Verdades inocultáveis
Túlio Tupinambá (Indalício Mendes)
Reformador (FEB) Fevereiro 1968
Semelhante
dedicação atesta a sinceridade dos verdadeiros trabalhadores da seara espírita.
Entretanto,
elementos não integrados no legítimo sentido doutrinário, amantes de novidades,
procuram realizar um serviço negativo, pensando, talvez, que estão descobrindo
a pólvora. Assim é que se denunciam, provando não serem espíritas kardequianos
ao sancionarem ou abonarem ideias estapafúrdias, negativas, que não podem
ligar-se ao movimento salutar da unificação, porque antes, se mostram adversas
ao ponto de vista fraternal da imensa maioria.
Movimentos
paralelos são esses que, aparentando identidade espírita, realizam tentativas divisionistas,
disseminando a confusão, retardando a possibilidade de muitas criaturas
seguirem o caminho certo, por isso que tomam o tempo com a defesa de opiniões
absurdas e anódinas (sem significado), que desorientam e paralisam.
Em
outros países pululam seitas extravagantes, as quais muitas vezes chegam a
adquirir popularidade por sua facilidade de induzir ao misticismo mórbido e ao
fanatismo estéril. O mesmo está acontecendo no Brasil de hoje. Numerosas seitas
estão aparecendo, inclusive à margem do Espiritismo. Isto quer dizer que a
barafunda vai aumentar, porque os simples nem sempre sabem, em casos tais,
discernir a verdade legítima, deixando-se seduzir por verdades aparentes, por
falsas realidades, e, quando se capacitarem do erro cometido, terão perdido
precioso tempo e acumulado responsabilidades sérias.
Da
mesma maneira no capítulo das publicações, têm surgido editoras ditas
espíritas, muitas das quais não possuem senão o objetivo comercial, não
abrigando o propósito benéfico de colocar os interesses puros e legítimos da
Doutrina acima de quaisquer outros interesses.
Já
lemos livros editados por algumas delas, com erros provenientes de revisões
desatentas, além de outras falhas. Fora daí, livros referentes ao Espiritismo,
contendo temas estranhos ao espírito da Doutrina, contradições, equívocos, etc.
Aqueles que nos perguntam que livros devem preferir, respondemos que, em
primeiro lugar, os subscritos por Allan Kardec, sob a chancela da FEB, em vista
do cuidado com que são examinados, revisados e lançados à publicidade. Pelo
menos, ter-se-á a convicção de que tais obras, garantidas pela Federação
Espírita Brasileira, nada conterão de incompatível com a Doutrina. Quanto a
outros livros espíritas ou ditos espíritas, nada podemos aconselhar, porque,
entre editoras e autores escrupulosos, há, de mistura, outras e outros que não
observam o mesmo cuidado seletivo.
A
importância do conteúdo dos livros que tratam de assuntos espíritas,
doutrinários ou não, é relevante. O livro bom é um mensageiro divino; o livro
medíocre ou ruim, um propagador de erros e falsidades. Daí a importância
fundamental da escolha de livros de editoras bem reputadas e de autores
verdadeiramente idôneos. As verdades que dizemos podem não agradar a alguns,
mas, certamente, agradarão à maioria. O essencial, porém, é que a Verdade não
fique oculta e, assim, as verdades que dela decorrem devem ser espalhadas
desassombradamente, para que seus efeitos benéficos conduzam à Verdade maior, à
Verdade absoluta.
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