terça-feira, 23 de julho de 2019

Sepulcros Abertos



Sepulcros abertos
Emmanuel por Chico Xavier
Reformador (FEB) Janeiro 1951

Reportando-se aos espíritos transviados da luz asseverou Paulo que guardam a garganta por sepulcro aberto e, nessa imagem, podemos emoldurar muitos companheiros, quando se afastam da Estrada Real do Evangelho para os trilhos escabrosos do personalismo delinquente.

 Logo se instalam no império escuro do “eu”, olvidando as obrigações que nos situam no Reino Divino da Universalidade, transfigura-se lhe a garganta em verdadeiro túmulo descerrado. Deixam escapar todo o fel envenenado que lhes transborda do íntimo, à maneira dum vaso de lodo, e passam a sintonizar exclusivamente com os males que ainda apoquentam vizinhos, amigos e companheiros.

Enxergam apenas os defeitos, os pontos frágeis e as zonas enfermiças das pessoas de boa vontade que lhes partilham a marcha.

Tecem longos comentários no exame de úlceras alheias ao invés de cura-las.  
             
Eliminam precioso tempo em palestras compridas e ferinas, enegrecendo as intenções dos outros.

Sobrecarregam a imaginação de quadros deprimentes nos domínios da suspeita e da intemperança mental.

Sobretudo queixam-se de tudo e de todos.

Projetam emanações entorpecentes de má fé estendendo o desânimo e a desconfiança contra a prosperidade da santificação, por onde passam, crestando as flores da esperança e aniquilando os frutos imaturos da caridade.

Semelhantes aprendizes, profundamente desventurados pela conduta a que se acolhem, afiguram-se nos, de fato, sepulcros abertos...

Exalam ruínas e tóxicos de morte.

Quando te desviares, pois, para o resvaladiço terreno das lamentações e das acusações, quase sempre indébitas, reconsidera os teus passos espirituais e recorda que a nossa garganta deve ser consagrada ao bem, por instrumento vivo em que se expressará o Verbo Sublime do Senhor.  

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