As Moradas na Casa do Pai
14,2 Na casa de Meu Pai há muitas moradas. Não fora assim e Eu vos teria dito; pois vou preparar-vos lugar;
14,3 Depois de ir e vos preparar um lugar, voltarei e tomar-vos-ei comigo, para que, onde Eu estiver, também vós estejais;
14,4 E vós conheceis o caminho para ir aonde vou.”
14,5 Tomé: - Senhor, não sabemos para onde vais, como conhecer o caminho?
14,6 Jesus lhe respondeu:“ -Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim;
14,7 Se Me conhecêsseis, também, certamente, conheceríeis Meu Pai; Desde agora já o conheceis, pois o tendes visto.”
14,8 Senhor, disse-Lhe Filipe, mostra-nos o Pai e isto nos basta!
14,9 E Jesus: “ -Há muito tempo que estou convosco e vós não Me conheceste, Filipe! Aquele que Me viu, viu também o Pai. Como, dizes: Mostra-nos o Pai!
14,10 Não credes que estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que vos digo, não as digo de mim mesmo; mas o Pai, que permanece em Mim, é que realiza as suas próprias obras.
14,11 Crede-me: Estou no Pai e o Pai em Mim; Crede-o, ao menos por causa destas obras.
14,12 Em verdade, em verdade vos digo: Aquele que crê em Mim fará também as obras que faço e, ainda maiores do que estas, porque vou para junto do Pai
14,13 E, tudo o que pedirdes ao Pai em Meu nome, vo-lo farei, para que o Pai seja glorificado no filho.
14,14 Qualquer coisa que Me pedirdes em Meu nome, vo-lo farei.”
“... Enquanto certos espíritos culpados
erram nas trevas, os felizes gozam de uma claridade resplandecente e do sublime
espetáculo do infinito; enquanto, enfim, que o mal, atormentado de remorsos e
de lamentações, freqüentemente só, sem consolação, separado dos objetos da sua
afeição, geme sob o constrangimento dos sofrimentos morais, o justo, reunido
aqueles que ama, goza as doçuras de uma indizível felicidade. Lá também há,
pois, vários moradas, embora não sejam nem circunscritas nem localizadas.”
Para Jo (14,1) -Não se turbe o vosso coração... - leiamos “Palavras de Vida Eterna” (Ed. FEB) de Emmanuel por Chico Xavier:
O
pretérito ominoso para a grande maioria de nós outros, os viandantes da Terra,
levantará no território de nosso próprio íntimo os fantasmas que deixamos para
trás , vagantes e insepultos, a se exprimirem naqueles que ferimos e injuriamos
nas existências passadas e que hoje se voltam para nós, à feição de credores
inflexíveis, solicitando reconsideração e resgate, serviço e pagamento.
Não passarás, assim, no mundo, sem
tempestades e nevoeiros, sem o fel de provas ásperas ou sem o assédio de
tentações. Buscando o bem, jornadearás, como é justo, entre pedras e abismos,
pantanais e espinheiros.
Todavia, recomendou-nos o Mestre:
“-Não se
turbe o vosso coração”, porque o coração puro e intimorato é garantia da
consciência limpa e reta e quem dispõe da
consciência limpa e reta vence toda perturbação e toda treva, por trazer em si
mesmo a luz irradiante para o caminho.”
Para Jo (14,2) ...vou preparar-vos lugar. - leiamos “Fonte Viva” (Ed. FEB) de Emmanuel por Chico Xavier:
Efetivamente, o cristão leal, em
toda parte, raramente recebe o respeito que lhe é devido. Por destoar, quase
sempre, da coletividade, ainda não completamente cristianizada, sofre a
descaridosa opinião de muitos.
Se exercita a humildade, é tido à
conta de covarde. Se adota a vida simples, é acusado pelo
delito de relaxamento. Se
busca ser bondoso, é categorizado por tolo. Se administra dignamente, é julgado
orgulhoso. Se obedece quanto é justo, é considerado servil. Se usa a tolerância, é visto por
incompetente. Se mobiliza a
energia, é conhecido por cruel. Se trabalha, devotado, é interpretado por
vaidoso. Se procura melhorar-se,
assumindo responsabilidades no esforço intensivo das boas obras ou das
preleções consoladoras, é indicado por fingido.
Se tenta ajudar ao próximo,
abeirando-se da multidão, com os seus gestos de bondade espontânea, muitas
vezes é tachado de personalista e oportunista, atento aos interesses próprios.
Apesar de semelhantes conflitos, porém, prossigamos agindo e servindo, em nome
do Senhor. Reconhecendo que o domicílio de seus seguidores não se ergue sobre o
chão do mundo, prometeu Jesus que lhes prepararia lugar na vida mais alta.
Continuemos, pois, trabalhando com
duplicado fervor na sementeira do bem, à maneira de servidores provisoriamente
distanciados do verdadeiro lar. “Há
muitas moradas na Casa do Pai.” E o Cristo segue servindo, adiante de nós. Tenhamos
fé.”
A profunda diversidade das mentes,
com a heterogeneidade de caracteres e temperamentos, aspirações e propósitos,
impede a exposição da realidade plena ao espírito das massas comuns. Cada
escola religiosa, em razão disso, mantém no mundo cursos diferentes da
revelação gradativa. A claridade imaculada não seria, no presente estágio da
evolução humana, assimilável por todos, de imediato.
Há que esperar pela passagem das
horas. Nos círculos do tempo, a semente, com o esforço do homem, provê o
celeiro; e o carvão, com o auxílio da natureza, se converte em diamante. Por
isso, vemos verdades estagnadas nas igrejas dogmáticas, verdades provisórias
nas ciências, verdades progressivas nas filosofias, verdades discutíveis em
todos os ângulos da vida civilizada. Semelhante imperativo, porém, para a
mentalidade cristã, apenas vigora quanto às massas.
Diante de cada discípulo, no reino
individual, Jesus é a verdade sublime e reveladora.
Todo aquele que lhe descobre a luz bendita
absorve-lhe os raios celestes, transformadores... E começa a observar a
experiência sob outros prismas, elege mais altos padrões de luta, descortina
metas santificantes e identifica-se com horizontes mais largos. O reino do
próprio coração passa a gravitar ao redor do novo centro vital, glorioso e
eterno. E à medida que se vai desvencilhando das atrações da mentira, cada
discípulo do Senhor penetra mais intensivamente na órbita da Verdade, que é a
Pura Luz.”
Não se compreende estrada sem
proveito. Abraçar o Cristianismo é avançar para a vida melhor. Aceitar a tutela
de Jesus e marchar, em companhia Dele, é aprender sempre e servir diariamente,
com renovação incessante para o bem infinito, porque o trabalho construtivo, em
todos os momentos da vida, é a jornada sublime da alma, no rumo do conhecimento
e da virtude, da experiência e da elevação.
Zonas sem estradas que lhes intensifiquem o
serviço e o transporte são regiões de economia paralítica. Cristãos que não
aproveitam o caminho do Senhor para alcançarem a legítima prosperidade
espiritual são criaturas voluntariamente condenadas à estagnação.”
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