A Derrubada
Casimiro Cunha
por Chico Xavier
Reformador (FEB) Junho 1943
Rangem troncos
seculares
À força do
lenhador.
É o machado
formidando
No impulso
renovador.
Toda a floresta se
agita
Nas terríveis
convulsões,
Continua a
derrubada
Que precede as
plantações,
Sol quente. Suor.
Serviço.
E as árvores vigorosas
Estraçalham com
fragor
As frondes cariciosas.
Após o trabalho
ingente,
A invasão do
fogaréu,
Fumo espesso
devorando
A doce amplidão do
céu.
Gritam aves
assustadas,
Sem ninho, sem paz,
sem guia.
Animais inferiores
Vão fugindo em
correria.
Depois, ainda, é a coivara,
Completando a
grande prova,
É o termo da
derrubada
A favor da vida
nova.
Somente aí são
possíveis
Pasto verde, espiga
loura,
Pomares e
sementeiras.
Celeiro, casa e
lavoura.
Já observaste que o
homem,
Ao longo de toda
estrada,
Precisa também, por
vezes,
Das foices da
derrubada!
É a dor proveitosa
e rude,
Surgindo em golpes
violentos,
A força que
retifica
A mata dos
sentimentos.
Sem trabalho, não teremos,
No caminho
universal,
Nem casa com Jesus
Cristo.
Nem pão espiritual.
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