Cristianismo
dos Homens
Todos os que conhecem os Evangelhos
de Jesus sabem que a Igreja Católica Apostólica Romana
se desviou do rumo certo que o Cristo havia procurado imprimir ao primitivo
Cristianismo, aquele divino Cristianismo sem ídolos e sem altares, sem dogmas e
sem mistérios, sem monarquismo (forma de governo em que o chefe de Estado mantem-se no
cargo até a morte ou a abdicação).
A Igreja de Roma afastou-se da fé
primitiva e da simplicidade apostólica, enveredando pelos
caminhos sinuosos da apostasia.
Ao descambar do segundo para o
terceiro século, a Igreja iniciou as inovações e adulterações, começou a
instituir dogmas que hoje constituem o seu grande arsenal religioso.
Essas inovações e esses dogmas
desfiguraram completamente a doutrina religiosa do Cristo, tão consoladora e
divina, pregada e exemplificada com tanto amor, dedicação e misericórdia.
No curso dos séculos, as alterações
dos ensinos de Jesus foram sendo feitas pela Igreja Católica
nos vários concílios que ela realizou.
Assim, no ano 325 foi criado o dogma
da ressurreição da carne, que substituiu o ensino verdadeiro
da ressurreição dos mortos. No ano 550 foi estabelecido o culto dos mártires e
dos anjos.
No ano 553 foram instituídas as procissões antes da festa da páscoa.
O culto em língua estrangeira foi
adotado no ano 600. No ano 606 começaram a surgir as
primeiras pretensões do papa sobre soberania. As primeiras festas em honra da
Virgem foram
celebradas em 650, partindo mais ou menos dessa época o exagerado culto a
Maria, considerada pela Igreja a mãe de Deus e, por isso, avó de seu próprio
filho. Nessa época surgiu a Mariolatria.
No ano 788 foi instituído, com
solenidade, o culto idólatra das imagens e das relíquias e, em
890, o culto a São José. A canonização dos santos foi decretada em 993.
No ano 1. 000 foi imposto aos
clérigos o celibato e em 998 foi instituída a festa em comemoração dos mortos.
O dogma da infalibilidade da Igreja
Romana foi decretado em 1076.
O uso dos rosários foi adotado em
1090.
O dogma absurdo da transubstanciação
do pão em Deus foi decretado no ano 1215.
A Igreja adotou o dogma lucrativo do
purgatório no ano 1477.
Em 1516 principiou-se a pôr as
tradições no mesmo nível das Escrituras.
A 8 de Dezembro de 1804 apareceu o
célebre "Sílabus" do papa Pio IX, que condena o progresso e todas as
liberdades humanas, e no concílio de 1870, em que se sancionou o
"Sílabus", foi decretado o dogma da infalibilidade do papa.
E assim, como se vê, foi
completamente esquecida a primitiva religião de Jesus-Cristo. O verdadeiro
Cristianismo, o Cristianismo do Cristo, foi desfigurado, perdeu, no curso dos
séculos, aquela fisionomia inconfundível, que o tornava a mais pura e a mais
elevada religião dos homens conhecida. Aqueles dogmas e inovações, aquelas
doutrinas e preceitos humanos, comprometendo e deturpando a Doutrina divina do
Cristo, fizeram nascer o cristianismo dos homens.
Ao Espiritismo, em nossos dias, cabe
a missão de restabelecer a verdadeira doutrina de Jesus
Cristo.
por Djalma
Farias
Reformador (FEB) Setembro 1948
Nenhum comentário:
Postar um comentário