O
Caso Extraordinário
de
Fathma Bem Romdane
Direção
Reformador
(FEB) Fevereiro 1962
A
revista do Centro de Pesquisas Biopsíquicas de Pádua, Itália, inseriu em seu
número 9, do ano V, referente a Setembro -1961, com o título acima, o artigo
que traduzimos e publicamos a seguir, para gaudio dos estudiosos dos fenômenos
psíquicos:
“Esta
revista teve o privilégio de travar relações com o célebre metapsiquista Prof. Eugene-N. Vitry, Reitor do Instituto
Norte-Africano de Estudos Metapsíquicos, o qual há cerca de 50 anos se ocupa
com os estudos psíquicos e cuja competência nestas questões é reconhecida por
todos os pesquisadores sérios que se interessam por essas manifestações, ainda
conhecidas sob o nome muito genérico de “ciências ocultas”.
Recordaremos
que o Prof. Vitry era amigo pessoal
de César Baudi de Vesme, autor de “Histoire du Spiritualisme Expérimental”,
de Bozzano e de muitos ocultistas
célebres, com os quais manteve uma troca de correspondência que representa, por
si só, uma douta e original documentação sobre os mais complexos problemas da
Metapsíquica moderna.
Vindo
a saber de suas pesquisas pessoais em torno de um caso excepcional de metagnomia, por ele estudado na
Tunísia, e representado por uma rapariga árabe, e nas quais recolheu
apontamentos que lhe serviram para preparar uma obra volumosa e fartamente
documentada, pedimos-lhe nos brindasse com uma antecipação de seu trabalho,
escrevendo para estas páginas algumas notas sobre os estranhos fenômenos que pode observar, analisar e controlar de
maneira decisiva, atestando-lhes a completa autenticidade em face dos métodos
científicos empregados.
* * *
À
época de nossas experiências conta o Prof. Vitry
-, Fathma ben Romdane era uma
muçulmana de 16 anos, sã e robusta, isenta de
taras e influências hereditárias. Falava correntemente a língua árabe e
compreendia algumas palavras de francês; jamais havia feito qualquer estudo, de
tal sorte que não entendia o interesse que se pudesse ter em escrever e ler.
Dezesseis
anos são passados desde o dia em que o acaso me permitiu submeter Fathma a certas experiências psíquicas.
Eu havia sido solicitado por seus genitores a livrá-la de manifestações, de noctambulismo de que era vítima fazia
algum tempo.
Desde
a primeira sessão, ela caiu imediatamente em um estado de sonolência profunda e
passou, sucessivamente, por todos os estágios da fenomenologia hipnótica. Como
eu não dominasse a língua árabe, tive que impor-lhe a minha vontade unicamente
através do pensamento, e assim agindo não tardei a constatar, com estupefação e
contentamento, que a jovem paciente o captava com uma precisão notável.
Após
uma dezena de sessões consegui livrá-la completamente de seu sonambulismo
espontâneo. A partir de então os seus pais puderam observar que seu sono se
tornou inteiramente regular, mas, toda vez que a pequena prometia acordar, a
uma hora determinada, isso acontecia com rigorosa exatidão.
Logo
a seguir, ela começou a assustar seus pais com manifestações muito curiosas.
Adormecia a qualquer momento, sem a isso ser provocada, e nesse estado revelava
que visitava a residência de amigos distantes, os quais, interrogados mais
tarde, confirmavam os fatos relatados e se surpreendiam de que curiosos
tivessem percebido suas conversações e fossem contar alhures o que acontecia em
suas casas...
Esta
manifestação de Clarividência espontânea era mantida em absoluto segredo pelos
genitores de Fathma, o que é, aliás,
bem compreensível se se tiver em conta que a sua divulgação atrairia uma imensa
multidão de curiosos e se turbariam, assim, seriamente, a tranquilidade e a paz
familiares.
Eu
vim a saber desta nova manifestação de Fathma,
em 1948, por ocasião de minha estada no sul da Tunísia, onde encontrei o pai da jovem, o qual me procurou para
aconselhar-se e pôr-me a par de suas preocupações pelo estado de saúde da
filha.
Passei
a observar atentamente a jovem vidente e, depois de haver assistido a várias
manifestações espontâneas, fiz de modo a dirigir sua dupla vista para lugares que lhe fossem desconhecidos: a minha casa
ou a casa de amigos meus. Os primeiros resultados foram decepcionantes, mas, em
seguida, com o contato da minha mão, ela pode ver o interior do meu
apartamento, reconhecer minha mulher, meu filho, o escritório, a biblioteca, e
outras coisas. Esse recurso já não serviu para faze-la ver ou reconhecer uma
pessoa em quem eu pensava; não chegou a isso senão mediante um contato, seja de
uma fotografia, de uma carta ou de um objeto pertencente a essa pessoa. Neste
caso, suas respostas eram precisas, claras e ricas de detalhes, como somente o
faria alguém que estivesse “in loco” ou conhecesse perfeitamente os lugares e
as pessoas. E ainda neste caso não se saberia explicar, por exemplo, como é que
Fathma havia podido, no curso de uma
experiência, registar que uma senhora, minha cliente, da qual eu conservava no
bolso, por acaso, um bilhete, tingira os cabelos de um vermelho veneziano,
quando eu a havia deixado uma semana antes com a sua cabeleira castanho
claro... Não se podia tratar, portanto, de uma sugestão transmitida
inconscientemente!
Tive
que admitir, vistas as provas realizadas e a impossibilidade de qualquer
mistificação em virtude da desconfiança profissional que me caracteriza e do
rigoroso controle que eu exercia, que me encontrava diante de um caso de clarividência e de psicometria inteiramente excepcionais!
Após
estas experiências, Fathma foi
levada por seus pais a Túnis, e permaneceu em minha casa durante seis meses, a
fim de me permitir estudá-la com todo o vagar e submetê-la a todos os controles
que pudesse julgar necessários.
Evitando
sempre exercer a menor sugestão sobre esta paciente privilegiada, pude realizar
experimentações cuja extraordinária importância não deixará de abalar o mundo
científico, quando eu der a público uma obra particularmente documentada.
Convém notar que o mais minucioso controle foi constantemente executado por
minha família e por algumas personalidades escolhidas entre médicos,
professores de Filosofia, magistrados e membros do Instituto Norte-Africano de Estudos Metapsíquicos. Todos sempre se
mostraram de acordo quanto à irrefutável autenticidade dos casos de clarividência obtidos e dos fenômenos
de psicometria realizados com os
objetos mais heteróclitos, como, por exemplo, fragmentos de pedra das
escavações de Cartago ou objetos da
época pré-romana encontrados nas escavações do golfo de Mahdia.
O
que impressiona, sobretudo, nos fenômenos apresentados por Fathma ben Romdane é o fato de que ela vê diretamente, isto é, sem
que seja necessário dirigí-Ia, acontecimentos que se passam a grande distância
e cuja complexidade contrasta totalmente com sua ignorância.
Com
Fathma, não se trata de
manifestações semelhantes àquelas em que sobressaía o famoso Pascal Fortuny, (x) o qual, posto em
contato com uma pessoa, podia acompanhar o fluxo de seu pensamento e apreender
lhe a ideia dominante, o estado de espírito e as preocupações que a assaltavam.
Nada disso acontece com Fathma ben
Romdane, que se concentra e cai em um estado particular que não é o transe
dos espiritistas; depois de alguns instantes, e sem que lhe seja feita qualquer
pergunta, ela diz de repente: “em um
lugar muito distante, que se encontra deste lado (e esboça um gesto em dada
direção), todo o mundo está consternado
pelo assassínio de uma grande personagem”, ou ainda: “em uma grande cidade, cujas casas são baixas e brancas, vejo soldados
que atiram contra a multidão ...; quantos mortos e feridos! E ninguém os
socorre”. Palavras que se confirmam à leitura dos jornais do dia seguinte.
(x) O nome Fathma bem Romdane
não nos aparece nem no Google nem no Bing. Já em relação a Pascal Fortuny
encontramos um longo texto:
Pascal Fortuny
“Para
la época en que Pascal Forthuny escribió ese libro, hacía casi veinte años que
se codeaba con ilustres personajes que trataban de elucidar el
enigmapsicológico que era para ellos la clarividencia. Sus amigos eran
metapsiquistas como Charles Richet (autor del Tratado de Metapsíquica), el
doctor Eugène Osty (director del instituto Metapsíquico) sucesor de Gustave
Geley, René Sudre (autor de la Introducción a la metapsíquica humana). Pero,
¿qué es la metapsíquica? Nos dice Pascal Forthuny que su campo de estudio es el
infinitamente vasto de los planos trascendentes del psiquismo, en el marco
estrictamente humano, com exclusión de lo sobrenatural. Para Charles Richet,
ella tiene por objeto el examen de los fenómenos mecânicos o psicológicos,
debidos a fuerzas que parecen inteligentes o a poderes desconocidos latentes en
la inteligencia humana. Aquí estamos lejos de la aceptación de las
manifestaciones espíritas y eso es muy lamentable. Por otra parte, Pascal
Forthuny parece atemorizado por esta particularidad aún
inexplicable que le permite conocer lo desconocido en el pasado, el presente y
con frecuencia el porvenir, por médios externos a los medios normales del
conocimiento. Para él, esa facultad está lejos de ser inusual y piensa que el
porvenir probará que si en ciertos individuos, puede estar dormida, en otros
puede nacer gracias a factores dinámicos o intelectuales que pertenecen normalmente
a los hombres. Sin embargo, para la época, en los medios científicos, ¡se
hablaba más bien de histeria! Entonces, ¿Pascal Forthuny estaba enfermo?
En
el libro Nuestro sexto sentido de Charles Richet, se encuentra este retrato de
él: “Es un hombre de una gran inteligencia, habla fluidamente varias lenguas,
especialmente chino, inglés y español. Es un crítico de arte altamente
apreciado, un hábil músico, un autor dramático que ha hecho representar varias
piezas. Há publicado una decena de novelas. Es poeta y varias veces ha expuesto
excelentes cuadros en Salon”. De hecho, es bajo su verdadero nombre, Pascal
Cochet que se lo conoce como pintor. No se dedicaba em absoluto a la videncia y
como lo diría él mismo, solamente la practicaba esporádicamente, lo que le valió
preservar su salud (murió a los noventa y un años). No obstante, ya en 1911 tuvo una visión, un
mal presentimiento, que le hizo abandonar bruscamente un reportaje solicitado
por el periódico Le Matin sobre las sangrientas huelgas de Mulhouse. Un ataúd
cubierto con un paño negro y dos hileras decirios vistos sobre la mesa de
equipajes en la estación de Sedan lo hizo volver a casa de sus padres para ver a
su madre morir ante sus ojos, de una neumonía declarada en su ausencia. Pero
fue después de outro duelo, el de su hijo Frédéric, víctima de un accidente aéreo
el 25 de junio de 1919 en Galatz (Rumania) que fue atrapado por la necesidad de
escribir. En los textos recibidos aparecía muchas veces esta frase: “El verdadero
avance de tu espíritu se hará por medio de la clariaudiencia y la clarividencia,
y eso tendrá lugar pronto”.
Cuando
la clarividencia se impone
Durante
el invierno de 1921, fue llamado al Instituto Metapsíquico dirigido entonces
por Gustave Geley, para servir de intérprete durante una sesión de
xenoglosia: una dama de Marsella aseguraba hablar la lengua china sin haberla
aprendido. He aquí lo que él nos relata: “Escucho a esta mujer, le hago
preguntas en chino. Ella sólo responde en una jerga que no tiene ningún rasgo
de esta lengua. Experimento nulo. La dama marsellesa se retira y una
clarividente inicia una experiencia de lucidez sobre una carta cerrada. Una
circunstancia la aparta de ese trabajo. Por broma tomo el pliego y doy a
conocer algunos detalles que no carecen de relación con espantosos actos
criminales. Me entero de que la carta es del siniestro asesino de mujeres,
¡Landru! Asombra mi intento. Se me pone a prueba procurándome un abanico, un
bastón y uma sortija. En los tres casos, mis precisiones son lo bastante claras como para que el doctor Geley pueda
concluir: ¡Usted es vidente! Yo estaba aterrado: esa aventura no me gustaba en
absoluto. Salí vacilante como un borracho. Rechazaba el don de los dioses. Pero
desde entonces… Y he aquí cómo una mala xenóglota hizo de mí, sin proponérselo,
un médium clarividente”.
En
los años que siguieron, de 1924 a 1927, convertido en secretario general de la
Unión Espírita Francesa, Forthuny daría asombrosas sesiones públicas, primero
en la Casa de los Espíritas, luego en el Instituto Metapsíquico. Mientras
llegan los invitados, se aísla y se concentra en una habitación del piso
superior. Cuando el público (un centenar de personas por término medio) se
instala, entra a la sala y observa a los asistentes. Generalmente serán
elegidas entre siete y ocho personas. Les revelará informaciones exactas sobre
su nombre, su personalidad, sus lugares de vida, etc. Eso puede suceder
igualmente en su casa tal como nos lo relata: “Un día, en pleno trabajo literario, se formó ante mis ojos el esbozo de la
plaza de una pequeña aldea: al fondo la iglesia, algunos árboles y a ambos lados bloques de casas. Suspendo mi
obra, levanto rápidamente mi caballete, preparo paleta, tela y pinceles y,
enfebrecido, compongo un cuadro en hora y media, tal como si hubiera estado
delante del motivo. Cuando esta improvisación se seca, la cuelgo de
la pared en mi casa. Pronto recibo la visita de un amigo de España que se
detiene delante de mi cuadro y me dice: «¡Mira! Has pintado la Colegiata de
Talavera de la Reina. ¿Lo hiciste en el lugar?» —«No», respondí, «yo jamás he ido
a esa región». Estupor del huésped que, al día siguiente, me envió una foto del
monumento, visto desde otro ángulo. Los detalles, sobre todo los de arquitectura,
me muestran que he pintado, como visionário y con fidelidad, un sitio que no
había visto nunca”.
De clarividencias muy particulares
Durante
el desarrollo de su facultad, Pascal Forthuny comprendió que cada clarividente
tiene sus propias formas operatorias y que sus “relojes psíquicos”
no salen nunca de la misma fábrica. Para él, su particularidad es su humor: “Corresponde expressamente a mi
carácter que no tiene nada de sombrío, nos dice. Uno no podría concebir el
placer que encuentro en ver sucederse ante mis ojos pinturas y acuarelas,
interiores a veces descritos tan minuciosamente, que uno puede encontrarse en
casa de Balzac, oyendo los diálogos, las risas, hasta las quejas, visualizar
los retratos que mi interlocutor puede reconocer como exactos, sentir los productos
del laboratorio de un químico, el cloroformo de un cirujano, ciertos gustos en
la boca de un diabético, y el aroma del azahar para una señorita que se casará dentro
de ocho días. Y cuando repentinamente una voz me grita al oído: «¡Nogaret!
Mientras que al fondo de la sala señalo a un señor desconocido, qué recompensa oír
exclamar al interpelado: ¿Nogaret? ¡Es el nombre de mi suegra! ¡Ella me
escribió esta mañana y aquí está su carta!»”
Entre
las sesiones interesantes, aún podemos citar esta: “Una tarde, en el IMI, entre
cien personas, paso delante de una dama y siento enseguida un fuerte
olor a ajenjo. Ahora bien, su apellido de soltera era Pernod. Otra vez,
rodeando la silla de un espectador, escuché pronunciar en clariaudiencia Cadet.
Le dije al hombre: ¿Su nombre es Cadet? No, replicó divertido, me llamo Roussel.
A una mujer desconocida le dije apretando su mano: Usted tiene dolores y
torsiones musculares, lo cual se comprobó era exacto”.
Más
fuerte todavía, el doctor Osty le había impuesto ejercitar su facultad cuando
la sala estaba vacía, antes de la sesión. Una silla numerada elegida por sorteo
era objeto de una clarividencia, destinada a la persona que se iba a sentar
allí algunas horas después. “Aquel día”, cuenta él, “dije tres horas antes que
la silla no sería ocupada, un diagnóstico sobre el estado de salud de una dama:
Cuide su hígado, no use ese cinturón, ya le ha hecho daño. Atención al regreso del
dolor de oídos, de garganta y de la nariz. Sus neuralgias no vienen sino de
allí. Volverá una amenaza de operación”. Ahora bien, esta dama estaba entonces en
tratamiento por problemas hepáticos. Llevaba un cinturón que la había lastimado, sufría de fuertes
neuralgias, el mismo día había faltado a una cita con un especialista de las
afecciones ORL, (*) y algún tiempo después debió sufrir la ablación del
apéndice. Este experimento llamado “de la silla vacía” tuvo mucho éxito y fue
retomado y perfeccionado a partir de 1947 en los Países Bajos, por el profesor
Tenhaeff con otro célebre clarividente, Gérard Croiset.
(*)
Otorrinolaringológicas. (Nota del Traductor)
El
verdadero papel de la clarividencia
Todavía
hoy, a numerosas personas les encanta assistir a videncias en directo durante
conferencias públicas. Pero ese no es el papel del Círculo Allan Kardec,
como lo indicamos siempre en nuestras revistas y debates públicos. Pascal Forthuny había entendido bien
que dar sesiones públicas era una batalla. Lo expresa en su libro en estos
términos: “Es preciso hacer frente a esas fuerzas emotivas, a esos reflejos
físicos. Por todas partes, el médium es «fusilado» por el deseo de los asistentes,
o por su temor. Hay curiosidad, credulidad, escepticismo, desconfianza irónica,
partido tomado de no dar la razón al clarividente, de decir que no cuando hay
que decir que sí. Hay otros factores vinculados al médium mismo y que hacen
estas reuniones tan difíciles de conducir, estas demostraciones tan extenuantes
por el carácter de combate que adquieren. Lo que un sujeto clarividente está en
derecho de exigir a un grupo de experimentadores, sabios o profanos es, en
primer lugar, se los aseguro, renunciar a toda idea preconcebida, a toda
confianza exagerada, a toda antipatía, en suma, hacerle al médium una atmósfera
moral donde respire bien”.
Hoy
en día es nuestro deseo rectificar los errores del pasado y aportar a los
humanos ávidos de conocimientos, para que se vuelvan más hacia el bienestar del
prójimo. Es también la voluntad del espíritu Pascal Forthuny que se manifestó en un mensaje sobre la clarividencia
para brindar su comentario: desde su más allá ha comprendido que la
clarividencia debe ser un servicio que se da, que no debe ser solamente un
fenómeno que asombra. Es también una terapia pues debe equilibrar al que la
recibe. Y es una cosa buena cuando no es vendida. Ella ha sufrido mucho, y
sufre todavía, de todas las formas de mentira y charlatanismo que la disfrazan
y la transforman para desgracia de la humanidad entera. Y si Forthuny no tuvo
la oportunidad de conocer bien el espiritismo, presintió que esa facultad era
un fenómeno natural, inherente a nuestras naturalezas carnales y que el hombre estaría mejor si viviera al ritmo
de la clarividencia. Otro elemento de importancia que se encuentra en sus
palabras es el deber de decir todo, pues el clarividente ve el espíritu de la
persona, percibe su carácter y su psicología mejor de lo que podría hacerlo
ella misma y no debe dudar de sus capacidades. Sobre todo no debe tratar de
limar asperezas para dar forma a su inspiración según la lógica y el buen
sentido, decía él en vida. Eliminen las percepciones aparentemente poco razonables, y eso
era justamente lo que había que decir. Tengan la audacia de decir todo lo que
vean a partir de un soporte fotográfico u otro, repite hoy, y tengan también la
audacia de rechazar una fotografía si no les parece conveniente, o si les
inspira desconfianza, miedo o repulsión. Los clarividentes del círculo Allan Kardec
pueden referirse pues a los buenos consejos de Pascal Forthuny antes de su
sesión.
El
estado de clarividencia
Para
concluir, volvamos con él sobre lo que sentía en el momento de sus clarividencias:
“Es sufrir ya una episódica y fulgurante modificación de la
personalidad, sentir penetrar en uno, aunque no sea sino por un segundo, este
«demonio» que interviene de repente, cuya voz aporta una indicación telepática,
un presentimiento, una admonición. Lo es mucho más cuando uno se pone a
vaticinar, a «ver» en el tiempo y el espacio, hechos, precisiones de toda
naturaleza, de las que normalmente no se puede tener la revelación y que, sin
embargo, corresponden a realidades verificables en el pasado y el presente, y
controlables en el porvenir. El trabajo
del clarividente implica automaticamente una disociación del yo psíquico donde abdica
la personalidad consciente ante la personalidad segunda. El máximo de fecundidad mediúmnica —y
creo poder decirlo con conocimiento de causa para la clarividencia— coincide
con el mínimo de consciencia normal. Por lo demás, es igual para los
exploradores del genio y es aquí donde hay que repensar estas palabras de
Beethoven: “La inspiración es para mí un estado misterioso donde el mundo entero
me parece formar una vasta armonía, cuando pensamentos y sentimientos resuenan
en mí, cuando todas las fuerzas de la naturaleza se vuelven instrumentos para
mí, cuando me estremezco todo”. Muchos siglos antes del maestro de las nueve
sinfonías, el neoplatónico Pórfido había observado: “La causa que produce el éxtasis muy bien podría ser una afección
mental (él no podía decir todavía modificación de la personalidad).
En cuanto al demonio de quien se nos habla,
sospecho que no es más que una parte del alma humana”.
A
fonte é http://espiritismoaldia.blogspot.com.br/2011/11/pascal-fortuny-1872-1962-d-o-s-s-i-e-r.html
O texto
da matéria transcrita tem por base Pascal Fortuny (1872 - 1962) Dossier La
Claravidencia por Fabienne Touzet -
Pascal Fortuny por Robert Doisneau en 1949 Le Journal Spirite n° 86 Octobre
2011.”
Retornemos
agora ao texto original de ‘Reformador’...
O
que caracteriza estas experiências é que Fathma
capta e interpreta a alma da multidão e apreende o que acontece nos lugares
mais longínquos, desde que haja uma aglomeração considerável de pessoas. Tudo
parece demonstrar que o corpo etéreo desta moça é inconscientemente atraído
para os locais onde a multidão cria uma atmosfera específica de temor, de
aflição, de espanto ou de alegria. Algumas de suas manifestações são
comparáveis àquelas de Swedenborg, o
iluminado do século XVIII, o qual, encontrando-se em pleno Mar Báltico, a bordo
de um navio, viu o incêndio de Estocolmo no preciso instante em que irrompia.
Pode-se
pensar, também, em Apolônio de Tiana,
o célebre filósofo pitagórico, contemporâneo de Jesus-Cristo, o qual - segundo registraram seus inúmeros biógrafos
-, quando pronunciava uma conferência em Éfeso,
interrompeu-se repentinamente e, após uns momentos de recolhimento, fixou um
ponto no espaço e gritou: “Golpeai o tirano, golpeai!” Logo depois,
gesticulando e voltando-se para o auditório assomado de estupor, disse : “Domiciano não mais existe; o mundo está
livre desse opressor!” Algum tempo depois se verificou que no momento em
que Apolônio tinha esta visão, em Éfeso, o último dos doze Césares era abatido pelo punhal
de um conjurado.
Fathma ben Romdane, a meu ver, é um dos
pacientes metapsíquicos mais interessantes de nossa época, porque, ao contrário
de tantos outros, e cujas faculdades são reconhecidas pelos mais destacados
cientistas, todas as manifestações por ela produzidas têm ocorrido quase sempre
espontaneamente e sem que qualquer sugestão haja influenciado sua personalidade
psíquica. Entrando em contato com um objeto qualquer, Fathma descreve toda a sua história, desde a origem, e isto de uma
maneira surpreendente. Faz ressaltar, por meio de detalhes particularizados,
fatos curiosos e, o que é mais notável, impressiona pela erudição de que dá
mostras. Suas qualidades psicométricas espantam e imprimem orientação diferente
às pesquisas. Não resta senão controlar o que relata e estarrecer-se com a
realidade que ela percebe com um simples, toque de um objeto aparentemente
desprovido de vida.
Por
muitas vezes eu depus entre as mãos de Fathma
um envelope lacrado e que continha um pequeno cartão no qual uma pessoa ausente
à sessão havia escrito algumas palavras ou desenhado figuras geométricas. Isto
ensejava a certeza de que nenhum dos participantes da reunião lhe conhecia o
conteúdo. Fathma, com os olhos bem
abertos e mirando o vácuo, apalpava febril e nervosamente o envelope e, em
seguida, não sabendo ler, traçava com um lápis o que divisava no interior. Os
erros eram raros e quase sempre devidos a uma defeituosa interpretação dos
sinais gráficos. Ao contrário, não se enganava nunca na visão das figuras geométricas
ou de um objeto que conhecesse, como uma cadeira, uma garrafa, uma margarida,
um cacho de uvas, um sino, um gato, etc. Nestes casos, sorria radiante e dizia imediatamente:
koursí, debbouza, quhouêne, àneb, nàqous, qattous, etc.
As
impressões eram quase instantâneas e as visões se situavam sempre e unicamente
no presente, sem ter em conta o espaço. Jamais, com efeito, Fathma anteviu um acontecimento ou um
fato que devesse desenrolar-se ou realizar-se em um futuro próximo ou distante.
Inclusive, exprimia-se sob uma forma simbólica que demandava interpretação,
tendo em vista sua falta de instrução e sua inteligência mediana.
*
Mas
o fenômeno que, mais que qualquer outro, certamente atrairá a atenção do mundo
científico, reside na desmaterialização visível dos membros inferiores a que Fathma era sujeita, de vez em quando,
ao esforçar-se por conseguir a clarividência.
A
primeira vez que assisti a esse estranho fenômeno, que, ao que saiba, não
encontra paralelo senão naquele realizado pela célebre médium Madame d'Esperance, foi no meu
escritório, em 1949. Estavam presentes muitas pessoas: entre outras, o pai de Fathma, um notável muçulmano, minha
mulher, um professor de medicina legal e um jovem fotógrafo, que ficou tão
impressionado que não pode nem ao menos disparar a objetiva de sua máquina no
momento azado.
Fathma se encontrava, havia alguns instantes, naquele estado meditativo e
particular de êxtase a que já me referi, os grandes olhos arregalados e fixos
no vácuo. Mal havia contado uma porção de fatos singulares que ocorriam em Sfax
(importante cidade do sul da Tunísia), quando, inesperadamente, com voz mais
forte e incisiva, gritou: “Quero voltar a Sfax para ver melhor!” Ao mesmo tempo
que assim falava contraía os músculos visuais e dava a impressão de estar
fazendo um esforço para libertar-se dos liames materiais que a retinham junto a
nós. No mesmo instante, todos verificamos que os pés de Fathma haviam desaparecido ... Ao primeiro instante pensamos que
ela os tivesse dobrado para sentar-se sobre eles, segundo o costume árabe, mas
foi em vão que levantei suas saias bastante amplas; não víamos mais que os
joelhos. Tendo-os tocado, notei que conservavam a temperatura normal, mas em
compensação desprendiam uma levíssima corrente elétrica, enquanto se difundia,
no ambiente, um tênue odor de ozônio.
O
pai de Fathma se alarmou e, temendo
talvez aquele funesto acontecimento, se deixou cair em uma poltrona escondendo
o rosto entre as mãos! O fenômeno, porém, durou poucos instantes, eis que quase
imediatamente, circundadas por uma espécie de matéria vaporosa, indefinível, vimos
novamente se recomporem gradualmente as extremidades de Fathma. Tocando os pés da jovem, senti que estavam frios, quase
gelados, ao mesmo tempo que transmitiam uma espécie de formigamento elétrico,
de intensidade variável (verificado por todos), semelhante à
sensação precedente, e que se desvaneceu à medida que a temperatura das
extremidades se normalizava.
Este
fenômeno, ao qual se seguiram muitos outros, com maiores ou menores intervalos,
não pode deixar ninguém indiferente. Tentei explicá-lo comparando-o com certas
manifestações, bastante complexas de resto, observadas nas pesquisas
medianímicas, mas a sua origem e sua produção tangível e incontestável escapam
a toda investigação.
Uma
outra manifestação que merece a atenção dos metapsiquistas é aquela pela qual Fathma ben Romdane impressionava, a
distância, com sua imagem, as chapas fotográficas.
Dar
hoje a explicação destas manifestações seria perder tempo inutilmente, porque
os estudos metapsíquicos atuais não dispõem ainda, infelizmente, dos elementos
e dos meios científicos necessários para solucionar este grande problema que é
a energia radiante, inteligente ou não, que se desprende do corpo humano.
Enquanto não for possível superar certas barreiras e conhecer o mistério do ser
humano, o homem permanecerá aquele eterno desconhecido do qual o Dr. Alexis
Carrel reconheceu com justeza o mistério insondável.
No
momento presente basta que nos contentemos em constatar, controlar e verificar,
à espera de que um caso fortuito, em ocasião inesperada, permita explorar até à
causa primeira.
As
teorias mais estranhas e também as mais absurdas têm sido invocadas para
explicar as causas determinantes do fenômeno de clarividência! Alucinações
hipnagógicas? Alterações psico-sensoriais? Fotismo? Na verdade, não se sabe
nada, absolutamente nada!
Como
quer que seja, e em qualquer hipótese, é de se desprezar a alucinação como
explicação dos fenômenos obtidos por Fathma
ben Romdane, porque, ainda que se quisesse considerar, com a maior boa
vontade, a alucinação, como o fazia Taine,
que concebia a própria percepção como uma verdadeira alucinação, não se pode
contrapor tal hipótese ao senso psicológico real que define a alucinação como
tendo caráter da percepção, mas sendo, na realidade, uma falsidade física.
Ora,
no que concerne às experiências realizadas com Fathma ben Romdane, o mais rigoroso controle confirmou de maneira
mais positiva:
1) Que as visões foram sempre controladas e
confirmadas; logo, nenhuma alucinação possível.
2) Nenhuma ação hipnótica foi jamais
praticada para provocar as manifestações de clarividência e de psicometria.
3) Se existe alteração psico sensoríal - o
que é provável (visto que não se constatariam semelhantes fenômenos no estado
normal) -, essas alterações são
inconscientes. O coração, a respiração e os
reflexos são normais enquanto o paciente se encontra naquele estado particular
e dificilmente verificável com os meios modernos de controle, e indefinível do
ponto de vista fisiológico, porque não se trata de sono propriamente dito, mas
antes de um estado que se avizinha daquele conhecido com o nome de êxtase, pois
que os membros têm sempre a tendência de manter uma ligeira rigidez plástica,
mas conservando a percepção sensorial às reações térmicas e dolorosas.
4) Fotismo como explicação? Provavelmente,
porque nada se opõe, no momento, a esta tese, se bem que muito arriscada. Com
efeito, é o subconsciente que percebe as imagens reais de visões longínquas que
afloram à superfície do consciente, através de um - mecanismo psico sensorial
no qual a inteligência instintiva desempenha, verossimilmente, um papel
destacado.
Dr. Eugene-N. Vitry De Villegrande
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