O Pão da
Vida
6,30 Perguntaram-Lhe: -Que sinal fazes Tu, para
que o vejamos e creiamos em Ti? Qual é a Tua obra?
6,31
Nossos pais comeram o maná no deserto, segundo o que está escrito:
“Deu-lhes a comer o pão vindo do céu (Salmo 77,24)”
6,32
Jesus respondeu-lhes: “ -Em verdade, em verdade vos digo: Moisés não vos
deu o pão do céu, mas o Meu Pai é quem vos dá o verdadeiro pão do céu.
6,33
Porque o pão de Deus é o pão que desce do céu e dá vida ao mundo”
6,34
Disseram-lhe: -Senhor, dá-nos sempre deste pão!
6,35
Jesus replicou: “ -Eu sou o pão da vida: Aquele que vem a mim não terá fome e aquele que crê em mim jamais
terá sede.
6,36
mas, já vos disse: Vós me vedes e não me credes...
6,37
todo aquele que o Pai me dá virá a mim: e o que vem a mim, não lançarei
fora 6,38 pois, desci do céu, não para
fazer a Minha vontade, mas a vontade Daquele que me enviou
6,39 ora, essa é a vontade Daquele que me
enviou: Que Eu não deixe perecer nenhum daquele que Me deu, mas que os
ressuscite no último dia
6,40 Esta é a vontade de Meu Pai; que todo
aquele que vê o Filho e Nele crê, tenha a vida eterna; e Eu o ressuscitarei no
último dia.”
Para Jo (6,30),
-Demonstrações do Céu - tomemos “Fonte Viva”(Ed. FEB), de Emmanuel por Chico
Xavier:
“Em todos os tempos, quando alguém na Terra
se refere às coisas do Céu, verdadeira multidão de indagadores se adianta
pedindo demonstrações objetivas das verdades anunciadas.
Assim é que os médiuns modernos são
constantemente assediados pelas exigências de quantos se colocam à procura da
vida espiritual.
Esse é vidente e deve dar provas
daquilo que identifica. Aquele escreve em condições supranormais e é
constrangido a fornecer testemunho das fontes de sua inspiração. Aquele outro materializa os
desencarnados e, por isso, é convocado ao teste público.
Todavia, muita gente se esquece de
que todas as criaturas do Senhor exteriorizam os sinais que lhes dizem
respeito.
O mineral é reconhecido pela
utilidade. A árvore é selecionada pelos frutos. O firmamento espalha mensagens
de luz. A água dá notícias do seu trabalho incessante. O ar asparge
informações, sem palavras, do seu poder na manutenção da vida.
E, entre os homens, prevalecem os mesmos imperativos. Cada irmão
de luta é examinado pelas suas características. O tolo dá-se a conhecer pelas
puerilidades. O entendido revela mostras de prudência. O melhor demonstra as
virtudes que lhe são peculiares.
Desse modo, o aprendiz do Evangelho,
ao solicitar revelações do céu para a jornada da Terra, não deve olvidar as
necessidades de revelar-se firmemente disposto a caminhar para o Céu. Houve dia
em que a turba vulgar dirigiu-se ao próprio Salvador que a beneficiava,
perguntando:
-Que sinal fazes Tu para que o
vejamos, e creiamos em Ti?
Imagina,
pois, que se ao Senhor da Vida foi dirigida semelhante interrogativa, que
indagação não se fará do Alto a nós outros, toda vez que rogarmos sinais do
Céu, a fim de atendermos ao nosso simples dever?”
Para Jo (6,32) -Meu
Pai vos dá o verdadeiro pão do Céu... - leiamos a Emmanuel
por Chico Xavier, em “Vinha de Luz” (Ed. FEB):
“Toda arregimentação religiosa na Terra não
tem escopo maior que o de preparar as almas, ante a grandeza da vida
espiritual.
Templos de pedra arruínam-se.
Princípios dogmáticos desaparecem. Cultos externos modificam-se. Revelações
ampliam-se. Sacerdotes passam.
Todos os serviços da fé viva
representam, de algum modo, aquele pão que Moisés dispensou aos Hebreus,
alimento valioso sem dúvida, mas que sustentava o corpo apenas por um dia, e
cuja finalidade primordial é a de manter a sublime oportunidade da alma em
busca do verdadeiro pão do Céu.
O Espiritismo Evangélico, nos dias
que correm, é abençoado celeiro desse pão. Em suas linhas de trabalho, há mais
certeza e esperança, mais entendimento e alegria.
Esteja, porém, cada companheiro
convencido de que o esforço pessoal no pão divino para a renovação, purificação
e engrandecimento da alma há de ser culto dominante no aprendiz ou
prosseguiremos nas mesmas obscuridades mentais e emocionais de ontem.
Observações de ordem fenomênica destinam-se ao olvido. Afirmativas doutrinárias
elevam-se para o bem. Horizontes do conhecimento dilatam-se ao infinito.
Processos de comunicação com o invisível progridem sempre.
Médiuns sucedem-se uns aos outros.
Se
procuras, pois, a própria felicidade, aplica-te com todas as energias ao
aproveitamento do pão divino que desce do Céu para o teu coração, através da
palavra dos benfeitores espirituais, e aprende a subir, com a
mente inflamada de
amor e luz, aos inesgotáveis celeiros do pão celestial. ”
O Pão da
Vida
6,41 Murmuravam então Dele os judeus, porque
dissera: “-Eu sou o pão que desci do céu.”
6,42 E perguntaram: Porventura não é Ele,
Jesus, o filho de José, cujo pai e mãe conhecemos? Como, pois, diz Ele, “ -Desci do céu!”
6,43 Respondeu-lhes Jesus: “ -Não murmureis
entre vós!
6,44
Ninguém pode vir a mim, se o Pai, que Me enviou, não o atrair, e Eu hei
de ressuscitá-lo no último dia
6,45 Está escrito nos profetas: “Todos serão ensinados por Deus” (Is.54,13).
Assim, todo aquele que ouviu o Pai
e foi por
Ele instruído, vem
a mim;
6,46 Não
que alguém tenha visto o Pai, pois só aquele que vem de Deus, esse é que viu o
Pai;
6,47 Em
verdade, em verdade vos digo: Quem crê
em mim tem a vida eterna;
6,48 Eu
sou o pão da vida;
6,49 Vossos pais, no deserto, comeram o maná e
morreram;
6,50
Este é o pão que desceu do céu, para que não morra todo aquele que dele
comer.”
Para
Jo (6,48), -Eu sou o pão da vida - tomemos “Palavras de Vida Eterna” (Ed. FEB), de Emmanuel por
Chico Xavier:
“Importante
considerar a afirmativa de Jesus, comparando-o ao pão.
Todos os povos, em todos os tempos,
se ufanam dos pratos nacionais. As mesas festivas, em todas as épocas,
banqueteiam-se com viandas exóticas. Condimentação excitante, misturas
complicadas, confeitos extravagantes, grande cópia de animais sacrificados. Às
vezes, depois das iguarias tóxicas, as libações de entontecer.
O pão, no entanto, é o alimento
popular. Ainda mesmo quando varie nos ingredientes que o compõem e nos métodos
de confecção em que se configura, é constituído de farinha amassada e vulgarmente
fermentada e que, depois de submetida ao calor do forno, se transforma em fator
do sustento mundial. Sempre o mesmo, na avenida ou na favela, na escola ou no
hospital. Se lhe adicionam outra espécie de quitute, entre duas fatias, deixa
de ser pão. É sanduíche. Se lançado à formação de acepipe que o absorva,
naturalmente desaparece.
O pão é invariavelmente pão.
Quando alguém te envolva no confete
da lisonja, insuflando-te vaidade, não te dês à superestimação dos próprios
valores. Não te acredites em condições excepcionais e nem te situes acima dos
outros.
Abraça
nos deveres diários o caminho da ascensão, recordando que Jesus - o Enviado
Divino e Governador Espiritual da Terra - não achou para si mesmo outra imagem
mais nobre e mais alta que a do pão puro e simples.”
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