quarta-feira, 3 de junho de 2020

Fraternidade



Fraternidade
Emmanuel por Chico Xavier
Reformador (FEB) Março 1952

            “Amemo-nos uns aos outros.” João, I João, 4:7

            Nem um só monumento do passado revela o espírito de fraternidade nas grandes civilizações que precederam o Cristianismo.
            Os restos do Templo de Karnac, em Tebas, se referem à vaidade transitória.
            Os resíduos do Circo Máximo, em Roma, falam de mentirosa dominação.  
            As ruínas da Acrópole, em Atenas, se reportam ao elogio da inteligência sem amor.
            Santuários e castelos, arcos de triunfo e muralhas preciosas, hoje relegados à miséria
ao abandono, atestam a passagem da discórdia, da prepotência e da fantasia.
            Antes do Cristo, não vemos sinais de instituições humanitárias de qualquer natureza, porque, antes d'Ele, o órfão era pasto à escravidão, as mulheres sem títulos eram objeto de escárnio, os doentes eram atirados aos despenhadeiros da imundícia e os fracos e os velhos eram condenados à morte sem comiseração.
            Aparece Jesus, porém, e a paisagem social se modifica.
            O povo começa a envergonhar-se de encaminhar os enfermos ao lixo, de decepar as mãos dos prisioneiros de vender mães escravas, de cegar os cativos utilizados nos trabalhos de rotina doméstica, de martirizar anciãos e zombar dos humildes e dos tristes.
            Um novo mundo começa...  
            Ao influxo do Divino Mestre, o homem passa a enxergar os outros homens.
            O lar, a maternidade, o berçário, a escola, o hospital, o asilo, são recintos sagrados e um novo gênio de luz ergue-se muito acima daqueles que se faziam respeitar pela espada, pelo sangue, pela sagacidade e pela força, para governar as almas na Terra.
            Sem palácio e sem trono, sem coroa e sem títulos, o gênio da Fraternidade penetrou o mundo pelas mãos do Cristo, e, sublime e humilde, continua, entre nós, em silêncio, na divina construção do Reino do Senhor.



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