fundado num princípio eterno: "Fora da caridade não há salvação". Conhecem-se os verdadeiros espíritas, que são sacerdotes da própria salvação, pelo constante empenho e viva preocupação de se fazerem cada vez melhores e se tornarem úteis e bons servidores dos seus semelhantes.

            Os que se dizem espíritas, mas não se esforçam para promover o seu aperfeiçoamento espiritual, podem ser considerados convencidos da doutrina, porém, nunca convertidos à doutrina. Os verdadeiros espíritas, os espíritas cristãos, não fazem jamais o mal e não perdem oportunidade de fazer o bem. Amam o amigo e muito mais ainda o inimigo. Aliás, devo observar que os espíritas não podem ter inimigos. São sempre amigos sinceros de todos, leais, desprendidos e desinteressados, porque não podem ser espíritas os que exploram ou enganam os seus semelhantes; os que se ocupam de cartomancia, sortilégios ou adivinhação para iludir e mistificar, atribuindo-se falsas faculdades para embair a boa fé dos ignorantes.

            Todo trabalho ou serviço prestado, em nome do Espiritismo, não deve absolutamente visar qualquer remuneração ou recompensa direta ou indireta, uma vez que sabemos que a caridade é a alma da nossa doutrina. Sejamos bons, humildes e virtuosos, façamos sempre o bem e nunca o mal e estaremos naturalmente caminhando para Jesus, nosso divino Senhor.

Djalma Farias
Reformador (FEB) Novembro 1947



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