Perdoar
e
compreender
Emmanuel
por Chico
Xavier
Reformador (FEB) Maio 1972
Muita gente perdoa, no entanto, não
compreende; e muita gente compreende, todavia, não perdoa.
Muitos companheiros se alheiam às
ofensas recebidas, procurando esquece-las, mas querem
distância daqueles que as formulam, sem lhes entender as dificuldades; e outros muitos
compreendem aqueles que os molestam, entretanto, não lhes desculpam os gestos menos
felizes.
*
Perdoar e compreender, porém, são
complementos do amor e impositivos do aceitar os
nossos companheiros da Humanidade, tais quais são.
Reflitamos nisso, reconhecendo que o
entendimento e a tolerância que os outros solicitam de nós são a tolerância e o
entendimento de que nós todos necessitamos deles.
É possível se nos haja ferido e
igualmente provável tenhamos ferido a outrem. Alguém
terá errado contra nós e teremos decerto errado contra alguém.
Pondera isso e compadece-te de todos
os ofensores.
*
Quem te prejudica talvez age sob a
ação compulsiva da necessidade; quem te menospreza, possivelmente sofre a influência
de transitórios enganos; aquele que te esquece, com aparente descaso, estará
enfermo da memória; e aquele outro ainda, que te golpeia, evidentemente procede
sob a hipnose da obsessão.
*
Nunca te revoltes, nem desanimes.
Faze o bem, olvidando o mal.
Desculpemos quaisquer faltas,
compreendendo os autores delas, e compreendamos os nossos irmãos em falta,
desculpando a todos eles.
Todos somos filhos de Deus e
espíritos eternos, em burilamento incompleto.
O amparo espiritual que doemos
agora, a favor de alguém, será o amparo espiritual de
que precisaremos todos da parte de outro alguém.
Quando Jesus nos adverte: “perdoa
setenta vezes sete vezes a teu irmão”, claramente espera venhamos a compreender
outras tantas.
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