I. Pequeno (Antônio Wantuil de Freitas)
Reformador (FEB) Junho 1944
A celeuma levantada pelas colunas dos jornais “A Noite”,
“Folha Carioca” e outros diários de grande projeção, não passa de verdadeira
tempestade em copo d’água.
Não era meu desejo emitir qualquer
opinião sobre o assunto, visto não acreditar que a Família de Humberto de
Campos pretenda receber qualquer quantia pelas obras ditadas pelo espírito do
seu genitor e publicadas pela Federação Espírita Brasileira (*). Essas obras
vêm sendo editadas há alguns anos, a carinhosa mãe do saudoso escritor
reconheceu-lhes a identidade e os filhos queridos do inesquecível acadêmico
jamais fizeram a menor ameaça à Federação.
“Para esse trabalho, contou com o auxílio de vários colaboradores, todos eles mencionados por Wantuil de Freitas em "Duas palavras", apresentação desta obra.”
“A Ação Declaratória foi julgada
improcedente e o Dr. Timponi obteve brilhante vitória jurídica.”
“Lançou o livro “Magnetismo
Espiritual”, publicado pela Federação Espírita Brasileira, mas com o pseudônimo
Michaelus. Desencarnou aos 70 anos, no dia 13 de fevereiro de 1964.”
Para maiores detalhes sugerimos
a leitura do livro de Miguel Timponi “A psicografia ante os tribunais” (Ed.
FEB), 2012.”
Que essas obras são, realmente, de
Humberto, não resta a menor dúvida. O sr. Agrippino Grieco, grande crítico
literário e amigo íntimo de Humberto, apesar de não ser adepto do Espiritismo,
confessou de público que o estilo era do seu velho companheiro de muitos anos.
Outros já disseram o mesmo.
Ao serem publicadas as referidas
obras, cujo lucro é inteiramente distribuído pelos departamentos de
beneficência da editora, não se procurou formar qualquer confusão com as
escritas em vida carnal por aquele estilista. Foram apresentadas, com a maior
sinceridade, como ditadas pelo espírito do escritor, tal como o são as outras
recebidas de outros espíritos, os quais, espontaneamente, oferecem o seu
trabalho intelectual como cooperação para a obra de recristianização dos homens
e de socorro aos infelizes.
As obras que nos tem enviado o
espírito do grande Humberto são, todas elas, magníficas e lidas pelo Brasil
inteiro e até no estrangeiro, traduzidas que vêm sendo para outras línguas.
Há, no entanto, outros escritores
que preferiram o anonimato, talvez por não terem confiança nos seus herdeiros.
Entre esses últimos, encontram-se André Luiz, pseudônimo de conhecido médico
brasileiro, e Emmanuel, o mais evolvido de todos eles, que foi padre católico
em evidência no Brasil e que atualmente está sendo traduzido para o Esperanto.
Todas essas obras se vendem
igualmente, porém, as de Emmanuel vencem tiragens sobre tiragens, disputadas
que são antes mesmo de serem expostas nas livrarias.
Se algum dia a Justiça proibir o
direito de receber obras mediúnicas de espíritos conhecidos, colocar-se-ão
pseudônimos, visto que essas obras se vendem igualmente, com ou sem nome em
evidência. São disputadas, porque são boas. Se forem reconhecidas como de
Humberto, creio que ninguém poderá proibi-lo de escrever para fins humanitários
ou impedi-lo de assinar os seus trabalhos.
Se, ao contrário, dogmatizarem que
elas não foram escritas por Humberto; nenhum direito autoral poderá ser pedido.
De qualquer forma, portanto, não há
direitos autorais a pagar e nem razão para a celeuma feita por pessoas
estranhas à digníssima Família de Humberto de Campos.
Ninguém conhece melhor uma criatura
do que aquela que lhe deu a vida e lhe formou o caráter.
Em “Brasil, Coração do Mundo”, a
extremosa genitora de Humberto se confessa feliz com a prova evidente de que
seu grande filho continua vivo.
Assim, como veem, tudo não passa de
mais uma tempestade em copo d’água.
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