Misericórdia
Emmanuel por Chico Xavier
Reformador
(FEB) Agosto 1955
Não aguardes a queda espetacular do próximo,
nos despenhadeiros do crime ou do sofrimento para exercer o dom da misericórdia
que o Senhor cultivou em nossa fé.
Mais vale o amparo previdente na
preservação do equilíbrio, que o remédio de efeito problemático no reajuste.
Não desperdices teus minutos na expectação inoperante,
exclamando à frente dos problemas difíceis:
- Amanhã, farei alguma coisa.
- Depois, tentarei realizar.
- Um dia chegará...
- Quando a oportunidade surgir...
Ataca, hoje mesmo, o serviço da
fraternidade para que a compaixão não seja em teu espírito um ornamento inútil.
Sê misericordioso para com os que te
cercam.
Inicia a obra de benemerência, em tua
própria casa, distribuindo algumas palavras de incentivo com quem comunga teu
cálice de luta.
Ajuda aos velhos abnegados de teu caminho
com algum sorriso de compreensão, restaura a coragem na alma da esposa,
restabelece o bom ânimo do companheiro, auxilia os irmãos, usando a chave milagrosa
do carinho, e não te esqueças do apoio que os corações juvenis reclamam de tua
boa vontade e de tua experiência que o Cristo enriqueceu.
Há mil meios de praticar a misericórdia
cada dia...
Não olvides o silêncio para a calmaria, a bondade
para com todos, a gentileza incessante, a frase amiga que reconforta, a roupa
que se fez inútil para o teu corpo, suscetível de ser aproveitada pelo irmão
mais necessitado, o pão dividido, a prece em comum, a conversação edificante, o
gesto espontâneo de solidariedade...
Ninguém é tão pobre que não possa dar
alguma coisa aos semelhantes, e aquele que se compadece e ajuda cede ao próximo
algo de si mesmo.
Não te detenhas, portanto. Não admitas que
a incerteza ou o temor te imobilizem o passo.
Vale-te das horas e auxilia sempre, sem
ostentação de virtude, sem reclamação, sem alarde e a vida entesourará as tuas migalhas
de amor, delas formando a tua riqueza imperecível na bem-aventurança do Céu.
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