Temas para reflexão
José Brígido (Indalício Mendes) Reformador
(FEB) Junho 1963
O objetivo do Espiritismo não é fazer santos mas homens retos
e conscientes de seus deveres e responsabilidades terrenas e espirituais.
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Essa tarefa exige coragem, pertinácia e espírito de renúncia.
Antes de cada triunfo, o homem falha, cai e se
desdiz. É preciso que não pare. A cada queda deve seguir-se um esforço maior
pelo reerguimento; a cada falha, o propósito honesto e firme de não reincidir no
mesmo erro, a cada incoerência a decisão segura de estabelecer um critério
singular e inalterável em prol da própria reabilitação.
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O Espiritismo não promete, como pensam os que lhe desconhecem
a Doutrina, o paraíso, a felicidade no Além-Túmulo. Ele ensina que, aprimorando
a nossa conduta quando ainda nos encontramos na experiência terrena,
encontraremos maior facilidade de ação no
próprio mundo espiritual. Quer o Espiritismo que o homem comece a ser feliz na Terra
e que por seu, comportamento quando encarnado, continue a ser feliz no Além.
*
A criatura humana precisa saber porque nasce, porque
morre e renasce. Deve aprender que a Dor tem uma função retificadora. Muitas
vezes ela abre horizontes novos e mais amplos ao entendimento humano, fazendo,
por seus efeitos, o que doutrina alguma conseguiria alcançar sobre determinados
homens.
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Conhecer a razão da Dor na existência humana e entender a
multiforme linguagem do Amor conduzem o homem a uma compreensão perfeita da Lei
Áurea: “não fazer a outrem o que não desejar para si” e “fazer a outrem o que
quiser para si”. Quando a compreensão é real, a exemplificação a acompanha.
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O Espiritismo sabe que a mente humana é fonte inesgotável
de efeitos que têm com causa o pensamento. Portanto, se mentalizarmos coisas boas,
elevadas, dignas, a nossa alma fará coisas boas, superiores e dignas. O
trabalho mental, isto é, os pensamentos, configuram a verdadeira natureza moral
de cada indivíduo.
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O Espiritismo educa e reeduca moralmente aqueles que aceitam
a sua disciplina. Mas essa tarefa é difícil e demorada. Nem sempre se conclui numa
encarnação. Por isto? a Inteligência suprema facilita ao Espírito em evolução a
volta à Terra, em corpo carnal, tantas vezes quantas se façam necessárias ao
seu aprimoramento.
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O Espiritismo liberta o homem interiormente, através da
prática da sua Doutrina. Quanto mais cedo ele se libertar dos maus hábitos mentais,
das influências inferiores, dos atos e pensamentos desfraternos, mais cedo
começará a colher os resultados da sua melhoria moral. Isto poderá mesmo acontecer,
e acontece com frequência, ainda no curso da encarnação em que inicia esse trabalho
de recuperação. Somente é livre aquele que já se desligou de maus impulsos, de
preconceitos e ideias egoísticas; aquele que já faz alguma coisa em benefício de
outrem, sem pensar primeiro em si.
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Quem não cultiva as boas relações e a convivência fraterna
com os seus semelhantes, falha num dos mais importantes preceitos da Doutrina
Espírita, que é a fraternidade.
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Não constitui
preocupação espírita a catequese de novos prosélitos, mas o esclarecimento
oportuno e o auxílio indispensável à compreensão da Doutrina. O Espiritismo
segue a réstia de luz evangélica que promana do Evangelho do Cristo. Devemos
respeitar o livre-arbítrio de cada um, quando esgotado o nosso argumento em favor
da Paz, do Amor e da Caridade. O livre--arbítrio é que define o rumo que
queremos tomar.
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Vencer na vida terrena não é adquirir riquezas, poder
político, posição social elevada. Vencer na vida é despojar-se de tudo quanto
concorre para o mal e acumular tudo quanto possa ser um bem para todos. O
legítimo valor da criatura humana está, não no dinheiro ou bens que possua, nos
poderes que enfeixa nas mãos, na autoridade arbitrária que exerça, nas roupas luxuosas
que veste, mas, exclusivamente, na pureza do coração, na nobreza de sentimentos,
no espírito justo de humildade e na capacidade progressivamente maior de ser útil
e prestante, sem discriminações.
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Para exercitar a Caridade, devemos pelo menos realizar diariamente
uma boa ação, evitando que esta seja comprometida por pensamentos ou atos negativos.
Estará no rumo certo aquele que consegue, a pouco e pouco, aumentar o número
das boas ações cotidianas. Não nos esqueçamos de que “sem Caridade não há
salvação”.
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Provérbio árabe: “Aquele
que conhece os outros, é sábio; aquele que se conhece a si mesmo é
verdadeiramente esclarecido. O que pode vencer os outros é forte, mas quem
consegue vencer a si mesmo é muito mais possante.”
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