Calvário acima
Agar por Chico Xavier
Reformador (FEB) Janeiro
1958
O calvário das
provas terrenas é o preço de nossa ressurreição.
Agradeçamos a poeira da senda que atravessamos sob o peso
da cruz, bendizendo as chagas que nos purificam o coração.
A dor revela júbilos sublimes como a noite descerra as maravilhas
celestiais.
Tenhamos coragem, ainda e sempre.
Enquanto escalamos o monte da redenção, o suor e o pranto
da fadiga nos expurgam a face, muita
vez, enevoando-nos a visão; contudo, atingiremos o Alto e, de joelhos,
abençoaremos os espinhos que nos dilaceram e as pedras que nos feriram.
Decerto, no jardim humano, o perfume das flores passageiras
nos entontece, mas, no escabroso caminho da ascensão espiritual, nossas flores
mais belas são as que desabrocham da compreensão e do amor que nunca morrem.
Busquemos a alegria recôndita das almas que gradativamente,
se libertam dos compromissos com a sombra e acariciam as promessas da luz e desfrutaremos
a divina serenidade daqueles que selam na renúncia e no sofrimento a certeza da
própria renovação.
Continuemos lembrando o Eterno Benfeitor que passou na Terra
como sendo o “Amor não amado”... Nem por isso deixou Jesus de estender a bênção
do serviço a todos no soerguimento do bem. Levantando os tristes e curando os
doentes; ajudando e amparando sem descansar, não dispunha de uma pedra onde
repousar a dolorida cabeça.
Seja o Cristo nosso exemplo constante! Recordemo-lo, em
todas as nossas horas, para que o tempo não seja para nós um empréstimo frustrado
e procuremo-lo, cada dia, a fim de que saibamos desculpar infinitamente e servir
em esmorecer.
Nossas dificuldades são nossos guias. e os aguilhões do mundo,
criando em nós desencanto e ansiedade, são
as bênçãos de luz que nos incentivam a procura do Céu.
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