28,09 Neste momento, Jesus apresentou-se diante delas e disse-lhes: “Salve!” Aproximaram-se elas e prostradas diante Dele, beijaram-Lhe os pés. 28,10 Disse-lhes Jesus: “Não temais! Ide dizer aos meus irmãos que se dirijam à Galiléia, pois é lá que eles Me verão.”
“Todos os evangelistas narram as aparições de Jesus, após sua morte, com circunstanciados pormenores que não permitem se duvide da realidade do fato.
Elas, aliás, se explicam perfeitamente pelas
leis fluídicas e pelas propriedades do perispírito e nada de anômalo apresentam
em face dos fenômenos do mesmo gênero, cuja história, antiga e contemporânea,
oferece numerosos exemplos, sem lhes faltar sequer a tangibilidade.
Se notarmos as circunstâncias em que
se deram as suas diversas aparições, nele reconheceremos, em tais ocasiões,
todos os caracteres de um ser fluídico.
Aparece
inopinadamente e do mesmo modo desaparece; uns o vêem, outros não, sob
aparências que não o tornam reconhecível nem sequer por seus discípulos;
mostra-se em recintos fechados, onde um
corpo carnal não poderia penetrar; sua própria linguagem carece de vivacidade
da de um ser corpóreo; fala em tom breve e sentencioso, peculiar aos Espíritos
que se manifestam daquele maneira; todas as atitudes, numa palavra, denotam
alguma coisa que não é do mundo terreno.
Sua presença causa simultaneamente
surpresa e medo; ao vê-lo, seus discípulos não lhe falam com a mesma liberdade
de antes; sentem que já não é um homem.
Jesus, portanto, se mostrou com o seu corpo
perispiritual, o que explica que só tenha sido visto pelos que ele quis que o
vissem. Se estivesse com o seu corpo carnal, todos o veriam, como quando estava
vivo. Ignorando a causa originária do fenômeno das aparições, seus discípulos
não se apercebiam dessas particularidades, a que, provavelmente, não davam
atenção. Desde que viam o Senhor e o
tocavam, haviam de achar que aquele era o seu corpo ressuscitado.
Ao passo
que a incredulidade rejeita todos os fatos que
Jesus produziu, por terem uma aparência sobrenatural, e os considera,
sem exceção, lendários, o Espiritismo dá explicação natural à maior parte
desses fatos.
Prova a possibilidade deles, não só
pela teoria das leis fluídicas, como pela identidade que apresentam com
análogos fatos produzidos por uma imensidade de pessoas, nas mais vulgares
condições.
Por serem, de certo modo, tais fatos
de domínio público, eles nada provam, em princípio, com relação à natureza
excepcional de Jesus.”
“Os inúmeros fatos contemporâneos de
curas, aparições, possessões, dupla vista e outros, que se encontram relatados
na Revue Spirite e lembrados nas
observações acima, oferecem, até quanto aos pormenores, tão flagrante analogia
com os que o Evangelho narra, que ressalta evidente a identidade dos efeitos e
das causas. Não se compreende que o mesmo fato tivesse hoje uma causa natural e
que essa causa fosse sobrenatural outrora; diabólica com uns e divina com os
outros. Se fora possível pô-los aqui em confronto uns com os outros, a
comparação mais fácil se tornaria...”
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