sexta-feira, 6 de outubro de 2017

A lâmpada


A lâmpada
Casimiro Cunha por Chico Xavier
Reformador (FEB) Março 1943

Em casa, a lâmpada acesa
Singela e desapercebida,
É uma lição permanente
Das mais nobres que há na vida.

Contra a noite escura e espessa
Que se espalha e reproduz,
Envolve-se de energia,
Resplandece, acende a luz.

Seu trabalho é grande e simples,
Difundindo o sol do bem.
Não discute. Não pergunta.
Dá sempre, não olha a quem.

Ilumina o gabinete
De pesquisa ou de leitura,
Como aclara a agulha humilde
Da máquina de costura.

Envolve com a mesma luz
A velhice, a enfermidade,
A infância, alegria, a dor
E os sonhos da mocidade.

Há tumultos, há prazeres?
Amarguras, agonia?
Se não sofre violência
Eis que a lâmpada irradia.

Serena, silenciosa,
Não se aflige, não consulta.
Nada pede além da força
Que lhe vem da usina oculta.

Revela todo detalhe
Sem contendas, sem perigo.
A sua demonstração
É o foco que traz consigo.

Não exige condições
Por servir e iluminar
E define sem ruído
Cada coisa em seu lugar.

Pensemos em nossa glória
Quando formos, irmãos meus,
Como lâmpadas do Cristo
Na usina do amor de Deus.

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