I
A religião de nossos pais;
A religião de nossos filhos.
Escrevi e leio estas linhas, sem
preconceitos, sem maldade, sem interesse, eu vo-lo confesso; mas com coragem,
com convicção, com amor e por amor.
Falar de religiões modernas é desde
logo personificar Jesus.
Jesus foi o paradigma da perfeição
humana.
A expressão direta de sua
mentalidade à geração contemporânea contém a essência de sua ideologia
religiosa.
A Ciência e a Religião são
manifestações da Verdade absoluta, logo de Deus, isto é, do Grande Arquiteto do
Universo, do Grande Foco Gerador dos Mundos.
“O mal do nosso tempo, diz Eduardo
Schuré, está em parecerem como irredutíveis as duas forças – Ciência e
Religião”. A Ciência que abate barreiras do convencionalismo e da ignorância e
alarga a esfera de ação humana, perscruta os arcanos do Universo, perquirindo
as leis que o regem – é o grande agente propulsor da felicidade individual e o
motor do progresso das nações. Já alguém o disse e com propriedade – A CIÊNCIA
É A SABEDORIA DE DEUS.”
A Verdade que, com afã, tanto se tem
procurado, mas que a sua revelação depende da maior intuição de apreendê-la,
busca a Ciência e a Religião para seus auxiliares. Elas se completam e podiam
já ter as mãos enlaçadas em proveito do Homem e, portanto, da Humanidade, se o
orgulho de uma e a infalibilidade de outra não tivesse vindo estabelecer
absurdos.
Ora, a fé, de que tanto alarde fazem
as religiões intransigentes, não é e nem pode ser uma inimiga da Razão, como o
quer a ortodoxia implacável, mas sim a luz imutável que serviu de fanal aos
Colombos, aos Galileus, aos Keplers, a todos os mártires e a todos os heróis.
Em tal caminho, a fé e a Ciência se encontram. Quando aquela chegar a Deus
(Grande Foco, dizemos nós), pelas leis naturais e esta tiver estiolado o
preconceito, teremos chegado a uma ordem de coisas bem diferente da ordem
atual. “Quando se lança um golpe de vista
sobre o passado, quando se cerca a recordação das religiões desaparecidas, das
crenças extintas”, diz Léon Dénis, “apodera-se
de nós uma espécie de vertigem ao aspecto das sinuosidades percorridas pelo
pensamento humano.”
No desdobrar desse movimento
religioso, meus amigos, Jesus ressuscita de novo.
Até o túmulo seguiu a religião antiga
e aí o deixou na Redenção; sigamos nós outros na sua marcha desde o túmulo até
à apoteose final da Beleza, da Verdade, da Bondade e da Justiça!
Eterna é a Luz, infinita a sua
projeção...
Arthur
Thompson
in “A Verdade sobre Jesus”
C. E. Redemptor Editores, RJ – 1936
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