terça-feira, 20 de março de 2018

A Árvore do Evangelho



A Árvore do Evangelho
por Luiz Gomes da Silva
Reformador (FEB) Junho 1946

Jesus, em seus ensinos, deixou-nos lições imorredouras, que hão de atravessar séculos e mais séculos sem que percam o brilho significativo do seu esplendor. Uma das parábolas que muito nos tem dado que meditar, por nos dizer respeito, é a da figueira condenada pelo Mestre por não dar frutos e que possuía uma ramagem frondosa à cuja sombra procuravam abrigar-se do sol escaldante os pássaros do céu, Estes, porém, vasculhando as folhas em procura de figos para se alimentarem, e não os encontrando, eram forçados a abandoná-la, indo em busca de outra que além de folhas tivesse figos. É o que está acontecendo em nossos dias com as velhas Igrejas, ao serem abandonadas por seus adeptos, por não produzirem elas frutos que satisfaçam os que pensam e raciocinam.
Essas religiões dominam e imperam em algumas nações, às quais chamamos civilizadas. Prova de sua influência, tivemo-la há pouco, quando os representantes das nações unidas proclamaram, alto e bom som, que eram cristãos, e por essa razão não se reuniriam no dia de Sexta-feira Santa. Se assim procedessem, tão religiosamente, na prática dos evangelhos de Jesus, jamais provocariam guerras: suas consciências viveriam constantemente vibrando emocionadas pelo amor fraterno que deve unir todos os filhos de Deus. Mostram essas criaturas serem rígidas na observância dos dias santificados pelas igrejas ricas em bens terrestres e tão pobres em atos fraternais, benzendo canhões e espadas que hão de ferir e matar os seus semelhantes. Esquecidos do "Não matarás", os povos que se dizem cristãos, dominados pelo egoísmo, desencadeiam guerras devastadoras, que causam mais dano do que todos os terremotos e vulcões provocados pelas leis da Natureza. Ao contemplarmos os quadros de miséria que a guerra produziu, chegamos à conclusão de que os povos não terão mais fé nas igrejas, que, após séculos de domínio moral e religioso sobre a Humanidade, não foram capazes de impedir as guerras que têm ensanguentado os campos da Europa. Voltam-se então eles para o Espiritismo, em busca do conforto moral e espiritual que nas suas religiões não encontram. Não se conformam de modo algum com a maneira dolorosa, bárbara e selvagem, pela qual perderam os seus entes queridos.
O Espiritismo científico, filosófico e religioso, lhes diz que seus pais, seus irmãos e amigos não morreram; vivem eternamente, podendo com eles comunicarem-se, mantendo, no mesmo grau de elevação espiritual, o amor que os ligou na Terra. Aos espíritas do Brasil, como vanguardeiros da Boa-Nova que há de trazer a paz ao mundo, é-lhes confiada uma das mais grandiosas missões qual seja a de cuidar com afeto e carinho das milhares de figueiras, que são os centros espíritas espalhados por todo o País.
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E assim a ideia vai caminhando c vencendo os obstáculos da rotina.

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