terça-feira, 22 de março de 2011

11/50 'Crônicas Espíritas'

Nota do blogueiro: Para quem por acaso não se lembre,
Frederico Figner retornou à nossa presença como o Irmão Jacó, autor do livro 'Voltei' (Ed FEB). Psicografia do Chico Xavier...  Tá?




11CM


Quanto ao dogma da “Divindade de Jesus”, 
ele não é propriamente um dogma da Igreja, 
pois que oriundo de uma decisão do Imperador Constantino, 
que, em 323, convocou o concílio de Nicéia, o qual, 
de acordo com a vontade de Constantino, 
votou a Divindade de Jesus.
Antes mesmo do reinado de Constantino, 
havia diversas cismas entre os cristãos. 
Um desses era o da divindade de Jesus. 
Por causa desses cismas, digladiavam-se os bispos do Oriente. 
Atanásio e seus sequazes sustentavam que Jesus era Deus, 
enquanto Ário e os seus partidários sustentavam que 
Jesus não era eterno como o Pai, nem da mesma natureza, 
nem da mesma substância; que ele não era Deus, 
mas somente partícipe da divindade 
no sentido de que a Escritura ensina 
que os homens também o são.
Em vista das constantes lutas por causa desse cisma, 
Constantino convocou o 1º concílio de Nicéia e, 
dando ganho de causa a Atanásio, exilou Ário. 
Como, porém, as lutas continuassem, chamou a Ário, 
baniu Atanásio e finalmente morreu nos barcos de Eusébio, 
chefe dos arianos. Como foi Constantino quem colocou 
o Cristianismo no trono, não é fora de propósito citar aqui 
a história do Imperador, para regalo do meu amigo padre Dubois, 
que tão gentilmente pede estes esclarecimentos. 
Lê-se na “História dos Papas, Reis e Imperadores” o seguinte resumo:
“Constâncio Cloro tinha uma amante que era cristã, 
mãe de Constantino, e conhecida pelo nome de Santa Helena. 
César Constantino Cloro morreu em York (Inglaterra), 
numa época em que os filhos que tinha 
da filha de Maximiliano Hércules, sua mulher legítima, 
não podiam pretender ao império; 
Constantino fez-se eleger imperador por 
cinco ou seis mil soldados alemães, gauleses ou ingleses.
“Esta eleição, feita pelos soldados sem o 
consentimento do Senado, nem do povo romano, 
foi consagrada a vitória obtida contra Maxêncio, 
que havia sido eleito imperador em Roma, e Constantino 
subiu a um trono manchado de assassinatos. 
Parricida, ele mandou decapitar os dois Licínios, 
marido e filho de sua irmã; nem poupou seus próprios filhos; 
e a imperatriz Fausta, mulher deste monstro, 
foi por sua ordem afogada num banho. 
Em seguida ele consultou os pontífices pagãos do império, 
para saber que sacrifício ele poderia oferecer 
aos deuses para remir os seus crimes.
“Os sacrificadores recusaram-lhe as ofertas, 
e ele foi repetindo com horror pelo grão sacerdote, 
cuja voz gritava: -- Longe daqui os parricidas, 
a quem os deuses nunca perdoam.
“Então, um padre lhe prometeu o perdão 
dos seus crimes se ele se purificasse com a água do batismo, 
e o imperador se fez cristão.”
Eis um incompleto retrato do primeiro imperador romano 
que esposou o Cristianismo, e diga, meu amigo, s
e este indivíduo podia estar ao serviço de Jesus, 
quando mais tarde se colocou ao lado de Atanásio, 
pugnando pela divindade do Cristo!           
Jesus, porém, ensinou: “Aquele que me enviou é maior do que eu”. 
Portanto, ele não é igual ao Pai. 
“Sede um em mim, como eu sou um no Pai, 
para que todos sejamos um no Pai”, 
portanto, iguais a ele,
 Jesus. E ensinou mais: “aquele Consolador, 
o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, 
que vos ensinará todas as coisas”. 
Sendo, como afirma a Igreja, 
Jesus e Espírito Santo partes divididas, 
ainda que indivisíveis, de Deus, 
teria querido Jesus dizer que Deus se enviaria a si mesmo?
Sob o ponto de vista da Igreja, porém, J
esus de fato é Deus, pois para ela o Universo 
se resume no nosso mísero planeta!
Se, entretanto, como ensinam os Espíritos, 
e como a Ciência já vislumbrou, 
todos os planetas são habitados e o seu número
 é incalculável e infinito para a criatura, 
mais numerosos do que grãos de areia do nosso mundo, 
e cada planeta tem o seu Cristo, 
seu protetor e governador, quantos 
Deuses não existiriam no Universo?
No entanto, Jesus, falando aos fariseus disse: 
“Escrito está: vós sois deuses”, 
e, sendo assim, chegará para nós o dia 
em que atingiremos a perfeição moral a que Jesus chegou, 
antes que o mundo fosse e a 
cuja formação presidiu por iniciativa do Criador.



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