segunda-feira, 1 de julho de 2019

Pedro professa sua fé




6,67 Então, Jesus perguntou aos doze: -Quereis vos também retirar-vos?” 
6,68 Respondeu-Lhe Simão Pedro: -Senhor, para quem iríamos nós? Tu tens as palavras da vida eterna; 
6,69 e nós cremos e sabemos que Tu és o Filho de Deus! 
6,70 Jesus acrescentou: “-Não vos escolhi a vós, os doze? Contudo, um de vós é diabo!” 6,71 Ele se referia a Judas, filho de Simão Iscariotis, porque era quem o havia de entregar, não obstante ser um dos doze.


           Para Jo (6,68), -Para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna. -  tomemos  “Pão Nosso”, de Emmanuel por Chico Xavier:
                       
            “A medida que o Mestre revelava novas características de sua doutrina de amor, os seguidores, então numerosos, penetravam mais vastos círculos no domínio da responsabilidade. Muitos deles, em razão disso, receosos do dever que lhes caberia, afastaram-se, discretos, do cenáculo acolhedor de Cafarnaum.

            O Cristo, entretanto, consciente das obrigações de ordem divina, longe de violar os princípios da liberdade, reuniu a pequena assembléia que restava e interrogou aos discípulos:

            -Também vós quereis retirar-vos?

            Foi nessa circunstância que Pedro emitiu a resposta sábia, para sempre gravada no edifício cristão.

            Realmente, quem começa o serviço de espiritualidade superior com Jesus jamais sentirá emoções idênticas, a distância dEle. A sublime experiência, por vezes, pode ser interrompida, mas nunca aniquilada. Compelido em várias ocasiões por impositivos da zona física, o companheiro do Evangelho sofrerá acidentes espirituais submetendo-se a ligeiro estacionamento, contudo, não perderá definitivamente o caminho.

            Quem comunga efetivamente no banquete da revelação cristã, em tempo algum olvidará o Mestre amoroso que lhe endereçou o convite.

            Por este motivo, Simão Pedro perguntou com muita propriedade:

            -Senhor, para quem iremos nós?

            É que o mundo permanece repleto de filósofos, cientistas e reformadores de toda espécie, sem dúvida respeitáveis pelas concepções humanas avançadas de que se fazem pregoeiros; na maioria das situações, todavia, não passam de meros expositores de palavras transitórias, com reflexos em experiências efêmeras. Cristo, porém, é o Salvador das almas e o Mestre dos corações e, com Ele, encontramos os roteiros da vida eterna.”

            Para Jo (6,70) -o diabo - buscamos, na mesma fonte:

            “Quando a teologia se reporta ao diabo, o crente imagina, de imediato, o senhor absoluto do mal, dominando num inferno sem fim.

            Na concepção do aprendiz, a região amaldiçoada localiza-se em esfera distante, no seio de tormentosas trevas...

            Sim, as zonas purgatoriais são inúmeras e sombrias, terríveis e dolorosas, entretanto, consoante a afirmativa do próprio Jesus, o diabo partilhava os serviços apostólicos, permanecia junto dos aprendizes e um deles se constituíra em representação do próprio gênio infernal.

            Basta isso para que nos informemos de que o termo “diabo” não indicava, no conceito do Mestre, um gigante de perversidade, poderoso e eterno, no espaço e no tempo. Designa o próprio homem, quando algemado às torpitudes do sentimento inferior.

            Daí concluirmos que cada criatura humana apresenta certa percentagem de expressão diabólica na parte inferior da personalidade.

            Satanás simbolizará então a força contrária ao bem.

            Quando o homem o descobre, no vasto mundo de si mesmo, compreende o mal, dá-lhe combate, evita o inferno íntimo e desenvolve as qualidades divinas que o elevam à espiritualidade superior.

            Grandes multidões mergulham em desesperos seculares, porque não conseguiram ainda identificar semelhante verdade.

            E, comentando esta passagem de João, somos compelidos a ponderar: -Se, entre os doze apóstolos, um havia que se convertera em diabo, não obstante a missão divina do círculo que se destinava à transformação do mundo, quantos existirão em cada grupo de homens comuns na Terra?   
         

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