Em
todos os setores da vida submete-se o Espírito à aferição de resistência valores
pelos mecanismos do Universo.
Da mais singela das formas às mais
altas expressões da consciência, a natureza nenhum
momento deixa de prover a banca examinadora de papel e lápis, adequados à altura
da prova.
A rigor, os testes se sucedem na
razão direta das capacidades íntimas do discípulo porque
o mestre sempre leva em conta os limites do plausível, fiel ao conceito do peso da
cruz depositada sobre os ombros do ser.
Se nas camadas menos densas da
manifestação anímica as provas são desafios ao
Espírito interessado em ascender, o teste, na Terra, sob o peso constritor do
corpo que lhe é peculiar, é testemunho penoso, aparentando eternidade, que instrui
e fortalece o íntimo, na serenidade, ou algoz enfurecido, que desespera e
assola. Tudo depende de como o encara o homem.
Útil lembrar que só pelo abatimento
do débito o crédito nos bancos da divina providência aumenta. Não existe outra
alternativa. Para que o triunfo realize, incentivando-nos a novas conquistas,
no plano do Espírito Imortal, avalistas possuidores de vastíssimo patrimônio
imperecível, inerente aos tesouros da individualidade, garantiram nossos
títulos. Se somos nós, todavia, os responsáveis pela emissão dos cheques, uma
vez que a responsabilidade jamais supera os tetos da capacidade. Quanto mais
fizermos em benefício do ser humano, tanto mais contribuiremos para a noção
integral do homem.
Diante de quaisquer empecilhos,
portanto, humildade continua sendo a grande serva
em nossa conta, nos setores da economia celeste. O quanto realizarmos, o quanto reverterá
a nosso crédito; o quanto nos beneficiarmos em nós, através da renúncia, o quanto
a sociedade aprimorar-se-á. É pelas parcelas somadas que se altera o produto.
Nenhum sábio assomou aos pináculos do conhecimento sem milhares de adições na
conta íntima, base do condomínio das duas asas, gerando equilíbrio. Aliás, não
foi pela revolta ou pelo destempero que o Senhor entrou em comunhão com Deus.
Convencidos da realidade, entendamos
o próximo com a mesma prodigalidade de desculpas com que acendramos a
fertilidade de porém para com nossas próprias falhas. Não que raiemos pelas
bordas do desculpismo destruidor; no entanto, nada se resolverá a chicote. O talião
é Lei diretamente vinculada a Deus, assim também em sua aplicação.
Nisso tudo, somemos parcelas de
desprendimento, abandonando progressivamente noção
egoística de personalidade, e percebamos o hoje a apontar-nos não o que somos,
tão-somente,
mas aquilo que devemos ser.
Reflitamos em nós as luzes do
Cristo, suportando os testes do caminho. Eles nada mais
são que a medida de nossa inferioridade.
Os
testes do caminho
Eurípedes
Barsanulfo
Reformador (FEB) Abril 1976
(Mensagem recebida no Grupo Ismael,
em 19-2-1976)
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