Morta durante duas horas
A Redação Reformador (FEB) Janeiro 1962
Um médico, chamado à pressa, declarou: “Não se ouve o
bater do coração, não se sente o pulso.”
Imediatamente iniciaram a respiração artificial. A seguir,
abriu-se o tórax e fizeram-se massagens diretas no coração. Passados 37
minutos, este passou de repente a vibrar, mas anormalmente. Novos expedientes
médicos e aos 43 minutos, obtinham-se contrações normais. Mas, sempre que
paravam com as massagens, extinguia-se a atividade do coração.
O corte no campo operatório começou a sangrar. Levaram-na
rapidamente para a mesa de operações. Cento e vinte minutos depois de clinicamente
morta, o coração dela iniciou o seu batimento: 110 pancadas por minuto. Penka
Naidenova ressuscitava para a vida terrena, mas ainda permaneceria mergulhada
em profunda inconsciência durante 72 horas.
Muito lentamente foi recuperando os sentidos. Após dez
dias, começou a falar: palavras isoladas, frases curtas. Não conhecia ninguém,
mas sabia seu próprio nome e respondia a algumas perguntas.
Só dois meses mais tarde Penka Naidenova entrava numa
vida quase normal. E por esta altura começaram a despertar nela estranhas
recordações do tempo em que... estivera morta, e ela mesma é que nos conta:
Também,
encontrei pessoas, mas não consigo lembrar-me delas. Conheci-as, já as devo ter
visto alguma vez. Tento constantemente lembrar-me dos seus rostos para recordar
os nomes. Mas, quanto mais me afasto desse acontecimento cada vez se tornam menos
claras as recordações.
Julgo
poder dizer que nunca experimentara tal sensação de felicidade e de alegria como
durante aquelas horas no mundo maravilhoso; digo horas, mas não sei ao certo
quanto tempo durou, Devem, ter sido os minutos ou horas em que fui considerada clinicamente
morta.”
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