sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Orai e Vigiai



Orai e Vigiai

26,36  Retirou-se Jesus com eles para um  lugar  chamado  Getsêmani  e disse-lhes:
“Assentai-vos aqui enquanto Eu vou ali orar.” 
26,37  E, tomando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu (Tiago e João), começou  a  entristecer-se e  angustiar-se. 
26,38  Disse-lhes, então : “-Minha alma está numa angústia profunda, que pode até me matar. Fiquem  aqui  em  vigília comigo.”
26,39  E, indo um pouco à frente, prostrou-se com o rosto em terra e rezou: “ -Meu Pai, se for possível, afastai de mim este cálice! Mas, não aconteça como Eu quero, mas sim como Vós quereis!” 
26,40 E voltando para os seus discípulos, achou-os adormecidos e disse a Pedro: Então, nem uma hora pudeste velar comigo? 
26,41 Vigiai e Orai, para não cairdes em tentação, porque o espírito está disposto para o bem, mas a natureza é fraca!                                                                                         
26,42  Retirou-se, de novo, e, pela segunda vez, rezou: “ -Meu Pai, se este cálice não pode passar sem que Eu o beba, seja como Vós quereis! 
26,43  Em seguida, voltou e encontrou-os dormindo, pois eles tinham os olhos pesados de sono. 
26,44  Deixando-os, retirou-se e rezou pela terceira vez,, repetindo as mesmas palavras. 26,45  Depois, voltou para junto dos discípulos e lhes disse: “ -Agora podem continuar a dormir e a descansar, Está chegando a hora e o filho do homem vai ser entregue às  mãos dos pecadores.
26,46  Levantem-se! Vamos!  Está perto aquele que vai me entregar!”    
                                                                
        Para Mt (26,41) - Orai e Vigiai, encontramos em “Caminho, Verdade e Vida” de Emmanuel por Chico Xavier, o que se segue:

            “Jesus  veio à Terra acordar os homens para a vida maior.

            É interessante lembrar, todavia, que, em sentindo a necessidade de alguém para acompanhá-lo no supremo testemunho, não convidou seguidores tímidos ou beneficiados da véspera e, sim, os discípulos conscientes das próprias obrigações.

             Entretanto, esses mesmos dormiram, intensificando a solidão do Divino Enviado.

            É indispensável rememoremos o texto evangélico para considerar que o Mestre continua em esforço incessante e prossegue convocando cooperadores devotados à colaboração necessária. Claro que não confia tarefas de importância fundamental a Espíritos inexperientes ou ignorantes; mas, é imperioso reconhecer o reduzido número daqueles que não adormecem no mundo, enquanto Jesus aguarda resultados da incumbência que lhes foi cometida.

            Olvidando o mandato de que são portadores, inquietam-se pela execução dos próprios desejos, a observarem em grande conta os dias rápidos que o corpo físico lhes oferece. Esquecem-se de que a vida é a eternidade e que a existência terrestre não passa simbolicamente de “uma hora.” Em vista disso, ao despertarem na realidade espiritual, os obreiros distraídos choram sob o látego da consciência e anseiam pelo reencontro da paz do Salvador, mas ecoam-lhes ao ouvido as palavras endereçadas a Pedro: Então, nem por uma hora pudeste velar comigo?

            E, em verdade, se ainda não podemos permanecer com o Cristo, ao menos uma hora, como pretendermos a divina união para a eternidade?”

            Ainda para (Mt 26,41) -Orai e Vigiai - tomemos nota das recomendações de André Luiz por Waldo Vieira, em...

Conduta Espírita perante a oração...

            -Proferir a prece inicial e a prece final nas reuniões doutrinárias, facilitando-se, dessa forma, a ligação com os Benfeitores da Vida Maior. A prece entrelaça os Espíritos.

            -Quanto possível, abandonar as fórmulas decoradas e a leitura maquinal das “preces prontas”, e viver preferentemente as expressões criadas de improviso, em plena emotividade, na exaltação da própria fé. Há diferença fundamental entre orar e declamar.

            -Abster-se de repetir em voz alta as preces que são proferidas por amigos outros nas reuniões doutrinárias. A oração, acima de tudo, é sentimento.

            -Prevenir-se contra a afetação e o exibicionismo ao proferir essa ou aquela prece, adotando concisão e espontaneidade em todas elas, para que não se façam veículo de intenções especiosas. Fervor d’alma, luz na prece.

            -Durante os colóquios da fé, recordar todos aqueles a quem tenhamos melindrado ou ferido, ainda mesmo inconscientemente, rogando-lhes, em silêncio e a distância, o necessário perdão de nossas faltas. Os resultados da oração, quanto os resultados do amor, são ilimitados.

           -Cancelar as solicitações incessantes de benefícios para si mesmo, centralizando o pensamento na intercessão em favor dos menos felizes. Quem ora em favor dos outros, ajuda a si próprio. Controlar a modulação da voz nas preces públicas, para fugir à teatralidade e à convenção. O sentimento é tudo.”

            Para  Mt  (26,41) -Vigiai e orai...- tomemos a orientação de Emmanuel por Chico Xavier, em “Fonte Viva”:

            “As mais terríveis tentações decorrem do fundo sombrio de nossa individualidade, assim como o lodo mais intenso, capaz de tisnar o lago, procede do seu próprio seio. 

            Renascemos na Terra com as forças desequilibradas do nosso pretérito para as tarefas do reajuste.  

              Nas raízes de nossas tendências, encontramos as mais vivas sugestões de inferioridade. 

            Nas íntimas relações com os nossos parentes, somos surpreendidos pelos mais fortes motivos de discórdia e luta.

             Em nós mesmos podemos exercitar o bom ânimo e a paciência , a fé e a humildade.

             Em contato com os afetos mais próximos, temos copioso material de aprendizado para fixar em nossa vida os valores da boa vontade e do perdão, da fraternidade pura e do bem incessante.

            Não te proponhas, desse modo, atravessar o mundo, sem tentações. Elas nascem contigo, assomam de ti mesmo e alimentam-se de ti, quando não as combates, dedicadamente, qual o lavrador sempre disposto a cooperar com a terra da qual precisa extrair as boas sementes.

            Caminhar do berço ao túmulo, sob as marteladas da tentação, é natural. Afrontar obstáculos, sofrer provações, tolerar antipatias gratuitas e atravessar tormentas de lágrimas são vicissitudes lógicas da experiência humana.

            Entretanto, lembremo-nos do ensinamento do Mestre, vigiando e orando, para não sucumbirmos às tentações, de vez que mais vale chorar sob os aguilhões da resistência que sorrir sob os narcóticos da queda. ”

            Coroando as contribuições sobre o tema - Oremos  e  Vigiemos-  fomos buscar, em
 “Veleiro de Luz” a palavra do Dr. Bezerra de Menezes, por Mª Cecília Paiva:

            “No mar revolto da vida, quando as populações buscam para seu regozijo, entretenimentos vários, quando a nau humana quase soçobra, sem um porto de salvação, sem bússola, sem fé, quando homens e mulheres esquecem os sagrados deveres da vida e no tombadilho da distração perdem a jóia preciosa do tempo, e as crianças crescem como aves desgarradas dos ninhos, prontas a naufragarem, quando a metralhadora é o divertimento favorito, enfim quando a Humanidade terrestre sente o abraço de Caim e busca o festim de Baltazar, olvidando a hora angustiosa que por certo se aproximará, é preciso e forçoso que os obreiros do Cristo perseverem firmes, trabalhando incessantemente, sem desânimo.

            Obreiros, sob quaisquer títulos, sejam como médium, radiotelegrafistas do grande além, sejam assistentes técnicos ou profissionais variados, é necessário que a harmonia do conjunto auxilie a grande massa humana a suportar o choque do resgate.

            Irmãos que recebeis as mensagens de amor, oração, vigilância, caridade, paz e progresso, que vos sintonizais com os amigos de mais alto, que sentis a esperança acalentando os corações, que sabeis o momento como oportunidade preciosa para a vossa redenção, que vos comprometestes como soldados briosos a substituir aqueles que já seguiram mais avante, tomai sentido cada instante, usai o silêncio e a fé como bússola, a caridade como apoio e enfrentai a grande batalha que se trava no nosso planeta entre as forças positivas e negativas, o bem e o mal, a dor e a alegria, a luz e a treva.

            Não ignorais que Cristo é vosso comandante, vosso arrimo, a Luz Auroral de vosso futuro.

            A luta é grande, a tempestade varre os domínios terrestres, a flor do bem murcha nos corações fracos e mal dispostos.

            Todavia, a Estrela fulgurante da manhã, não tardará a iluminar os caminhos terrestres, as ondas bravias cederão lugar ao remanso, a paz voltará, porque Cristo é a Suprema Esperança do vosso planeta.

            No silêncio de nossos corações, comunicando-nos com as Forças do Bem em busca de orientação mais alta, busquemos o Cristo de Deus, confiados no porvir e na glória que espera todos aqueles que sabem sobrepujar suas fraquezas e vencer com denodo os seus erros, vindos como manchas seculares de um passado longínquo.

            Avante, irmãos. A hora sexta se aproxima. Jesus nos espera. Oremos e vigiemos.”   

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