domingo, 26 de abril de 2020

O Purgatório



O Purgatório
Redação 
Reformador (FEB) Dezembro 1929

            A respeito de tão momentoso assunto lemos na ‘A Luz’, periódico protestante que se publica em Nova Friburgo, sob a direção do pastor local, rev. Armando Ferreira, ativo propagandista das letras bíblicas e talentoso escritor as seguintes informações:

            "Por muito boa vontade que se tenha, não é possível aceitar-se a UNIDADE da Igreja, tão proclamada pelos padres por causa das verdades históricas. Entre outras doutrinas da Igreja se desfazem a sua tão celebrada unidade está a do PURGATÓRIO. Essa doutrina aceita, defendida e ensinada pelo Clero hoje era DESCONHECIDA dos padres e da Igreja grega (1). O quinto Concilio ecumênico – ano 553 – condenou o purgatório, Santo Agostinho foi também, contrário a ele, declarando: “DESCONHECEMOS completamente outro terceiro lugar; ainda mais. SABEMOS que a Escritura não fala de tal lugar! (Aug. Hyrog. 1,5 tom VIII). Outros teólogos da Igreja têm declarado que o purgatório é uma invenção. Borns, católico atesta: “A punição do purgatório é uma coisa de opinião humana QUE NAO SE PODE PROVAR nem pelas Escrituras, nem pelos padres primitivos e Concílios.  Bruys, também católico, declara: “Aquilo que hoje em dia se crê do purgatório, fora DESCONHECIDO AOS APÓSTOLOS e AOS PRIMEIROS FIÉIS (Bruys v. 1 pag. 578). Não  obstante isso tudo, o Concílio de Florença, em 1439, fez do purgatório um dogma e o Concilio de Trento, em 1545, confirmou-o!

            Como poderemos aceitar uma unidade assim? Impossível!"

            Sem tomar parte no debate que talvez esteja acima de nossa competência nem interferir num assunto que apresentamos a título ilustrativo, desejaríamos, no entanto, que “A Luz” nos explicasse onde deveria o Concílio de Florença arrumar as almas que, por ter pecados, não devessem ir para o céu, mas que por serem os mesmos pecados, pequenas faltas ou pecadilhos não merecessem o inferno.

            Parece-nos, que se Santo Agostinho foi contrário ao Purgatório, e as Escrituras não o aceitam, bem andou o Concilio que reparou uma injustiça, arrancando ao averno (inferno) aquele que não tinham culpas capazes de os porem a arder pelos séculos em fora.

            (1) Antigamente a Igreja Grega e a Romana eram UMA SÓ comunidade. Mais tarde, a igreja grega cindiu-se por causa de doutrina.

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