A Oferta de uma Viúva
Mc 12,41
Jesus sentou-se defronte da caixa de esmolas e observava como o povo
colocava dinheiro nela; muitos ricos depositavam grandes quantias...
12,42 chegando um pobre viúva, lançou duas pequenas
moedas de valor e pequeno. 12,43 E Ele
chamou seus discípulos
e disse-lhes: “ -Em verdade vos digo, esta pobre viúva
ofertou mais do que todos os que depositaram na caixa;
12,44 porque todos colocaram do que tinham em
abundância; esta, porém, pôs da sua indigência, tudo o que tinha para o seu
sustento.”
Em
“O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de A. Kardec, lemos, em seu cap. XIII, o
trecho que segue, para
Mc (12,41-44):
“Muitas pessoas lamentam não poderem
fazer tanto bem quanto o gostariam, por falta de recursos suficientes, e se
desejam a fortuna é, dizem elas, para dela fazerem um bom uso. A intenção é
louvável sem dúvida, e pode ser muito sincera em alguns; mas é certo que seja
em todos completamente desinteressada? Não há aqueles que, desejando mesmo
fazer o bem aos outros, estariam bem contentes em começar a fazê-lo a si
mesmos, de se darem algumas alegrias a mais, de se proporcionarem um pouco um
pouco do supérfluo que lhes falta, sob a condição de darem o resto aos pobres?
Essa segunda intenção, dissimulada, mas que encontrariam no fundo do coração se
quisessem nele rebuscar, anula o mérito da intenção, porque... a verdadeira caridade pensa nos outros
antes de pensar em si.”
Para Mc (12,43)
- A Oferta de uma Viúva - leiamos “Livro da Esperança” de Emmanuel
por Chico Xavier:
Abracemos, felizes, as atividades
obscuras que a vida nos reserve. Grande é o sol que sustenta os mundos e grande
é a semente que nutre os homens.
Engenheiros planificam a estrada,
consultando livros preciosos no gabinete e, a breve tempo, larga avenida pode
surgir da selva. Entretanto, para que a realização apareça, tarefeiros
abnegados removem estorvos do solo e transpiram no calçamento.
Urbanistas esboçam a planta de
enorme edifício, alinhando traços nobres, ante a mesa tranquila e é possível
que arranha-céu se levante, pressuroso, acolhendo com segurança numerosas
pessoas. Todavia, afim de que a obra se erga, esfalfam-se lidadores suarentos,
na garantia dos alicerces.
Técnicos avançados estruturam as
máquinas que exaltam a industria e, com elas, é provável se eleve o índice da
evolução de povos inteiros. No entanto, para que isso aconteça, é indispensável
que operários valorosos exponham as próprias vidas, junto de fornos candentes
de ferro e aço.
Negociantes de prol arregimentam os
produtos da terra e por eles, conseguem formar a economia e o sustento de
grandes comunidades. Mas semelhante vitória comercial exige que anônimos
semeadores chafurdem as mãos no limo da gleba.
Não perguntes “quem sou eu?”, nem digas “-nada
valho!”.
Honremos o serviço que
invariavelmente nos honra, guardando-lhe fidelidade e ofertando-lhe as nossas
melhores forças, ainda mesmo quando se expresse, através de ocupação,
supostamente esquecida na retaguarda.
Nos princípios que regem o Universo,
todo trabalho construtivo é respeitável. Repara esse dispositivo da Lei Divina
funcionando em ti próprio.
Caminha e pensas de cabeça içada à
glória do firmamento, contudo, por ti mesmo, não avançarás para a frente, sem a
humildade dos pés.”
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