Posta Restante - 9b
por Sólon Rodrigues
Reformador (FEB) Julho 1972
P.
- É lícito que a mulher participe ativamente de um núcleo espírita?
R.
- Seria um terrível engano, com danosas consequências para o bom desenvolvimento
de um núcleo espírita, tirar do elemento feminino o direito de participação
ativa.
Por
longos milênios nossas irmãs e companheiras foram consideradas como
uma consequência do homem, tomando-a liberalmente
como a parte de nossa costela.
E as Igrejas, por longo tempo, a catalogaram por
algo desprovido de alma e, portanto, sem imortalidade, sem sobrevivência.
No
que chamávamos assuntos sérios, excluíamos a sua participação, qual se
somente aos Espíritos temporariamente revestidos
de uma roupagem masculina coubesse a autoridade de concordar ou discordar, de
pôr ou dispor, embora quase todas as nossas decisões tenham de ser suportadas
pacientemente por elas.
Se
aos homens sobrasse mais perspicácia e menos vaidade, para romper com
pensamentos de pura rotina, observariam que, não
raro, criam animosidades e alimentam estéreis divergências tão exclusivamente
porque a ausência do elemento feminino os induz a atitudes displicentes e
tonifica seu amor-próprio.
Já
elaboramos alguns milênios de erros religiosos. E convém acrescentar: erros
religiosos masculinos.
Se
julgarmos que, "por pensarem com o coração", elas quase nada poderiam
aditar às grandes obras, lembremo-nos de que nós, os que dizemos "pensar
com o cérebro", temos sido os principais empreiteiros da dor, na face da
Terra.
Deveremos
prestigiá-las, se queremos o Mundo Novo.
Trazê-las
para o seio de nossas assembleias; ouvi-las antes de traçar diretrizes novas;
conter o nosso orgulho masculino; escutá-las com respeito intelectual; sustar o
nosso ímpeto de replicar-lhes, qual se fôssemos privilegiados pela luz; ofertar-
lhes a oportunidade de decidir também - isto poderá evitar que penetremos pelos
caminhos enganosos das lutas antifraternais, porque a sua presença, nos
relembrará a necessidade da concórdia e da humildade legítimas.
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