Um
exotismo existe que ameaça as fileiras espíritas sem ser qualquer das
excentricidades que aparecem no movimento doutrinário, à conta de extravagância
marginal.
Disparate talvez pior, porquanto, se
nas atividades paralelas ao caminho real da ideia espírita somos impelidos a
reconhecer muita gente caracteristicamente sincera nas intenções louváveis,
nessa outra esquisitice vamos encontrar para logo a máscara de atitudes e
maneiras, em desacordo com os princípios arejados da Nova Revelação.
Reportamo-nos ao esnobismo que
comparece, muita vez, em nossas formações, qual praga enquistada em plantação
valiosa.
Companheiros que se deixam vencer
por semelhante prejuízo fornecem em pouco tempo os sinais que lhe são consequentes.
Continuam espíritas e afirmam-se
espíritas, mas começam afetando possuir orientação de natureza superior, passando
a excessiva admiração pelas novidades em voga. E, desprevenidamente, sem maior
atenção pelos ensinos da Doutrina que abraçam, cristalizam
despropósitos no modo de ser.
Habitualmente, apaixonam-se por
exterioridades sociais e escolhem classe determinada para frequentar.
Isolam-se em grupo segregacionista,
conquanto se suponham representantes da mais alta ortodoxia em matéria de
opinião.
Acreditam muito mais em títulos
transitórios do academicismo e em facilidades econômicas do que no valor substancial
das pessoas.
Estimam espetáculos acima de
serviço, e evidenciam apreço além do que é justo aos medalhões do mundo, à
medida que se fazem mais distantes e envergonhados de quaisquer relações com os
humildes.
Estão sempre dispostos a ordenar no
trabalho em assuntos de organização, horário, local e condições, sem permitir
que o trabalho os comande nas disposições e disciplinas com que foi
estabelecido.
Nas obras de beneficência, tratam
irmãos em penúria como se fossem párias sociais, ao passo que se Inclinam
reverentes perante qualquer figura de relevo mundano de mérito duvidoso.
Nós, os espíritas desencarnados e
encarnados, devemos estar de sentinela contra semelhante absurdo.
O esnobismo - repitamos - é parasito
destruidor na árvore de nossos princípios e realizações.
Vigiemo-nos. Imitemos o lavrador
correto que zela pela própria lavoura, e, se o esnobismo surge, sorrateiro, em
nossas atividades, procuremos, de imediato, dar o fora com ele.
Esnobismo
por André
Luiz
(do livro ‘Estude e Viva’ (ed. FEB)
com psicografia de Chico Xavier e W.
Vieira)
Reformador (FEB) Novembro 1972
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