sexta-feira, 8 de maio de 2015

Perdoar e Compreender


Perdoar
e compreender

Emmanuel
por Chico Xavier

Reformador (FEB) Maio 1972

            Muita gente perdoa, no entanto, não compreende; e muita gente compreende, todavia, não perdoa.

            Muitos companheiros se alheiam às ofensas recebidas, procurando esquece-las, mas querem distância daqueles que as formulam, sem lhes entender as dificuldades; e outros muitos compreendem aqueles que os molestam, entretanto, não lhes desculpam os gestos menos felizes.

                                                                       *

            Perdoar e compreender, porém, são complementos do amor e impositivos do aceitar os nossos companheiros da Humanidade, tais quais são.

            Reflitamos nisso, reconhecendo que o entendimento e a tolerância que os outros solicitam de nós são a tolerância e o entendimento de que nós todos necessitamos deles.

            É possível se nos haja ferido e igualmente provável tenhamos ferido a outrem. Alguém terá errado contra nós e teremos decerto errado contra alguém.

            Pondera isso e compadece-te de todos os ofensores.

*

            Quem te prejudica talvez age sob a ação compulsiva da necessidade; quem te menospreza, possivelmente sofre a influência de transitórios enganos; aquele que te esquece, com aparente descaso, estará enfermo da memória; e aquele outro ainda, que te golpeia, evidentemente procede sob a hipnose da obsessão.

*

            Nunca te revoltes, nem desanimes.

            Faze o bem, olvidando o mal.

            Desculpemos quaisquer faltas, compreendendo os autores delas, e compreendamos os nossos irmãos em falta, desculpando a todos eles.

            Todos somos filhos de Deus e espíritos eternos, em burilamento incompleto.

            O amparo espiritual que doemos agora, a favor de alguém, será o amparo espiritual de que precisaremos todos da parte de outro alguém.

            Quando Jesus nos adverte: “perdoa setenta vezes sete vezes a teu irmão”, claramente espera venhamos a compreender outras tantas.


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