Entre irmãos
Emmanuel por Chico Xavier
Reformador (FEB)
Janeiro 1970
Um tipo de beneficência indispensável
ao êxito nas tarefas do grupo: o entendimento entre os companheiros.
Não nos referimos ao entendimento de
superfície, mas à compreensão de base, através da paciência recíproca, que se apresente, na esfera do trabalho, para a
superação de todos os empeços.
Acostumamo-nos a subestimar as
exigências pequeninas, como sejam a supressão de um equívoco, a reformulação de um pedido, uma frase calmante em hora difícil,
o afastamento de uma queixa... E a tisna de sombra passa a enovelar-se com
outras tisnas de sombra; a breve espaço, ei-las transformadas em bola de
trevas, intoxicando o ânimo da equipe, com a obra ameaçada de colapso ou
desequilíbrio.
Não ignoramos que um parafuso
desarranjado numa roda em movimento compromete a segurança do carro, que o curto-circuito
em recanto esquecido e suscetível de incendiar e destruir edifícios inteiros... Mesmo assim, não sanamos,
comumente, o mal-entendido, capaz de converter-se em agente de perturbação ou desordem,
arrasando largas somas de serviço, no qual se garante a paz da comunidade.
Estabelecido o descontrole no mecanismo
de nossas relações uns com os outros, pausemos um minuto de meditação e prece, para observar com serenidade o desajuste
em causa ou o hiato havido. Em seguida, aceitemos a mais elevada função da
palavra: a da construção do bem, e saibamos esclarecer-nos, mutuamente,
esculpindo o verbo em tolerância e fraternidade, a fim de que a marcha
eficiente do grupo não se interrompa.
Certifiquemo-nos de que muito coração
do caminho espera unicamente um toque de gentileza para se descerrar à alegria e ao trabalho, ao apaziguamento e à
renovação, lembrando certas portas de nobre e sólida estrutura que aguentam golpes e
murros de violência, sem se alterarem, mas que se abrem, de imediato, sob a
doce pressão de uma chave.
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