A Moeda Perdida - Parábola
15,8
“- Ou qual é a mulher que, tendo 10 dracmas e perdendo uma delas, não
acende a lâmpada, varre a sala e a busca diligentemente, até encontrá-la.
15,9 E, tendo-a encontrado, reúne as amigas e
vizinhas, dizendo: Regozijai-vos comigo, achei a dracma que tinha perdido.
15,10 Digo-vos que haverá muito júbilo
entre os anjos de Deus por um só pecador
que se arrependa”
Para
Lc (15,8-10) -A Moeda Perdida
- leiamos A. Sayão, em “Elucidações
Evangélicas”(Ed. FEB):
“O mesmo é o pensamento que ditou as
parábolas da ovelha desgarrada (Mateus
18,10-14 - Uma Ovelha em Cem) e
a da dracma perdida. Visam ao mesmo fim os ensinamentos que derivam de ambas.
Apenas, a da dracma objetiva, de modo especial, os pobres a quem Jesus se
dirigia. Ele viera em socorro dos que fraquejam, ou que, apavorados com os
obstáculos do caminho, retrocedem. O pai de família cuida com ternura do filho
doente e o coração se lhe alvorota de ventura quando o vê restabelecido.
Foi o
que fez o Filho bem amado do Pai durante a sua missão terrena. Era o que fazia,
antes que descesse a desempenhar essa missão, desde que o homem surgiu no
planeta, o que continuou a fazer, depois do desempenho daquela missão, e faz
ainda agora, por intermédio dos Espíritos do Senhor, que sempre trabalharam e
trabalham pelo progresso da nossa Humanidade. Todos os seus cuidados se hão
sempre concentrado e concentram nas suas ovelhas; exerce, porém, maior
vigilância sobre as que sofrem e as que um mau pastor deixou se perdessem. Ele
as procura e, quando a sua voz amorosa chega a ecoar no coração daquela que se
perdera, oh! então, o bom pastor corre para essa que respondeu ao seu
chamamento e, tomando-a nos braços, a reconduz ao aprisco, para que não mais se
aparte do rebanho.
Quanto ao símile da moeda perdida e
achada, perfeitamente se justifica que Jesus se haja servido dele, desde que
atentemos em que suas palavras eram dirigidas aos pobres, para os quais a mais
insignificante quantia tem grande importância, pelas dificuldades com que
logram ganha-la. Nada mais natural, portanto, do que a figurada alegoria da
mulher, ao encontrar a dracma cujo desaparecimento representaria talvez a perda
de uma parte do trabalho exaustivo a que se entrega o marido, para dar sustento
a uma porção de míseros filhinhos. Assim, o sentimento da mulher, na parábola,
sentimento que é desta o mecanismo, tem o maior interesse, porque visa tornar
compreensível à classe pobre que tudo o que estiver perdido, do ponto de vista
espiritual, deve ser buscado com ardor igual ao que a anima a procurar uma
moeda de pequeno valor e deve causar, quando encontrado, alegria idêntica à que
produz o achar-se a moeda que se perdera. Daí decorre que o arrependimento por havermos
desprezado as virtudes e, conseguintemente, por termos alimentado os vícios que
as substituíram, constitui o meio e o caminho de tornarmos a encontrar o que se
perdera e fará que nos sirvamos do que havíamos perdido e de novo achamos, para
alimentar nossa alma, a fim de que progrida moral e intelectualmente. Quão
grande não será a alegria que, assim
fazendo, proporcionaremos aos nossos protetores, aos nossos guias, aos
Espíritos do Senhor, anjos de Deus, na frase do nosso Divino Mestre, Jesus Cristo!
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