Deus – Como compreende-Lo
em espírito e verdade PARTE 1
Ernani Cabral
Reformador (FEB)
Outubro 1943
Deus é nosso Pai. Foi Ele quem criou nossa alma, dotando-a de
imortalidade. Sendo bom e
perfeito, merece cultuado; somente a Ele devemos adorar, porque, se nosso
espírito goza da imortalidade, também somos deuses, pois existiremos por toda a
eternidade. E, como deuses, só
devemos prostrar-nos, submissos, ante o nosso Criador, o Deus dos deuses.
Esta afirmativa não é sacrílega, pois que está no Velho e no Novo
Testamentos.
"Deus assistiu sempre no conselho dos deuses; no meio dele julga
os deuses." (Salmos 81:1).
Jesus, com a sua grande autoridade de Messias, reiterou: "Não
é assim que está escrito em vossa lei: Eu disse: sois deuses? Se ela chama
deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida ... (João, 10:34-35).
Mas, que é Deus? - "É a alma consciente do universo".
"Deus é espírito, declarou o Divino Mestre, e em espírito e
verdade é que o devem adorar os
que o adoram." (João, 4:24).
Sabemos que Ele existe; sentimo-lo, mas não podemos penetrar-lhe a
essência, nem explica-lo convenientemente. Porque? - Porque somos finitos e Ele
é infinito; somos imperfeitos e Ele é absolutamente perfeito.
A parte infinitesimal ainda em estado evolutivo, embora consciente,
não pode fazer juízo preciso a respeito do todo, que é completo e lhe foge à
percepção, quanto a sua expressão integral.
Sabemos que Ele está em toda parte. Mas, sobretudo, devemos senti-lo
em nossos corações.
O Cristo ensinou: "O reino de Deus está dentro de vós. (Lucas,
17 :21). Paulo de Tarso o repetiu: "Não sabeis que sois templo de Deus e
que o Espírito de Deus mora em vós. (1ª aos Coríntios, 3:16).
Ainda o mesmo apóstolo, falando aos atenienses no areópago,
acentuou:
"Deus, que fez o mundo e tudo o que nele há, sendo o Senhor
do céu e da terra, não habita em templos feitos pelos homens, nem é servido por
mãos de homens, como se necessitasse de alguma criatura, quando ele mesmo é que
dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas. E de um só fez todo o gênero
humano, para que habitasse sobre toda a face da terra, assinando a ordem dos
tempos e os limites da sua habitação; para que buscassem Deus, se porventura o
pudessem tocar ou achar; ainda que
não esteja longe de cada um de nós. Porque nele vivemos e nos movemos e
existimos, como ainda disseram alguns de vossos poetas: porque dele também
somos linhagem. Sendo nós, pois, linhagem de Deus, não devemos pensar que a
divindade é semelhante ao ouro ou à prata, ou à pedra lavrada por arte e indústria
do homem." (Atos, 17: 14 a 29).
Também não devemos limitá-lo, nem figurá-lo, como fazem
infantilmente certos crentes, apresentando-O
como um velho barbado e bonachão. Isto, sim, seria sacrilégio, se Deus não perdoasse a simplicidade e a ignorância dos que pretendem compara-lo a um
homem, bitolando-o por um ser limitado e imperfeito.
Deus não tem forma, pois está em toda parte; é Espírito, porém não
circunscrito, como o nosso, sim absoluto e integral, vivificando a terra e os
outros mundos, tudo coordenando, sabiamente, dando vida e evolução ao universo!
É força criadora, harmonizadora, inteligente e justa.
Não há panteísmo nesta explanação, porque, se Deus está nos sois e
nos planetas, como nas criaturas, Ele não é o sol, nem os planetas, nem as criaturas,
porém, muito mais do que isto! O universo, como já disse alguém, seria o quadro
e Ele o pintor. O panteísmo confunde Deus com a sua obra, enquanto que os que
adoram a Deus em espírito e verdade sabem que Ele vive no universo, tendo consciência,
amor e plenitude, sendo o criador desse todo sublime que expressa a sua
grandeza e a sua perfeição.
Até os sofrimentos e as injustiças deste mundo são necessários
para nossa evolução; portanto, o conjunto cósmico é completo. A imperfeição é
relativa e contingente, pois vive no todo, que é perfeito. É apenas expressão
da obra dos deuses, ainda humanos, ainda jungidos à matéria. Com efeito, os
homens se rustem (enganam) para o seu próprio aperfeiçoamento espiritual, até conseguirem
atingir regiões mais elevadas onde não há desses atritos, por ali imperar a lei
de amor, que Jesus também quer dar à terra.
"Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração e de toda a
tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o máximo e o primeiro mandamento.
E o segundo, semelhante a este, é: amarás a teu próximo como a ti mesmo. Nestes dois mandamentos estão toda a lei e
os profetas." (Mateus, 22:37 a 39).
Deus, porém, será trino? Haverá três pessoas distintas e um só
Deus verdadeiro? - Não,
absolutamente,
não! Isto não se encontra no Velho, nem no Novo Testamento; é interpretação dos
homens, é criação das igrejas de pedra, dos concílios dogmáticos, que têm
falseado a verdade embora de boa fé, criando mistérios impenetráveis, mas
esquecidos da advertência do Salvador de que "nada há encoberto que se não
venha a descobrir; nem oculto, que se não venha a saber". (Mateus, 10:26).
E os Espíritos do Senhor vieram, no tempo prescrito, derrubar esse
e outros dogmas, que tem encoberto a verdade e deturpado a palavra evangélica,
criando o temor a um Deus incompreensível, quando o verdadeiro Deus é uno,
misericordioso e todo amor!
Jesus, o Espírito mais puro que já baixou à terra, protetor e
governador do nosso planeta, interprete da vontade divina para as criaturas deste
mundo, não é Deus. Ele procurou sempre evitar que assim o considerassem, como
em seguida demonstraremos. O Velho Testamento não nos dá notícia de nenhum
deus-trino; ao contrário, fala a cada passo da unidade divina. O mesmo se
verifica nos Atos dos Apóstolos
e em suas Epístolas, de cuja leitura se conclui que os companheiros do Messias
nunca o tiveram como Deus, mas como Filho, isto é, como criatura, com
individualidade própria e distinta do Pai, embora integrado no pensamento deste
e expressando-o à terra, como o caminho para a salvação, ou, seja, para a
purificação, para a elevação espiritual. Apenas no início do Evangelho de João,
vemos a afirmativa de que Jesus é Deus; mas, Deus, como filho de Deus; como
expressão de Deus para a terra, não o Deus único e verdadeiro, jamais o Deus
dos deuses.
Jesus mesmo, respondendo a um homem, declarou: "Porque me
chamas tu bom? Ninguém é bom, senão só Deus." (Lucas, 18-19).
Ninguém é bom, ninguém é Deus; só Deus é bom, só Deus é Deus,
verdadeiramente. Os demais gozam da divindade, porque imortais, porque podem
possuir a Deus no coração. Outros já alcançaram a perfeição sideral, unidos ao
Excelso, como Jesus. E governam mundos. O Deus dos deuses, porém, é um só.
"Não há outro Deus
senão só um. Porque, ainda que haja alguns que se chamem deuses, ou no céu ou
na terra (e assim sejam muitos os deuses e muitos os senhores), para nós,
contudo, há só um Deus, o Pai, de quem tiveram o ser todas as coisas, e nós
nele; e só um Senhor, Jesus Cristo, por quem todas as coisas existem e nós
outros por ele." (Paulo, 1ª aos Coríntios)
Jesus é Nosso Senhor, porque é o governador do planeta que
habitamos, razão por que ninguém chegará ao Pai senão por seu intermédio, isto
é, por intermédio de sua doutrina, que vem de Deus e que, conforme o disse Ele,
se resume no amor.
O Divino Mestre ainda frisou: "O Pai é maior do que eu."
(João, 14:28).
Se ele fosse Deus, que é absoluto, não seria relativo, ou, seja,
não seria menor que a outra face de Deus.
Mais claro foi o Bom Pastor nesta afirmativa: "E a ninguém
chameis Pai vosso sobre a terra; porque um só é o vosso Pai, que está nos
céus." (Mateus, 23:9). "Nem vos intituleis mestres; porque um só é o
vosso Mestre, o Cristo." (Idem, 23:10). Logo, Deus é Pai, Jesus é Mestre,
porque interprete da vontade divina, médium de Deus.
Quando apareceu a Madalena, depois da "ressurreição",
disse: "Não me toques, porque ainda não subi a meu Pai, mas vai aos meus
irmãos e dize-lhes que vou para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus
e vosso Deus." (João, 20:17).
Nosso Senhor foi aí bem explícito, mandando que ela fosse falar
com seus "irmãos".
Os discípulos eram, como nós outros somos, irmãos do Divino Mestre
- e não filhos - porque oriundos da mesma linhagem para usarmos do substantivo
de que Paulo se serviu.
Jesus disse a Madalena: "Vou para meu Pai e vosso Pai, para
meu Deus e vosso Deus."
Ora, se ele também fosse Deus ou um desmembramento misterioso da
divindade seria igual ao Pai, porque era uma parte componente do Todo Poderoso
e não chamaria "irmãos" a seus apóstolos, não trataria a Madalena
como tal e nem se expressaria daquela forma, confessando que o Pai tanto era o
seu Deus, como o de Marta Madalena e dos discípulos.
É certo que Jesus, Espírito puro, embora criado como nós, muito
antes que a terra existisse, jamais faliu. "Cordeiro imaculado",
atingiu as regiões siderais em linha reta, sem as sinuosidades que
caracterizam, por exemplo, o avanço das nossas almas. É verdadeiramente um Filho
de Deus, porque honra ao Pai, fazendo-lhe a vontade, nas mais acendradas
manifestações de amor. Por isto, mereceu governar a terra e, possivelmente,
outros planetas... (Temos a impressão pessoal de que todo o nosso sistema solar
está sob a sua supervisão, sob o seu império meigo e esclarecido. Fomos levados
a tal ideia, pelo fato dele ter asseverado: "Tenho também outras ovelhas
que não são deste aprisco." (João, 10:16)
Em resumo, Jesus é um Cristo, como muitos outros há nas sublimes
regiões em que Ele habita, governadores de outros planetas ou de outros
sistemas planetários.
Não obstante, porém, a imensa distância a que dele nos achamos,
moral e cientificamente, mesmo procurando-o com ardor, porque sabemos que Ele é
"o caminho, a verdade e a vida", ainda assim temos a alegria de
proclama-lo nosso estremecido irmão. Irmão superior, valoroso, sábio, cheio de
amor e de virtudes, que infelizmente não possuímos, pois somos ainda
"escravos do pecado". Eis o que nos distancia do Mestre. A separação
é enorme, bem o sabemos. Tangidos, porém, pela sua palavra maravilhosa, seremos
libertos e sentiremos a ventura e a graça de nos considerarmos também filhos de
Deus, como Ele o é.
Já que falamos em "Santíssima Trindade", ocorre-nos a
seguinte pergunta: o Espirito Santo é Deus? - Não, o Espírito Santo não é Deus,
embora com Ele se confunda, pois expressa a sua vontade.
Segundo as explicações dadas pelos mensageiros do Senhor, o
Espírito Santo é uma expressão que sintetiza a falange de Espíritos elevados,
que manifestam a bondade do Excelso para com a terra.
São os anjos e os seres de hierarquia superior nas esferas
celestiais e que servem sob as ordens do Pai e de Jesus, pois este exprime
sempre a vontade de Deus. É o nome genérico da coorte benfazeja dos Espíritos
do Senhor. Assiste os homens de boa vontade, dando-lhes intuições salutares,
edificantes (morais e científicas), servindo-lhes de guia, protetor ou anjo de
guarda, encaminhando-os ao amor divino, que redime
e purifica.
Portanto os que acreditam em Jesus, os que praticam o bem, seja
qual for o credo a que pertençam, tem o batismo, a assistência do Espírito
Santo, merecem o amparo das falanges do bem que sempre que podem (sem ferirem o
livre arbítrio de seus protegidos, que é sagrado), como dádiva de Deus, os
livram do mal, isto é, do pecado.
Ele é o Consolador que Jesus prometeu diretamente aos homens de
boa vontade, interpretando também, nos tempos prescritos, a palavra do Divino
Mestre, fazendo-o em espírito e verdade, para que se cumpram as Escrituras.
“Mas o Consolador, que é o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em
meu nome, vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo o que vos
tenho dito.” (João 14:26).
Deus – Como
compreende-Lo em espírito e verdade PARTE 2
Ernani Cabral
Reformador
(FEB) Novembro 1943
Não há uma só referência na Bíblia donde se deduza que Deus seja
trino. Apenas, Jesus, conforme
relata Mateus, cáp. 21, vers. 1, disse aos seus discípulos: "Ide pois e
ensinai a todas as gentes, batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do
Espírito Santo."
Mas, absolutamente não declarou que o Pai, o Filho e o Espírito
Santo são três pessoas distintas e num só Deus verdadeiro". Esta conclusão
foi tirada, erroneamente, pelos homens, reunidos em concílio, onde nunca
existiu unanimidade de vistas. Tal dogma é criação de seres falíveis, é
interpelação, enxerto, excrecência posta pelos homens nos Evangelhos do Senhor,
porque não repousa, antes contraria, as afirmativas de Jesus. Trata-se,
lamentavelmente, de má interpretação dos livros sagrados, como os Espíritos
de Deus nos têm desvendado.
Nosso Pai é uno, perfeito, absoluto, eterno, infinito, porém não
se fraciona, nem se desmembra, não se subdivide, embora esteja em toda a parte.
Este é o Deus verdadeiro: o Deus de Moisés, o Deus de Jesus, o Excelso, o Todo
Poderoso, Criador do céu e da terra, dos homens e das coisas. Perante Ele, ante
esse Deus único e perfeito, o nosso espírito se curva reverente e o adora,
cheio de fé, de amor e de esperança!
É incontestável que Jesus declarou: "Eu e o Pai somos um."
(João, 10:30). "Eu saí de Deus. Eu saí do Pai e vim ao mundo." (Idem,
16:28 e 29).
Mas, tais afirmativas têm de ser confrontadas com outras, para que
seja tirado da letra o espírito dos Evangelhos, pois, conforme Paulo advertiu,
"a letra mata e o espírito vivifica". (II aos Coríntios, 3:6). A
letra mata, isto é, conduz ao erro; e o espírito vivifica, ou, seja, conduz à
verdade!
Tomando a letra, isoladamente, algumas passagens bíblicas, onde
Jesus falou em linguagem figurada; jungindo-se o interprete, rigorosamente, a
tais expressões, certo cairá no erro do dogmatismo e da intolerância.
É preciso que se busque dar à palavra do Senhor, não uma exegese
rigorosa e formalística, mas um paralelo com outras, que completam o sentido
dos textos, onde a verdade está velada, porque assim era mister, às inteligências
dos homens da época, cujo orgulho e atraso intelectual exigiam que Deus se
fizesse homem - igual a eles - concepção que reinou durante séculos, porque tal
era necessário, para impressionar mais fortemente a humanidade. Todavia, no
tempo prescrito, as palavras de Jesus são explicadas pelo Espírito Santo, que
vem dar a interpretação exata e justa de todos os versículos, tirando o véu da
letra, iluminando, esclarecendo-lhe as palavras, em espírito e verdade!
Assim, vejamos o que Jesus pretendeu afirmar com aquelas
expressões e vamos faze-lo de acordo com a "Terceira Revelação"
divina, o Espiritismo.
Citemos, antes de mais nada, outros textos, que aqueles se
relacionam, intimamente.
"Como meu Pai me amou, assim vos amei eu. Permanecei no meu
amor." (João, 15:9).
"Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai,
senão por mim." (Idem, 14:6).
"Não credes que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As
palavras que vos digo, não as digo de mim mesmo; mas, o Pai, que está em mim,
esse é que faz as suas obras." (Idem, 14:10).
''Naquele dia conhecereis que eu estou em meu Pai, e vós em mim e
eu em vós." (Idem, 14:20).
"Se alguém me ama, guardará a minha palavra e meu Pai o
amará, e nós viremos a ele, e faremos nele morada." (Idem, 14:23).
"E a palavra que tendes ouvido não é minha, mas sim do Pai
que me enviou." (Idem, 1.4:24).
"O meu preceito é este, que vos ameis uns aos outros, como eu
vos amei.” (Idem, 15:12).
"Se me amais, guardai os meus mandamentos." (Idem, 14
:15) .
E, finalmente, para completar essas citações bíblicas, chamo a
preciosa atenção do leitor para mais
estas, muito importantes e que completam a elucidação daqueles textos. Com
efeito, o Nazareno, dirigindo-se ao seu Criador e nosso Criador, ao seu Deus e
nosso Deus, implorou, em proveito dos discípulos:
"Eu não peço que os tireis do mundo, mas que os guardeis do
mal.” (João, 17 :15). Deve-se
entender que o mal é o pecado.
E logo depois:
"Santifica-os na verdade. A tua palavra é a verdade. Assim
como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo. E eu me santifico a
mim mesmo por eles, para que também eles sejam santificados na verdade. Eu não rogo somente por eles, rogo também
por aqueles que hão de crer em mim por meio da sua palavra. Para que eles
sejam todos um, como tu, Pai, o és em
mim, e eu em ti, para que eles também sejam um em nós e creia o mundo que tu me
enviaste. Eu lhes dei a glória que tu me havias dado, para que eles sejam um,
como também nós somos um. Estou neles e tu estás em mim, para que eles sejam
consumados na unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste e que tu
os amaste, como amaste também a mim, Pai, a minha vontade é que, onde eu estou,
estejam também comigo aqueles que
tu me deste; porque me amaste antes da criação do mundo. Pai justo, o mundo não
te conheceu; mas, eu te conheci e estes conheceram que tu me enviaste. Eu lhes
fiz conhecer o teu Nome, e lh'o farei ainda conhecer, a fim de que o mesmo amor
com que me amaste, esteja neles, e eu neles." (João, 17:17 a 26),
A, unidade divina é o amor. A palavra de Jesus, que interpreta a
vontade de Deus, é a verdade. E a verdade consiste, como disse o Divino Mestre,
em "amar a Deus sobre todas as
coisas e ao próximo como a si mesmo. Nisto se resumem as leis e os profetas."
(Mateus, 22:40). Quem ama a Jesus segue os seus mandamentos e caminha por seu
intermédio para Deus, que é a verdade e o amor. Sentindo a lei sublime da
fraternidade, unifica-se ao Pai pelas obras, que são o lídimo testemunho da fé.
E instala o reino de Deus no coração: o Cristo passa a morar nesse Espírito
pois ele reside onde o amor impera. Jesus acha-se absolutamente integrado na
lei divina portanto, no amor, ou seja, na expressão dessa lei, Ele e o Pai "são
um"; nós algum dia seremos um neles, como quer Nosso Senhor.
O Salvador, referindo-se aos seus discípulos àqueles que creem na
sua palavra. disse:
" ...que eles sejam todos um, como tu, Pai és em mim e eu em
ti, para que eles também sejam um em nós." (João, 17:21).
Em face dessa afirmativa de Jesus e do dogma da "Santíssima
Trindade", é o caso de perguntar-se: como é possível uma trindade de
tantos Espíritos, na unidade de um só Deus?
Já é tempo da humanidade compreender e sentir as palavras do
Divino Mestre em espírito e verdade. É preciso que rompa desassombradamente com
o tabu dos dogmas e dos preconceitos: é necessário não creia de olhos fechados,
sem investigar, sufocando a inteligência, quando o raciocínio é o dom mais
precioso do espírito.
Que os homens se arreceiem menos do inferno e mais do erro! Que
possam compreender a verdade sem o pavor de pretensas heresias, porque, quando
interpretam os Evangelhos com sinceridade (que também é amor), Jesus nos vê,
nos assiste e nos ilumina!
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