Foi a Mim
que Vocês deixaram de o fazer...
25,31 “Quando o Filho vier na Sua glória, e
todos os anjos com Ele, sentar-se-á no seu trono glorioso.
25,32
Todas as nações se reunirão diante dele e ele separará uns dos outros, como o pastor separa
as ovelhas dos cabritos;
25,33
Colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda.
25,34
Então, dirá aos que estão à
direita: - Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do que vos está preparado .
25,35
Porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber;
era viajante peregrino e me acolhestes
25,36 Nu, e me vestistes; enfermo e me
visitastes; estava na prisão e viestes a mim
25,37 Perguntar-lhe-ão os justos: -Senhor, quando foi que Te vimos com fome e Te demos de comer? Com sede e Te demos de beber?
25,37 Perguntar-lhe-ão os justos: -Senhor, quando foi que Te vimos com fome e Te demos de comer? Com sede e Te demos de beber?
25,38 Quando foi que Te vimos peregrino e Te
acolhemos? Nu, e Te vestimos?
25,39
Quando foi que Te vimos enfermo
ou na prisão e Te fomos visitar?
25,40
Responderá o Filho: Em verdade vos digo que quantas vezes o fizestes a
um destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim o fizestes.”
Para Mt (25,31-34) -Foi
a Mim que vocês deixaram de o fazer-, lemos em “A
Gênese”, de Kardec, no Cap. XVII, o que se segue:
“Tendo que reinar na Terra o bem,
necessário é que dela sejam excluídos os Espíritos endurecidos no mal e que
possam acarretar-lhe perturbações. Deus permitiu que eles aí permanecessem o
tempo de que precisavam para se melhorarem; mas, chegado o momento em que, pelo
progresso moral de seus habitantes, o globo terráqueo tem de ascender na
hierarquia dos mundos, interdito será ele, como morada, a encarnados e
desencarnados que não hajam aproveitado os ensinamentos que uns e outros se
achavam em condições de aí receber. Serão exilados para mundos inferiores, como
o foram outrora para a Terra os da raça adâmica, vindo substitui-los Espíritos
melhores. Essa separação, a que Jesus presidirá, é que se acha figurada por
essas palavras sobre o juízo final: “Os bons passarão à minha direita e os maus
à minha esquerda.”
A doutrina de um juízo final, único
e universal, pondo fim para sempre à Humanidade, repugna à razão, por implicar
a inatividade de Deus, durante a eternidade que se seguirá à sua destruição.
Que utilidade teriam o Sol, a Lua e as estrelas que, segundo a Gênese, foram
feitos para iluminar o mundo? Causa espanto que tão imensa obra se haja
produzido para tão pouco tempo e a benefício de seres votados de antemão, em
sua maioria, aos suplícios eternos.
Materialmente, a ideia de um
julgamento único seria, até certo ponto, admissível para os que não procuram a
razão das coisas, quando se cria que a Humanidade toda se achava concentrada na
Terra e que, para seus habitantes, fora
feito tudo o que o Universo contém. É, porém, inadmissível, desde que se sabe
que há milhares de milhares de mundos semelhantes, que perpetuam as Humanidades
pela eternidade a fora e entre os quais a Terra é dos menos consideráveis,
simples ponto imperceptível.
Vê-se, só por este fato, que Jesus
tinha razão de declarar a seus discípulos “Há muitas coisas que não vos posso
dizer, porque não as compreenderíeis”, dado que o progresso das ciências era
indispensável para uma interpretação legítima de algumas de suas palavras.
Certamente, os apóstolos, S. Paulo e os primeiros discípulos teriam
estabelecido de modo muito diverso alguns dogmas se tivessem os conhecimentos
astronômicos, geológicos, físicos, químicos, fisiológicos e psicológicos que
hoje possuímos. Daí vem o ter Jesus
adiado a completação de seus ensinos e anunciado que todas as coisas haviam de
ser restabelecidas.
Moralmente, um juízo definitivo e
sem apelação não se concilia com a bondade infinita do Criador, que Jesus nos
apresenta de contínuo como um bom Pai, que deixa sempre aberta uma senda para o
arrependimento e que está sempre a estender os braços ao filho pródigo. Se Jesus entendesse o juízo naquele sentido,
desmentiria suas próprias palavras.
Ao demais, se o juízo final houvesse
de apanhar de improviso os homens, em meio de seus trabalhos ordinários, e
grávidas as mulheres, caberia perguntar-se com que fim Deus, que não faz coisa
alguma inútil ou injusta, que faria nascer crianças e criaria almas novas
naquele momento supremo, no termo fatal da Humanidade. Seria para submetê-las a
julgamento logo ao saírem do ventre materno, antes de terem consciência de si
mesmas, quando, a outros, milhares de anos foram concedidos para se inteirarem
do que respeita à própria individualidade?
Para que lado, direito ou esquerdo, iriam essas almas, que ainda não são
nem boas nem más e para as quais, no entanto, todos os caminhos de ulterior
progresso se encontrariam desde então fechados, visto que a Humanidade não mais
existiria?
Conservem-nas
os que se contentam com semelhantes crenças; estão no seu direito e ninguém
nada tem que dizer a isso; mas, não achem mau que nem toda gente partilhe
delas.
Para
Mt (25,40), -Foi a mim que vocês deixaram de o fazer... - tomemos “Conduta
Espírita” de André Luiz:
“
Conduta Espírita perante os doentes...
-Criar em torno dos doentes uma
atmosfera de positiva confiança, através de preces, vibrações e palavras de
carinho, fortaleza e bom ânimo. O trabalho de recuperação do corpo
fundamenta-se na reabilitação do Espírito.
-Mesmo quando sejam ligados
estreitamente ao coração, não se deixar abater à face dos enfermos, mas sim
apresentar-lhes elevação de sentimento e fé, fugindo a exclamações de pena ou
tristeza. O desespero é fogo invisível.
-Discorrer sempre que necessário
sobre o papel relevante da dor em nosso caminho, sem quaisquer lamentações
infelizes. A resignação nasce da confiança.
-Em nenhuma circunstância, garantir
a cura ou marcar o prazo para o restabelecimento completo dos doentes, em
particular dos obsidiados, sob pena de cair em leviandade. Antes de tudo vige a
Vontade Sábia do Pai Excelso.
-Dar atenção e carinho aos corações
angustiados e sofredores, sem falar ou agir de modo a humilhá-los em suas
posições e convicções, buscando atender-lhes às necessidades físicas e morais
dentro dos recursos ao nosso alcance. A melhoria eficaz das almas deita raízes
na solidariedade perfeita.
-Procurar com alegria, ao serviço da
própria regeneração, o convívio prolongado com parentes ou companheiros
atacados pela invalidez, pelo desequilíbrio ou pelas enfermidades pertinazes. O
antídoto do mal é a perseverança no bem.”
25,41 “Depois, dirá àqueles que estiveram à sua
esquerda: Afastem-se de mim! Ide para as trevas próprias dos espíritos pouco
evoluídos!
25,42 Pois Eu tive fome e vocês não Me deram comida; estive com sede e não Me deram de beber.
25,43 Fui estrangeiro e não Me receberam em suas casas; estive nu e não Me vestiram; estive doente e na prisão e não Me visitaram;
25,42 Pois Eu tive fome e vocês não Me deram comida; estive com sede e não Me deram de beber.
25,43 Fui estrangeiro e não Me receberam em suas casas; estive nu e não Me vestiram; estive doente e na prisão e não Me visitaram;
25,44 Também estes Lhe perguntarão: Quando foi,
Senhor, que Te vimos com fome ou com sede, ou viajante, ou nu, ou doente, ou na
prisão e não Te ajudamos?
25,45 E Ele lhes responderá: “Cada vez que
vocês deixaram de fazer uma dessas coisas a um destes meus irmãos humildes, foi
a Mim que vocês deixaram de o fazer.”
25,46 e, estes, irão para o resgate e os justos
para a vida...
Para Mt (25,31-46), encontramos
em “O
Evangelho...”, de Kardec, Cap. XV:
“No quadro que Jesus deu do
julgamento final, é preciso, como em muitas outras coisas, separar a figura e a
alegoria.
A homens como aqueles a quem falava,
ainda incapazes de compreenderem as coisas puramente espirituais, devia
apresentar imagens materiais, surpreendentes e capazes de impressionar; para
melhor ser aceito, devia mesmo não se afastar muito das ideias vigentes, quanto
à forma, reservando sempre para o futuro a verdadeira interpretação de suas
palavras e pontos sobre os quais não podia se explicar claramente. Mas, ao lado
dessa parte acessória e figurada do quadro, há uma idéia dominante: a da
felicidade que espera o justo e da infelicidade reservada ao mau.
“Nesse julgamento supremo, quais são
os considerandos da sentença? Sobre o que dirige o inquérito? O juiz pergunta se se cumpriu esta ou aquela
formalidade, observou mais ou menos tal ou tal prática exterior?
Não, ele
não inquire senão de uma coisa: a prática da caridade, e sentencia dizendo: Vós que assististes vossos irmãos, passai à direita;
vós que fostes duros para com eles, passai à esquerda.. Ele se informa da ortodoxia da fé? Faz uma distinção entre aquele que crê de um
modo e o que crê de outro? Não; porque
Jesus coloca o Samaritano, considerado herético, mas que tem o amor ao próximo,
acima do ortodoxo que falta com a caridade.
Jesus não fez, pois, da caridade somente uma
das condições de salvação, mas a única condição; se houvesse outras a serem
preenchidas ele as teria mencionado. Se coloca a caridade no primeiro plano das
virtudes, é porque ela encerra, implicitamente, todas as outras: a humildade, a
doçura, a benevolência, a indulgência, a justiça, etc.; e porque é a negação do
orgulho e do egoísmo.”
Para
Mt
(25,40) -Fazer Aos Pequeninos... - leiamos “Fonte Viva”:
“Não só pelas palavras, que podem
simbolizar folhas brilhantes sobre um tronco estéril. Não só pelo ato de crer,
que, por vezes, não passa de êxtase inoperante. Não só pelos títulos, que, em
muitas ocasiões, constituem possibilidades de acesso aos abusos. Não só pelas
afirmações de fé, porque, em muitos casos, as frases sonoras são gritos da alma
vazia.
Não nos esqueçamos do “fazer.”
A ligação com o Cristo, a comunhão com a Divina
Luz, não dependem do modo de interpretar as revelações do Céu. Em todas as
circunstâncias do seu apostolado de amor, Jesus procurou buscar a atenção das
criaturas, não para a forma do pensamento religioso, mas para a bondade humana.
A Boa Nova não prometia a paz da
vida superior aos que calejassem os joelhos nas penitências incompreensíveis,
aos que especulassem sobre a natureza de Deus, que discutissem as coisas do Céu
por antecipação, ou que simplesmente pregassem as verdades eternas, mas exaltou
a posição sublime de todos que disseminassem o amor, em nome do
Todo-Misericordioso.
Jesus
não se comprometeu com os que combatessem, em seu nome, com os que humilhassem
os outros, a pretexto de glorificá-lo, ou com os que lhe oferecessem culto
espetacular, em templos de ouro e pedra, mas sim afirmou que o menor gesto de
bondade, dispensado em seu nome, será sempre considerado, no Alto, como
oferenda de amor endereçada a ele próprio.”
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