Sepulcros abertos
Emmanuel por Chico Xavier
Reformador (FEB) Janeiro 1951
Reportando-se
aos espíritos transviados da luz asseverou Paulo que guardam a garganta por
sepulcro aberto e, nessa imagem, podemos emoldurar muitos companheiros, quando
se afastam da Estrada Real do Evangelho para os trilhos escabrosos do
personalismo delinquente.
Logo se instalam no império escuro do “eu”, olvidando
as obrigações que nos situam no Reino Divino da Universalidade, transfigura-se lhe
a garganta em verdadeiro túmulo descerrado. Deixam escapar todo o fel
envenenado que lhes transborda do íntimo, à maneira dum vaso de lodo, e passam
a sintonizar exclusivamente com os males que ainda apoquentam vizinhos, amigos e
companheiros.
Enxergam
apenas os defeitos, os pontos frágeis e as zonas enfermiças das pessoas de boa
vontade que lhes partilham a marcha.
Tecem
longos comentários no exame de úlceras alheias ao invés de cura-las.
Eliminam
precioso tempo em palestras compridas e ferinas, enegrecendo as intenções dos
outros.
Sobrecarregam
a imaginação de quadros deprimentes nos domínios da suspeita e da intemperança
mental.
Sobretudo
queixam-se de tudo e de todos.
Projetam
emanações entorpecentes de má fé estendendo o desânimo e a desconfiança contra a
prosperidade da santificação, por onde passam, crestando as flores da esperança
e aniquilando os frutos imaturos da caridade.
Semelhantes
aprendizes, profundamente desventurados pela conduta a que se acolhem, afiguram-se
nos, de fato, sepulcros abertos...
Exalam
ruínas e tóxicos de morte.
Quando
te desviares, pois, para o resvaladiço terreno das lamentações e das acusações,
quase sempre indébitas, reconsidera os teus passos espirituais e recorda que a
nossa garganta deve ser consagrada ao bem, por instrumento vivo em que se expressará
o Verbo Sublime do Senhor.
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