O Purgatório
Redação
Reformador (FEB) Dezembro 1929
A respeito de tão momentoso assunto lemos na ‘A Luz’, periódico protestante que se
publica em Nova Friburgo, sob a direção do pastor local, rev. Armando Ferreira,
ativo propagandista das letras bíblicas
e talentoso escritor as seguintes informações:
"Por
muito boa vontade que se tenha, não é possível aceitar-se a UNIDADE da Igreja, tão proclamada pelos padres por causa das verdades históricas.
Entre outras doutrinas da Igreja se desfazem a sua tão celebrada unidade está
a do PURGATÓRIO. Essa doutrina aceita, defendida e ensinada pelo Clero
hoje era DESCONHECIDA dos padres e da Igreja grega (1). O quinto Concilio ecumênico
– ano 553 – condenou o purgatório, Santo Agostinho foi também, contrário a ele,
declarando: “DESCONHECEMOS completamente outro terceiro lugar; ainda mais. SABEMOS
que a Escritura não fala de tal lugar! (Aug. Hyrog. 1,5 tom VIII). Outros teólogos
da Igreja têm declarado que o purgatório é uma invenção. Borns, católico atesta:
“A punição do purgatório é uma coisa de opinião humana QUE NAO SE PODE PROVAR
nem pelas Escrituras, nem pelos padres primitivos e Concílios. Bruys, também católico, declara: “Aquilo que hoje em
dia se crê do purgatório, fora DESCONHECIDO AOS APÓSTOLOS e AOS PRIMEIROS FIÉIS
(Bruys v. 1 pag. 578). Não obstante isso
tudo, o Concílio de Florença, em 1439, fez do purgatório um dogma e o Concilio
de Trento, em 1545, confirmou-o!
Como
poderemos aceitar uma unidade assim? Impossível!"
Sem tomar parte no debate que talvez esteja acima de
nossa competência nem interferir num assunto que apresentamos a título ilustrativo,
desejaríamos, no entanto, que “A Luz” nos explicasse onde deveria o Concílio de
Florença arrumar as almas que, por ter pecados, não devessem ir para o céu, mas
que por serem os mesmos pecados, pequenas faltas ou pecadilhos não merecessem o
inferno.
Parece-nos, que se Santo Agostinho foi contrário ao
Purgatório, e as Escrituras não o aceitam, bem andou o Concilio que reparou uma
injustiça, arrancando ao averno (inferno) aquele que não tinham culpas capazes de os
porem a arder pelos séculos em fora.
(1) Antigamente a Igreja Grega e a Romana eram UMA
SÓ comunidade. Mais tarde, a igreja grega cindiu-se por causa de doutrina.
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