No
momento atual do mundo, quando se repetem por todos os recantos os impositivos
de revisão do tratamento em favor da juventude, é razoável se aplique o mesmo
critério para a madureza.
Nem conceituação de
irresponsabilidade para os jovens.
Nem alegação de inutilidade para os
adultos.
Em se corporificando na Terra, o
Espírito inicia uma viagem que vale por estágio educativo; e, num estágio
educativo, todas as fases são importantes.
Ninguém conquista certificado de
competência numa faculdade de ensino superior, sem haver passado nas letras
primárias, e ninguém consegue caminho seguro em semelhante iniciação sem apoio
naqueles que amadureceram na escola da experiência.
*
Os jovens pedem a liberdade de crer
em sua própria capacidade de realização.
Os adultos devem acreditar em sua
capacidade própria de valorizar e aperfeiçoar as realizações da vida.
Na esfera do acatamento reciproco,
os jovens podem criar campanhas de ação construtiva e os adultos precisam
estabelecer campanhas contra a inação destrutiva, na qual muitos deles se põem
a esperar improdutivamente a morte do corpo físico, qual se houvessem perdido a
possibilidade e a obrigação de trabalhar.
Os jovens podem improvisar a
formação de novos padrões para a existência e os adultos são naturalmente
chamados a selecioná-los para que se conservem os que se mostrem bons, - tudo
isso nas bases do respeito mútuo.
*
Não vemos qualquer conflito mais
grave agora que noutras épocas, entre os mais moços e os menos moços.
O que existe é o anseio da juventude
no sentido de se edificar segundo a sua própria vocação, tanto quanto anotamos
na madureza a necessidade de aproveitar, com mais segurança e com espírito mais
amplo de reconhecimento a Deus, os benefícios que a Providência Divina lhe
propicia, através da ciência humana, a fim de proteger o veículo físico e
salvaguardar a alegria de viver, com vistas à permanência, tanto quanto possível, mais
longa e mais útil nos quadros de serviço terrestre.
Concluindo, reconhecemos que tão
livre e robusta é a mocidade para zelar, disciplinadamente, pelos seus próprios
interesses, quanto robusta e livre é a madureza para defender a sua própria
felicidade, pela aceitação da lei do trabalho que nos cabe a todos, em qualquer
lugar, tempo, circunstância e condição, desde que se mostre agindo
ponderadamente.
*
E, com relação a jovens e adultos
que se transviam, desertando dos compromissos que assumem ou caindo no
desrespeito à própria consciência, isso é outro problema, que não interfere com
os nossos estudos, em torno da evolução.
Jovens e Adultos
Emmanuel por Chico
Xavier
Brasil Espírita / Reformador (FEB),
Agosto 1971
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