16,6 Mas porque falei assim, a
tristeza encheu o vosso coração.
16,7 Todavia, digo-vos a verdade: a vós convém que Eu vá! Porque, se Eu não for, o Consolador não virá a vós, mas se Eu for, vo-lo enviarei.
16,8 E, quando Ele vier, convencerá o mundo a respeito do erro, da justiça e do juízo.
16,9 Convencerá o mundo a respeito do erro, que consiste em não crer em Mim;
16,10 Ele o convencerá a respeito da justiça, porque Eu vou para junto do Meu Pai e vós já não Me vereis;
16,11 Ele o convencerá a respeito do juízo, que consiste em que o Príncipe deste mundo já está julgado e condenado.
16,12 Muitas coisas ainda tenho-vos a dizer, mas não as podeis suportar agora.
16,13 Mas, quando vier aquele Espírito de Verdade, ele vos guiará em toda verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá o que ouvir e anunciar-vos-á as coisas que virão.
16,14 Ele Me glorificará, porque receberá do que é Meu, e vo-lo anunciará.
16,15 Tudo o que o Pai possui é Meu. Por isso, disse: Há de receber do que é
Meu e vo-Lo anunciará.”
Ninguém sabia amar tanto quanto Ele,
contudo, era o primeiro a reconhecer a conveniência da partida, em favor dos
companheiros.
Que teria acontecido se Jesus
teimasse em permanecer? Provavelmente, as multidões terrestres teriam acentuado
as tendências egoísticas, consolidando-as.
Porque o Divino Amigo havia buscado
Lázaro no sepulcro, ninguém mais se resignaria à separação pela morte. Por se
haverem limpado alguns leprosos ninguém aceitaria, de futuro, a cooperação
proveitosa das moléstias físicas. O resultado lógico seria a perturbação geral
no mecanismo evolutivo.
O Mestre precisava ausentar-se para
que o esforço de cada um se fizesse visível no plano divino da obra mundial. De
outro modo, seria perpetuar a indolência de uns e o egoísmo de outros.
Sob diferentes aspectos, repete-se,
diariamente, a grande hora da família evangélica em nossos agrupamentos afins.
Quantas
vezes surgirá a viuvez, a orfandade, o sofrimento da distância, a perplexidade
e a dor por elevada conveniência ao bem comum?
Recordai a presente passagem do Evangelho,
quando a separação vos faça chorar, porque se a morte do corpo é renovação para
quem parte é também vida nova para os que ficam.”
“O caminho de toda a Verdade é Jesus Cristo. O Mestre veio ao mundo instalar esta verdade para que os homens fossem livres e organizou o programa dos cooperadores de seu divino trabalho, para que se preparasse convenientemente o caminho infinito. No fim da estrada colocou a redenção e deu as criaturas o amor como guia.
Conforme sabemos, o guia é um só
para todos. E vieram os homens para o serviço divino. Com as cooperadores
vinham, porém, os gênios sombrios, que se ombreavam com eles nas cavernas da
ignorância.
A religião, como expressão
universalista do amor, que é o guia, pairou sempre pura acima das misérias que
chegaram ao grande campo; mas este ficou repleto das absurdidades. O caminho
foi quase obstruído.
A ambição exigiu impostos dos que
desejava, passar, o orgulho reclamou a direção dos movimentos, a vaidade pediu
espetáculos, a conveniência requisitou máscaras, a política inferior
estabeleceu guerras, a separatividade provocou a hipnose do sectarismo.
O
caminho ficou atulhado de obstáculos e sombras e o interessado, que é o
espírito humano, encontra óbices definitivos para a passagem.
O quadro representa uma resposta a
quantos perguntarem sobre os propósitos do Espiritismo cristão, sendo que o
homem já conhece todos os deveres religiosos. Ele é aquele Espírito de Verdade
que vem lutar contra os gênios sombrios que vieram das cavernas da ignorância e
invadiram o campo do Cristo.
Mas,
guerrear como: Jesus não pediu a morte
de ninguém. Sim, o Espírito de Verdade vem como a luz que combate e vence as
sombras, sem ruídos. Sua missão é transformar, iluminando o caminho para que os
homens vejam o amor, que constitui o guia único para todos, até a redenção.”
Há companheiros que indagam:
“Devemos buscar saliência política ou
dominar a fortuna terrestre?” Enquanto isso outros enfatizam a ilusória
necessidade da guerra verbal a greis ou pessoas. Dentro do assunto, no entanto,
transcrevemos a Questão nº 799 de “O Livro dos Espíritos”.
Prudente e claro, Kardec formulou,
aos orientadores espirituais de sua obra, a seguinte interrogação: “De que
maneira pode o Espiritismo contribuir para o progresso? E, na lógica de sempre,
eis que eles responderam:
Destruindo o materialismo que é uma das
chagas da sociedade, ele faz que os homens compreendam onde se encontram seus
verdadeiros interesses. Deixando a vida futura de estar velada pela dúvida, o
homem perceberá melhor que, por meio do presente, lhe é dado preparar o seu
futuro. Abolindo os prejuízos de seitas, castas e cores, ensina aos homens que
os há de unir como irmãos.
Não
nos iludamos com respeito às nossas tarefas. Somos todos chamados pela
Bênção do Cristo a fazer luz no mundo das consciências - a começar de nós
mesmos - , dissipando as trevas do materialismo ao clarão da Verdade, não pelo
espírito da força, mas pela força do espírito, a expressar-se em serviço, fraternidade,
entendimento e educação.”
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