Jesus e Caifás
26,57
Os que prenderam Jesus, levaram-no à casa do sumo sacerdote Caifás, onde
os escribas e os anciãos estavam reunidos.
26,58
E Pedro o seguiu, de longe, até o pátio do sumo-sacerdote e, entrando,
assentou-se enter os criados para ver o fim.
26,59 O sumo sacerdote e todo o Sinédrio procuravam
um falso testemunho contra Jesus, a fim de condená-lo a morte.
26,60 mas não encontravam nenhum, embora se
tivessem apresentado muitas falsas testemunhas. Por fim, apresentaram-se duas
26,61 que afirmaram: Este homem disse: “
-Posso destruir o templo e reconstruí-lo em três dias!”
26,62 Levantando-se então, perguntou-Lhe o sumo
sacerdote:
-Nada respondes ao
que eles depõem contra Ti?
26,63 Jesus,
porém, continuava calado. Então o sumo sacerdote lhe disse: -Eu Te conjuro pelo
Deus vivo, que nos digas se és o Messias, o Filho de Deus.
26,64 Jesus respondeu: “-Isso mesmo. E digo mais:
De agora em diante, vocês verão o Filho sentado à direita do Poderoso e vindo
sobre as nuvens do céu.”
26,65 O sumo sacerdote então rasgou as vestes, exclamando: - Blasfemou! Para que precisamos de mais
testemunhas Vocês acabaram de ouvir
neste instante a blasfêmia!
26,66 Qual a
opinião? Eles responderam: Merece a morte!
26,67 Começaram a cuspir-lhe no rosto e a dar-lhe
socos e tapas, dizendo:
26,68 Mostra que és profeta, ó Messias! Quem Te bateu?
Para
Mt (26,57-68) -A Dignidade de Um Filho de Deus -, leiamos Luiz Sérgio por Irene Pacheco
Machado, em “Dois Mundos Tão Meus”:
“...Dalí, dirigi-me até a
Universidade, onde a turma já se encontrava.
Acomodei-me na minha cadeira e com
emoção assisti Jesus a caminhar ao lado dos discípulos, em direção a Getsemani.
Jesus conversava, orientando os discípulos, porém ao chegar em Getsemani o Seu
semblante turvou-Se de preocupação.
Próximo à entrada do Horto das Oliveiras,
Jesus deixou Seus discípulos, com exceção de três, levando consigo Pedro, Tiago
e João, penetrando pelos lugares mais retirados do jardim. Jesus sempre pedia a
presença desses três apóstolos e, naquele dia, Ele precisava deles para passar
a noite em oração. Jesus desejava que o povo mudasse o comportamento egoísta e
mau.
Naquela noite,
Ele orava pela Humanidade, pedindo por ela. Mas Cristo não pode contar com
aqueles apóstolos, pois, sonolentos, deixaram-se levar pelo sono, ficando
Cristo a orar sozinho.
Eles julgavam que o Mestre nunca
sofreria nem seria aprisionado. E, com surpresa, viram-nO preso.
Os três, apavorados, não sabiam o
que estava acontecendo: O Cristo de Deus sendo levado pelos guardas. Já passava
da meia noite e os gritos de vaia da turba que O seguia faziam-se ouvir.
Jesus foi conduzido ao palácio de
Anás. Anás era o cabeça da família sacerdotal em exercício e, em deferência à
sua idade, reconhecido pelo povo como sumo sacerdote.
Buscava-se e se cumpria seu
conselho como sendo a voz de Deus.
Tão poucos, entre os sacerdotes e
príncipes, ficaram convencidos dos ensinamentos do Cristo; unicamente pelo
temor, não o confessavam. Eles bem lembravam da pergunta de Nicodemos: Porventura condena a nossa lei um homem sem primeiro o ouvir e
ter conhecimento do que fêz? (João 7,51).
Pacientemente, escutava Jesus os
contraditórios testemunhos. Uma palavra sequer proferia em defesa própria. Os
adversários viram-se num emaranhado, ao mesmo tempo confusos e enfurecidos, mas
mesmo assim acusavam-nO e esperavam o momento para condená-lO.
Embora oprimido, permaneceu calado.
A dignidade de um filho de Deus estampava-se no semblante de Jesus. Seus
acusadores eram terríveis, mas com que nobreza Ele enfrentou aquela turba
enfurecida! Foi-Lhe jogado à cabeça um pano velho e seus perseguidores batiam-Lhe
no rosto, dizendo: “profetiza-nos, Cristo, quem te bateu?” Ao ser retirado o
pano, um pobre infeliz cuspiu-Lhe no rosto.
Neste momento foi encerrada a aula.
Fui um dos últimos a sair...”
Para
Mt (25,58) -O Fracasso de Pedro - , encontramos em “Caminho, Verdade e Vida” de Emmanuel por
Chico Xavier, o que se segue:
“O fracasso, como qualquer êxito,
tem suas causas positivas.
A
negação de Pedro sempre constitui assunto de palpitante interesse nas
comunidades do Cristianismo. Enquadrar-se-ia a queda moral do generoso amigo do
Mestre num plano de fatalidade? Por que se negaria Simão a cooperar com o
Senhor em minutos tão difíceis?
Útil, nesse particular, é o exame de
sua invigilância.
O fracasso do amoroso pescador
reside aí dentro, na desatenção para com as advertências recebidas. Grande
número de discípulos modernos participam das mesmas negações, em razão de
continuarem desatendendo.
Informa o Evangelho que, naquela
hora de trabalhos supremos, Simão Pedro seguia o Mestre “de longe,” ficou no
“pátio do sumo-sacerdote”, e “assentou-se entre os criados” deste, para “ver o
fim.”
Leitura
cuidadosa do texto esclarece-nos o entendimento e reconhecemos que, ainda
hoje, muitos amigos do Evangelho prosseguem caindo em suas aspirações e
esperanças, por acompanharem o Cristo à distância, receosos de perderem
gratificações imediatistas; quando chamados a testemunho importante, demoram-se
nas vizinhanças da arena de lutas redentoras, entre os servos das convenções
utilitaristas, assestando binóculos de exame, a fim de observarem como será o
fim dos serviços alheios.
Todos os aprendizes, nessas
condições, naturalmente fracassarão e chorarão amargamente.”
O Testemunho de Caifás
O Reformador de 16 de julho de 1920
refere-se a comunicações recebidas em sessões públicas em 4 de maio e em
1º de junho do mesmo ano que registramos
seja pelo seu conteúdo doutrinário seja pela originalidade. Reproduzimos, a
seguir, a de Caifás. Reafirma-se, pelo Espiritismo, a redenção inexorável de
todas as almas.
“ Paz em nome do Manso
Cordeiro de Deus. A terra nos tempos idos em que ali vivi com o nome de Caifás era uma amontoado de trevas: -
Trevas nas consciências, trevas nos templos, trevas por toda a parte, na
própria atmosfera que a envolvia.
Educado na lei de Moisés, onde aprendi a saldar contas
pelo - olho por olho, dente por dente - dominado pelo orgulho e pelo egoísmo,
entendi que, como Sumo Sacerdote, empunhando o cetro do verdadeiro
representante de Deus na Terra, Aquele Homem que pregava uma doutrina de amor e
de perdão, portanto de fraternidade, vinha despojar-me de minhas prerrogativas
de Sumo Pontífice, arrebatar de minhas mãos o domínio das consciências, que eu
manejava de acordo com os meus interesses de ocasião.Fui assim o principal
culpado daquela horrenda tragédia, supondo que, com o fazer baquear o Homem ,
ficasse ipso-facto extinta a doutrina que Ele personificava.
Não contava eu com a potência superior que tudo governa e
que O tinha enviado. Estive perto da luz do mundo e deixei que em trevas
permanecesse a minha consciência impura e, por instigação minha, foi levado ao
Gólgota o Enviado de Deus.
Ah!, Meus amigos, ao abandonar o ergástulo da carne e ao
ver-me envolto na mais espessa escuridão, quando pensava que, devido ao lugar
que ocupava, um outro especial me estivesse destinado, desfizeram-se as minhas
ilusões e, ao começar a sofrer as conseqüências dolorosas de minha falta,
irrompeu no meu íntimo o arrependimento sincero produzido pela dor e pela vez
primeira reconheci ser o culpado principal do sacrifício do Justo.
Várias vezes voltei à terra onde expiei os meus crimes e,
graças a Jesus, o Seu perdão me aureolou à Fronte, o que reconheço pela paz que
me cerca e pela luz que do meu espírito se irradia
Muitos de vós, ao ouvirem pronunciar o meu nome o
maldizem, não relembrando de que o espírito pode regenerar-se e conquistar o
direito ao perdão de seu Deus.
A misericórdia do Senhor é tão grande que hoje me
escolheu para falar-vos e dar-vos os conselhos que, com a experiência do
sofrimento, adquiri, redimindo o meu espírito. Alerta, espíritas, compenetrai-vos da gravidade do momento que o planeta atravessa; não
deponhais a vossa cruz a margem do caminho e, haja o que houver, suceda o que
suceder, proclamai bem alto o nome sacrossanto de Jesus.
Irmanai-vos pelo sentimento de caridade e fazei com que
essa flor desabroche em vossos corações desprendendo odores de afetos que,
atingindo o vosso semelhante, irão recair em bênçãos sobre as vossas cabeças.
Fazei germinar em vossos espíritos a humildade que os exaltará perante o Senhor
e na fonte bendita que jorra de seu seio beber a largos tragos a linfa pura de
seu amor, que vos fará ressurgir para a verdadeira vida. É este o melhor
presente que vos pode hoje oferecer o vosso irmão em N. S. Jesus Cristo. Caifás
A
palavra, agora, é para Herodes:
“A
paz do Senhor seja convosco. Chegados são os tempos, irmãos meus, em que todos
aqueles que compartilharam da grande tragédia desenrolada na Judeia, venham
confessar publicamente os seus erros e os seus crimes. Os tempos chegaram em
que os comparsas dessa trama hedionda devem baixar as máscaras e, esmagando o
orgulho que os avilta, tornar-se humildes para que exaltados sejam no conceito
do Senhor.
Naquela época tenebrosa, sendo eu delegado, como Pilatos,
de Tibério César, aquele que me enviou, por deferência, embora meu inimigo
fosse até então, o Amor dos amores, para mim nesse tempo desconhecido. Uma vez
na minha presença, fiz-lhe diversas perguntas a que não respondeu. Resolvi
mandar vestir-lhe uma túnica branca, por escárnio, e devolvi-o a Pilatos, que
se encarregou de o entregar para ser crucificado.
O meu crime, porém, não foi menor do que daquele, pois
uma palavra minha o teria desviado desse ato.
Mas, a compaixão não encontrava guarida em meu coração.
Coração de fera, sentia mesmo um grande prazer em ver pagar com a vida aquele
que nenhuma importância me ligava, sabendo a posição que eu ocupava.
Dominado pelo orgulho, tripudiei sobre a inocência e
deixei que se consumasse o negregando crime. Assim havia de ser, porque o
escândalo tinha de dar-se. Mas ai daqueles por quem veio o escândalo. Continuei minha vida desregrada e morri no
pecado, repelindo a luz que o anjo me oferecia para iluminar o meu espírito.
Em uma série de sete encarnações, cada qual mais
cruciante, tive de saldar essa e outras dívidas do passado e, na grande
hecatombe de Paris, em que o povo exaltado para a reivindicação dos seus direitos
calcados aos pés, trucidou os nobres aos milhares, tombou a minha cabeça também
para que o sangue de meu corpo concorresse a estrumar o solo, servindo à futura
regeneração da humanidade.
Neste momento em que vos falo, descem em aluvião
espíritos de alta categoria ao vosso planeta, prepostos do Senhor à obra
grandiosa de sua transformação. E agora que alguma luz me envolve, agora que
algo mais conheço do que outrora, venho dizer-vos: Espíritas, filhos da Terra
de Santa Cruz, rendei graças ao Senhor dos mundos que permitiu fosse, pelo seu
bendito Filho Jesus, posto em vossas mãos o seu Evangelho, fonte da vida
eterna, manancial de água viva que saciará a vossa sede de amor e de justiça.
Bebei em largos haustos nesse Jordão sublime e reparti
com vossos irmãos, que ainda o desconhecem, para que sejam salvos.
Lembrai-vos que uma chave existe para abrir as portas do
céu - a caridade - e procurai erigir
em vosso corações um templo em que sacrifiqueis constantemente ao amor de nosso
Deus sobre todas as coisas e ao vosso próximo como a vós mesmos.
Assim tereis vencido a morte, num surto luminoso para a
vida eterna que é o seio amoroso de Jesus. Deus vos ilumine e dê paz.” Herodes
Sim me lembro de muito daquele passado distante que parte guardo em memória, que OPORTUNIDADE, mas estava tudo previsto desde os Salmos até em Isaías 53, O PAI, 'selecionou-nos', os mais aptos para tamanha sanha. Isto me abrasa a alma.
ResponderExcluirMuito bom. Edificante.
ResponderExcluirNascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei.
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