Mestre?
Jesus.
por P.A. da Costa Correia
Reformador (FEB) Agosto
1972
“Nem vos chameis
mestres, porque um só é o vosso Mestre.”
Seria
inquestionavelmente o Espiritismo uma religião dogmática, se fosse orientado pelo engenho
humano.
Não. No Espiritismo, não há e nem pode haver mestre e
isso se tem afirmado da tribuna e pelas colunas dos jornais espíritas.
Agora mesmo, o nosso confrade Cairbar Schutel, em artigo
de fundo pelo “0 Clarim” de 30 de abril p. findo, sob o título – “Um só Mestre,
Um só Senhor!” - disse mais uma vez, como todos os espíritas estudiosos têm
dito, que o Mestre é - Jesus.
Kardec, o escolhido para arrancar, por orientação dos
Mensageiros de Luz, o véu das parábolas com que o Cristo de Deus cobriu os seus
ensinos, em consequência da ignorância que envolvia as mentalidades daquela
época, Kardec, repetimos, diz claramente que a Doutrina Espírita não obedece à orientação
do homem e essa sábia afirmativa do iluminado codificador, vemo-la real e
perfeitamente confirmada no célere e maravilhoso progresso que o Espiritismo
vai realizando no seio dos povos civilizados e cultos.
O que é fato é que essa doutrina, que vem arrancando o
homem dos charcos do crime em todas as suas modalidades, não estaria sempre
triunfante dos farisaicos ataques dos escravos do capricho, dos inimigos da
Luz, do Amor e da Verdade, se, para orientar os que a seguem, dependesse de
mestres e bispos, conforme à opinião de um irmão nosso. Não. O Espiritismo
deixaria de ser a bússola que é se do seio de seus adeptos surgissem corifeus (chefe
de um coro).
A respeito de tão grave assunto ouçamos a palavra
impecável de dois dos Apóstolos do Humilde Filho de Maria, a Virgem:
“Se alguém quiser ser o primeiro, seja o derradeiro de
todos e o servo de todos”. (Marcos, XI, 35).
“Nem vos chameis de mestres, (1) porque um só é vosso
Mestre, que é o Cristo.” (Mateus. XXIII, 10).
(1) Tratando-se de religião.
Diante de tão
sábios ensinos, vemos claramente que: religião com mestres é religião humana.
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