A Igreja se
adapta
por M.S. Reformador (FEB) Fevereiro 1962
Quando o Espiritismo anunciou, há 106 anos, que eram
milhões os mundos habitados e que foi a esses mundos que Jesus se referiu, ao falar
nas várias moradas do Pai, toda a Igreja, do seu mais alto dignitário ao menor
vigário de aldeia, combateu essa “heresia” tal qual o havia feito no passado condenando
Galileu à prisão, Giordano Bruno à fogueira, etc. Os discípulos de Kardec não
foram para as fogueiras, porque, em 1857, já não tinha o Clero, ao seu dispor,
o apoio dos césares e os cárceres da “Santíssima” Inquisição; todavia, o
combate se manifestou através de excomunhões, de calúnias e de perseguições de
todo o gênero, inclusive com o açulamento de fanáticos, qual ainda vem
acontecendo, queimando-se Centros Espíritas e apedrejando-se residências de espiritistas.
Agora, o Jornal do Vaticano - Osservatore Romano – (segundo noticia “O
Globo” à página 8 de sua edição de 17 de Dezembro de 1962), à frente das façanhas
astronáuticas desses últimos tempos, diz, docemente: “não existe razão
teológica que negue a possibilidade de existência de vida em outros planetas além
da Terra.”
O mais interessante, porém, é que a Igreja,
que sempre se disse inspirada pelo Espírito Santo, no mesmo artigo assevera: “A questão de saber se de fato existe vida
em outros planetas do nosso sistema não pode ser resolvida tomando-se por base
considerações de natureza filosófica ou teológica.”
Dessa forma, os dogmas por ela
criados também não merecem crédito, porque foram tomados por considerações de
natureza teológica.
Tudo isso é contraditório e
evidencia que o chamado Espírito Santo, guia da Igreja, nunca esteve presente
às deliberações dos concílios e dos papas, dirigidos, isso sim, por espíritos “santos”
encarnados, de carne e osso.
Dia a dia a Igreja vai “entregando
os pontos”, procurando adaptar-se ao que ensinam e fazem os espiritistas. Até o
antigo hábito de os espiritistas se reunirem em família, em prece, até este vem
sendo imitado e recomendado. As reuniões vespertinas, que sempre foram
realizadas pelos Centros Espíritas, serviram de modelo para as suas missas a
qualquer hora da tarde. Tudo isto, e muita coisa mais vem sendo, e será cada
vez mais, copiado do Espiritismo, mas cremos ser muito tarde para a Igreja
reconquistar o coração do povo.
Quanto a nós, espíritas, concluam os
homens de ciência de hoje dessa ou daquela forma, continuaremos a afirmar: Há
milhões de mundos habitados. Jamais poderemos conceber um Deus que crie trilhões
de mundos para deleite apenas da sua vaidade entre os homens da Terra.
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