sábado, 17 de janeiro de 2015

A Morte Provisória

A morte provisória
Hermínio C. Miranda
Reformador (FEB) Julho 1978

            - Estranho, não é mesmo? - escreveu Omar Khayyám no "Rubáiyát" - que das miríades de seres que antes de nós cruzaram o portão das Sombras, nem um só tenha voltado para nos falar do Caminho que, para descobrir, teremos que percorrer também.

            Há muitas e muitas luas o famoso matemático, astrônomo, poeta e místico persa cruzou o portão misterioso de que nos fala nos seus escritos, cuja autoria, aliás, é posta em dúvida pelo erudito historiador americano Will Durant. Na verdade, lá se vão mais de oito séculos e meio, pois o poeta teria desencarnado aí pelo ano 1123 da nossa era. Tudo leva a crer que durante essa larga faixa de tempo Omar tenha cruzado e descruzado o portão algumas vezes, em outras vidas. É possível, também, que tenha procurado voltar sobre seus passos para "falar do Caminho" percorrido; e se isto se deu, deve ter também verificado o quanto é difícil convencer o companheiro, que ficou na carne, das realidades da vida póstuma.

            O problema é muito antigo, tão velho quanto o homem. Já o nosso Lucas reproduz, no capítulo 16 do terceiro Evangelho, o drama vivido pelo rico que implora a Abraão o envio de algum mensageiro à Terra para convencer os seus familiares da existência do mundo espiritual. O velho patriarca responde com sua experiência e sabedoria:

            - "Se não ouvem a Moisés e aos profetas, também não se convencerão mesmo que um morto ressuscite."

            Isso é melancolicamente verdadeiro. Por tempos imemoriais tem pairado sobra o testemunho dos Espíritos uma densa nuvem de suspeição, criada e sustentada pelos céticos e descrentes de todas as eras, enquanto a verdade se revela em toda a beleza e poder da sua pureza aos simples e (aparentemente) ignorantes, como assinalou Jesus.

            Essa nuvem pesada e escura parece mais densa nos últimos tempos, quando, num processo de total baralhamento dos valores morais da vida, a cultura moderna converteu-se em instrumento de perplexidade e desorientação.

            Jamais poderia dizer-se que os Espíritos deixaram de fazer a sua parte; ao contrário, fizeram-na muito bem. Nunca perderam uma oportunidade de fazê-la. Colocaram na tarefa de dar o recado da imortalidade toda a sua criatividade, venceram todas as dificuldades inerentes ao processo mesmo da comunicação, trouxeram-nos todas as evidências possíveis e imagináveis. Em mais de um século de intensa atividade, desde que foi deslanchado o esforço da hora final, parece legítimo reconhecer que ninguém neste planeta em que vivemos deixou de ser exposto à luz da realidade espiritual, aqui ou ali, no tempo e no espaço. Muitos ficaram impressionados, alguns admitiram a validade da mensagem, mas apenas uns poucos a aceitaram como um dos mais importantes conceitos ordenadores de suas existências.

            O mundo espiritual, porém, não desiste da tarefa sublime de vencer nos companheiros de jornada, nessa fabulosa aventura de viver, a tenaz e irracional resistência ante o fato mais admirável da nossa condição humana, que é a nossa própria imortalidade e, em consequência, a ilimitada capacidade de amadurecimento e evolução do nosso Espírito preexistente e sobrevivente.

            Ao que tudo indica, mais uma tentativa está sendo realizada. Desta vez não são os Espíritos desencarnados que falam de suas aventuras e experiências ao longo do Caminho que segue além do portão de que falava Omar. Não são os que "morreram" para sempre, mas os encarnados mesmos, ou melhor, aqueles que tiveram a extraordinária oportunidade da morte provisória. Dadas como clinicamente mortas por alguns minutos, sob variadas condições, essas pessoas retornaram à vida, seja espontaneamente, seja graças aos métodos da moderna técnica de ressuscitação. Muitos são os que narram suas fantásticas experiências no mundo póstumo, durante aqueles minutos, poucos em termos de nosso pequeno relógio cósmico, mas o bastante para uma completa reavaliação da vida, uma total reformulação de conceitos, uma inesperada descoberta da paz, uma surpreendente conversão da esperança em certeza ou da descrença em convicção inabalável.

            - "Você deve ter ouvido falar que morrer é desagradável - escreveu o famoso piloto Edward Rickenbacker -, mas não creia nisso. Morrer é a coisa mais doce, mais terna, mais sensual que eu jamais tenha experimentado. A morte chega como que disfarçada num amigo simpático. Tudo era sereno, tudo calmo. Como seria maravilhoso simplesmente flutuar para fora deste mundo. É fácil morrer. Você tem é que lutar para viver."

* * *

            A princípio, tais relatos eram esparsos, tímidos e até mesmo relutantes. As pessoas envolvidas nesses episódios, usualmente tidos como fantásticos, por mais jubilosos que se sentissem após a experiência, temiam revelá-la a terceiros. Não apenas porque a narrativa perdia muito do seu conteúdo e impacto, ante a impossibilidade de transmiti-la fielmente, mas também porque a reação habitual é imprevisível. Tanto pode ficar nos limites da aceitação tolerante e educada, como ir aos extremos da ridicularização ou da compaixão pelo amigo ou parente que subitamente tenha perdido o juízo.

            A questão, porém, é que os fatos começaram a revelar inequívoca insistência, com a característica de apresentarem-se de preferência aos médicos e aos sacerdotes ou ministros das várias denominações religiosas, ambos - especialmente os primeiros - presença constante junto ao que modernamente se resolveu classificar de "paciente terminal", ou seja, o que dantes chamávamos de "desenganado".

            Entre os médicos, a Dra. Elisabeth Kubler-Ross apresenta-se claramente como pioneira no estudo do fenômeno da morte, ou melhor, na reação dos pacientes terminais ante a problemática da morte física. Seu primeiro livro - "On Death and Dying" - é de 1969. Dai para cá começaram a aparecer depoimentos mais frequentes, até que em 1976, em pesquisa independente, o Dr. Raymond A. Moody, jovem médico altamente qualificado, publicou seu primeiro estudo a respeito, sob o título "Life After Life", ou seja: "A Vida depois da Vida". A despeito das suas conclusões, ainda preliminares e até mesmo algo tímidas e obviamente incompletas, e do estilo quase frio do relato científico, o livro encontrou inesperada resposta no interesse público, transformando-se prontamente num verdadeiro "best-seller".

            O Dr. Moody havia catalogado um acervo de 150 casos de "near death experiences", isto é, "experiências de quase morte", para as quais eu proporia a expressão de morte provisória. Seu interesse para o assunto foi solicitado numa referência ocasional que poderia até ter passado despercebida, mas posteriormente alimentado e estimulado por vários outros casos indiscutíveis, logo que ele se dispôs a pesquisar a matéria. Somente às vésperas, por assim dizer, da publicação da sua primeira obra, o Dr. Moody descobriu que sua colega, a Dra. Kubler-Ross, realizava pesquisa semelhante, com idênticos resultados e não menor interesse. A doutora prefaciou o seu livro, louvando sua coragem em proclamar ao mundo cético seus achados e advertindo-o quanto à resistência e contestação que encontraria em duas áreas especificas: a dos seus colegas médicos e a dos sacerdotes e ministros religiosos das várias crenças (crença é uma palavra estranha neste contexto, mas, enfim... aí fica).

            Felizmente, o Dr. Moody não é homem de intimidar-se. Seguiu em frente com as suas pesquisas reveladoras e, em junho de 1977, achou que era tempo de publicar outro livro sobre o assunto, já que a sua tarefa desdobra-se rapidamente em conotações inesperadas, enquanto seus fichários se enriquecem com novos depoimentos. Daí o volume intitulado "Reflections on Life After Life", que colhi ainda fresco das impressoras numa livraria de New York, em junho passado. (1)

            (1) Edições Bantam e Mockingbird, junho/77, New York, Estados Unidos.

            Já agora a posição do Dr. Moody é consideravelmente mais bem definida. O primeiro volume concluíra ainda algo hesitante, talvez pelo inusitado dos fatos, o que, por outro lado, depõe em favor da sua humildade intelectual:

            - "Dessa maneira - escrevera então - ficam em mim não conclusões, evidências, ou provas, mas algo muito menos definido - impressões, perguntas, analogias, fatos surpreendentes a serem explicados."

            Reconhecia, porém, que, se as experiências que examinava eram reais, teriam "implicações muito profundas no que cada um de nós está fazendo com sua vida." "Pois, então - prosseguia ele -, seria verdade que não podemos entender completamente esta vida a não ser que demos uma espiada no que está além dela."

            Sintomaticamente, o novo livro é dedicado a "Vi, Andy e Dannion, três que voltaram". Voltaram, evidentemente, para contar a história de sempre: a vida continua pelas espirais que se abrem para a eternidade.

            Por outro lado, a coleta de material que antes era feita quase que em segredo e cheia de ressalvas, intensificou-se de tal forma que o Dr. Moody já perdeu a conta, segundo confessa na sua introdução. Descobriu mais: que o fenômeno da morte provisória é tão comum que dentro em breve, diz ele, “o problema” não será a realidade do fenômeno, mas que consequências decorrem dele". Seja como for, o interesse de pesquisadores sérios suscitou a boa-vontade de muita gente disposta a contar suas experiências pessoais, sem o receio de serem tomadas por débeis mentais.

            Enquanto isso, vários livros sobre o assunto estão sendo publicados ou em preparo. Para mencionar somente uns poucos, basta lembrar "The Vestibule", uma coletânea organizada por Jess E. Weiss (Pocket Books, 1977), o esperado livro da Dra. Kubler-Ross e o do Dr. George Ritchie, Jr., este sob o sugestivo titulo de "Return from Tomorrow" ("Retorno do Amanhã"), prestes a sair nos Estados Unidos.

*

            No seu novo livro, o Dr. Moody ratifica muitas das suas primeiras impressões - já vimos que ele não lhes concedia a categoria de conclusões - e retifica ou complementa várias outras. É indiscutível, porém, que as pessoas que regressaram da morte provisória trazem consigo uma completa reformulação da vida.

            Tanto quanto possível, dentro dos limites de um artigo, que pretende ser meramente noticioso, vejamos em que consiste isso.

            O primeiro aspecto escolhido pelo Dr. Moody é o que ele chama de "visão do conhecimento". As pessoas ressuscitadas após clinicamente mortas, com dificuldade conseguem descrever esse estado de percepção global, onde tempo e espaço se tornam inexplicavelmente inexistentes.

            "- Por um momento - informa um dos entrevistados - eu conheci todos os segredos de todos os tempos, todo o sentido do universo, as estrelas, a lua - tudo."

            "- Quanto tempo durou isso?", perguntou o doutor Moody a outro.

            "- Você poderia dizer que foi um minuto ou poderia dizer dez mil anos. Não faz nenhuma diferença", foi a resposta.

            Em tais condições, o retorno ao corpo físico é sempre uma frustração e esse aspecto da relutância em voltar é uma das características do processo, segundo observações do Dr. Moody.

            Não deve ser nada fácil descrever, com aceitável aproximação, aquele estado de plenitude espiritual. Faltam palavras para narrar a experiência maravilhosa que ultrapassou de muito os domínios do pobre código humano de comunicação.

            "- As palavras que emprego para descrever isto - diz um dos depoentes - estão muito distantes da realidade experimentada, mas é o melhor que posso fazer... Porque aquilo lá é um lugar onde o lugar é conhecimento... Conhecimento e informação estão prontamente à nossa disposição - todo o conhecimento... Você absorve conhecimento... De repente, você conhece as respostas..."

            E o inesperado que surge com uma força tremenda, muitas vezes em total oposição às ideias preconcebidas da criatura? Tomemos, por exemplo, os conceitos de céu e inferno. Muita gente esperava encontrar algo semelhante no além, por causa dos multisseculares condicionamentos das religiões dogmáticas. O próprio Dr. Moody lembra que, no seu primeiro livro, escreveu que seus depoentes não encontraram nada semelhante ao céu e muito menos ao inferno, do lado de lá da vida. Já agora, muito embora tais noções teológicas permaneçam inaceitáveis, há que reconhecer que existem condições definidas de bem-estar e euforia, que se assemelham ao estado de beatitude. Mais do que isso, porém: há "regiões" perfeitamente reais, onde tais sensações são experimentadas.

            O autor reúne alguns depoimentos nesse sentido, num capítulo intitulado "Cidades de Luz".

            "- Havia luz por toda parte - narra uma pessoa. Uma beleza. Eu não podia descobrir de onde vinha aquela luz. Lá estava ela por toda parte, vindo de toda parte. Havia música. Parecia que eu estava no campo, com os córregos, a grama, as árvores, as montanhas. Havia gente também. E uma paz infinita, uma sensação presente de amor."

             "- A distância - descreve uma senhora - eu via uma cidade. Havia edifícios - separados. Um brilho emanava deles. As pessoas ali eram felizes. Havia nascentes de águas cristalinas... Creio que se pode dizer que era uma cidade de luz. Ali também havia música." Outros "ressuscitados" falaram do "reino dos Espíritos desorientados". (Estou traduzindo ao pé da letra, inclusive a palavra "spirits".)

            Segundo o depoimento dessas pessoas, aqueles seres pareciam ter sido apanhados numa armadilha, "aparentemente numa condição de existência das mais infelizes". Um homem disse que os Espíritos que ele viu (novamente lembro que a palavra é Espírito mesmo, no original) "não podiam progredir do lado de lá porque o deus em que acreditavam ainda vivia aqui", ou seja, seus interesses eram por demais grosseiros. Tais Espíritos pareciam algo aturdidos, mas obviamente "estavam ali somente até o momento em que resolvessem os problemas ou dificuldades que os retinham naquele estado de perplexidade".

             "- Eles pareciam estar sempre em movimento - disse um paciente -, em lugar de estarem ali fixados, mas sem nenhum sentido especial de direção. Partiam em linha reta para a frente e, de repente, viravam à esquerda; davam uns passos mais e se voltavam para a direita. E nada, absolutamente nada, para fazer. Eles buscavam algo, mas não me pergunte o que buscavam."

            Allan Kardec resumiu isso numa expressão: Espíritos errantes e chamou essa condição de estado de erraticidade.

            Alguns dos ressuscitados informaram que tais Espíritos tentavam, às vezes, comunicar-se com pessoas encarnadas. Um deles viu, na rua, um homem que tinha um desses Espíritos a segui-lo. O contato parecia muito difícil, porque os encarnados não tinham consciência dessas presenças invisíveis, a despeito dos esforços que os Espíritos faziam por se fazerem notados.

            Que desejariam eles dizer aos encarnados? A coisa mais importante que desejavam transmitir era não apenas a notícia da sobrevivência, mas principalmente a necessidade de moralização. Uma pessoa viu o Espírito de uma mulher tentando desesperadamente comunicar-se com seus filhos.

            "- Tentava dizer-lhes, ao que parece, que deveriam agir de outra maneira, mudar, modificar o estilo de vida."

            E, pouco adiante, como que a justificar-se, o depoente acrescentou ao Dr. Moody:

             "- Não estou tentando moralizar ou pregar sermão, mas esta parecia ser a mensagem que ela estava tentando transmitir... Parece que naquela casa não havia amor, se é que você deseja dizer assim... Parece que ela estava tentando reparar algo que havia feito... É uma experiência de que eu jamais me esquecerei."

            Em alguns casos, as pessoas que passaram pela experiência da morte provisória foram poupadas à desencarnação graças à interferência pessoal de algum "agente ou ser espiritual", no dizer do Dr. Moody.

            Um homem gravemente ferido durante a II Guerra Mundial declarou:

            "- Eu não via nada, mas sentia uma presença maravilhosa e confortadora, ali ao meu lado, e uma voz bondosa e suave que me disse: "Estou aqui com você, Reid. Seu tempo ainda não chegou." Eu me sentia tão descontraído e confortável naquela presença... Desde aquele dia, nunca mais tive o menor temor da morte."

*

            Haverá, porém, um julgamento no sentido proposto pelas religiões tradicionais?

            A primeira impressão do Dr. Moody, revelada no seu livro inicial, foi a de que isto não acontecia, ou, pelo menos, achava ele que não havia no mundo póstumo nada que justificasse nossa expectativa de prêmio ou punição. Há agora algumas revisões neste ponto.

            Depreende ele dos depoimentos colhidos que há, sim, uma espécie de julgamento, não, porém, no sentido teológico da palavra e não, definitivamente, da parte do ser luminoso que geralmente vai ao encontro daqueles que tiveram a experiência da morte provisória. O ser luminoso - provavelmente um Espírito-guia - parece demonstrar apenas amor e aceitação em relação ao seu tutelado; o julgamento parte antes do próprio indivíduo.

            "- Naquele estado - escreve o Dr. Moody -, parece que eles veem por si mesmos o que deveriam ter feito e não fizeram e assim julgam a si próprios."

            Ali, naquele momento de verdade, compreendemos que "a beleza do nosso corpo ou a cor da pele não são mais motivo de orgulho. Na verdade, nem mais corpo físico se tem ali. A única beleza que prevalece é a da alma". No fundo dessas especulações um conceito fundamental emerge, na opinião do Dr. Moody (e com ele concordamos em gênero e número): a importância do amor e do conhecimento. É o que fazemos aos outros o que importa; e, para fazermos a coisa certa, precisamos saber. Podemos dizer que isto é uma boa aproximação do duplo conceito de moral e sabedoria que os Espíritos superiores deixaram explícitos na Doutrina confiada a Kardec.

            Uma testemunha narra, ao assistir a um "replay" da sua vida, que havia como que um "conhecimento onipotente" a guiá-la e ajudá-la a ver as coisas na sua exata perspectiva.

            "- O que me impressionou foi isso, porque percebi que não apenas o que eu fizera, mas, ainda, como o que eu fizera havia afetado outras pessoas. E não era o mesmo que assistir a um filme, porque eu sentia aquilo; havia ali aquele sentimento, particularmente agora que eu possuía o conhecimento... Descobri que nem mesmo os pensamentos se perdem... Cada pensamento estava ali... Seus pensamentos não se perdem..."

            Outro homem se confessa profundamente envergonhado das coisas que fez ou deixou de fazer. Mal podia esperar a volta para realizar o que negligenciara, ou refazer certo aquilo que fizera errado.

            Quanto ao inferno típico das fábulas e fantasias teológicas, nada encontrou o Dr. Moody. Sabemos da experiência doutrinária que realmente não existe o inferno pregado pelas igrejas, onde o ser sofreria o tormento eterno ao cabo de uma única existência, sem outra chance perante as leis do Pai. Não há dúvida, porém, de que existem regiões espirituais onde o sofrimento e a angústia mais terríveis parece eternizarem-se na intemporalidade. André Luiz nos apresenta alguns desses quadros dolorosos. Camilo Cândido Botelho, através de Yvonne A. Pereira, em "Memórias de um Suicida", descreve, com a sua palavra flamante, algo muito parecido com o inferno, nas profundezas do desespero humano.

            Mas o Dr. Moody ainda apresenta alguns condicionamentos dogmáticos e declara que nada encontrou até agora que ofereça objeção à existência do inferno. Admite, também, a possibilidade do Juízo Final, tal como o concebe a teologia tradicional. Não nos esqueçamos de que o jovem médico está chegando à verdade por aproximações sucessivas, destilando-a pacientemente dos depoimentos daqueles que foram lá e voltaram. Na verdade, ele procura tranquilizar aqueles que se "sentiram insatisfeitos" porque, aparentemente, as experiências colhidas nesses depoimentos ao vivo se apresentam "inconsistentes com a noção do Juízo Final e do fim do mundo". Veremos, adiante, um pouco da reação dos teólogos às suas observações acerca do mundo póstumo.

            Entre essas observações, está a condenação formal do suicídio. Os ressuscitados voltam convictos de que têm um objetivo a alcançar na vida e não podem atirá-la fora, como coisa inútil e inservível. Até mesmo não-suicidas foram bastante enfáticos nesse ponto, como o cidadão que sofreu um acidente quase fatal. Fizeram-no saber, de alguma forma indelével para a sua mente, enquanto lá estava, que - "duas coisas seriam completamente proibidas para mim: suicidar-me ou matar alguém... Se eu cometesse suicídio, estaria atirando o dom de Deus em Sua própria face... Matando alguém, estaria interferindo nos objetivos de Deus para com outro individuo."

            O Dr. Moody encontrou, porém, alguns casos de morte provisória devidas a tentativas de suicídio. A mudança de ponto de vista é radical. Tais pessoas se encontraram envolvidas "exatamente nos mesmos problemas dos quais estavam tentando se livrar pelo suicídio. Seja qual for a dificuldade da qual estivessem tentando escapar, ela permanecia lá, do outro lado, ainda por resolver".

            Um deles confessou, positivamente:

            "- Não. Eu não faria isso novamente. Na próxima vez morrerei naturalmente, porque uma coisa que eu entendi naquela ocasião é que a vida aqui é um período muito curto de tempo e há muito que fazer enquanto você está aqui. E quando você morre é eternidade."

            Na verdade, estamos na eternidade tanto aqui na carne como no mundo do espírito, mas parece que a pessoa quis significar que somente lá essa noção de eternidade adquire a estatura de uma certeza indiscutível.

*

            O capítulo mais fantástico do livro do Dr. Moody, no entanto, pelo menos para os que estão familiarizados com as verdades que ele vai revelando, é aquele em que ele discute a reação dos clérigos. O jovem médico lembra que a Dra. Kubler-Ross havia previsto isso.

            Um deles, com quem o Dr. Moody manteve longa conversa, admitia a sobrevivência do espírito, com base em depoimentos colhidos nesta série de pesquisas a cerca da morte provisória. Não obstante, de maneira totalmente incongruente, declarou ao médico que achava impraticável a prova científica da sobrevivência e, mais grave ainda, para um sacerdote:

            "- Se pudéssemos provar a existência de vida após a morte, o que equivaleria a provar a existência de Deus, isto invalidaria o sistema da fé." (!)

            Esta inesperada enormidade filosófica - com todo o respeito pela pessoa que a emitiu - é apoiada no raciocínio de que não se pode provar as coisas últimas da vida, o que, de certa forma, se aproxima da filosofia positivista. A vida maior, na opinião desse sacerdote, tem de ser aceita na base da fé. Se, pelo que ele chama de curto-circuito, ficar provado que existe vida póstuma, "ninguém precisaria ter fé para crer". A confusão do pobre prelado é total, ao concluir que o depoimento dos que voltaram para contar suas experiências limita-se a confirmar a fé que ele já possuía. Mas, se ele fosse um descrente, isso não o teria convencido...

            As reações, porém, são as mais disparatadas. Uns pensam que está completamente fora de moda o interesse na sobrevivência!

            " - Você não acha - perguntou um ministro episcopal - que deveríamos pensar neste mundo e não no próximo? Não há uma porção de problemas para resolver aqui?"

            Dos vários encontros com teólogos, o Dr. Moody depreende que a maioria deles julga ser a preocupação com a outra vida algo anti social, que nos levaria a esquecer os problemas desta. O jovem pesquisador não vê como nem por que as duas concepções se excluam mutuamente, com o que estamos plenamente de acordo.

            Outro grupo considerável de "pastores de almas" volta-se para a desesperada tese de que essas experiências "são dirigidas por forças satânicas ou demônios maldosos"!

            Um terceiro grupo, ao qual Dr. Moody atribui mais timidez do que desejo de criticar, compõe-se de sacerdotes que se julgam incapazes de comentar as observações recolhidas na pesquisa, preferindo deixá-las como problema de natureza médica. Invocam explicações mais "confortáveis", digamos assim, como a da alucinação. Cabe acrescentar, porém, que o Dr. Moody encontrou também médicos que se recusam a comentar o assunto, porque o atribuem à competência dos teólogos e sacerdotes em geral.

            No capítulo 59, o Dr. Moody faz um retrospecto histórico para concluir que tais experiências não são novidade, pois é possível encontrar na tradição de muitos povos, e no relato de muita gente digna de crédito, fatos semelhantes.

            Em seguida, repetindo a técnica de seu livro anterior, ele procura responder a perguntas e objeções mais suscitadas pelo seu trabalho. Na impossibilidade de comentar todas, detenhamo-nos em umas poucas que nos parecem mais relevantes.

*

            É de observar-se, de início, as cautelas e suspeições que o problema levanta. Acham alguns, por exemplo, que o Dr. Moody deveria citar os nomes de seus depoentes, a fim de dar maior credibilidade aos testemunhos. O autor, porém, insiste na sua política de conservar no anonimato os seus "ressuscitados". Ele sabe muito bem das dificuldades que encontrou, no princípio de sua pesquisa, para persuadir certas pessoas a falarem de suas experiências. Algumas dessas, pessoas haviam guardado os fatos para si mesmas; outras, ao tentarem comunicá-los a parentes ou amigos, encontraram-se face a face com a decepção nascida da incompreensão, da inaceitação, do ridículo. Observou, ainda, o jovem médico que depois da publicação do seu primeiro livro - que alcançou enorme sucesso, não nos esqueçamos - tornou-se muito mais fácil colher depoimentos nesse sentido, pois seus leitores perceberam que ele trata o assunto com seriedade, sabedoria e discrição. Dessa confiança nos seus propósitos resultou uma verdadeira avalancha de novos testemunhos, mas é preciso lembrar que as pessoas envolvidas continuam a viver no mesmo contexto familiar e social de sempre, e é precisamente nesse contexto que estão aqueles que não compreendem ou não aceitam suas narrativas, e o Dr. Moody está interessado em continuar recolhendo depoimentos autênticos, pois desses relatos está se consolidando, para aqueles que rejeitam a ideia da sobrevivência, uma nova imagem da morte e, por conseguinte, da vida .

            "- Não seria isso o reflexo de um mero desejo de que assim fosse?" - perguntam outros. "Como tantos gostariam de continuar vivendo após a morte, argumentam esses críticos, qualquer evidência dessa realidade "deveria ser considerada suspeita."

            O Dr. Moody não se deixa impressionar. Acha ele, com razão, que o fato de "existir algo que quase todos nós desejamos não significa que isso não possa ocorrer".

            "- Os pacientes terminais deveriam ser informados a cerca desses fatos?" - perguntam alguns médicos.

            O Dr. Moody não sabe ainda como resolver essa questão. A revelação poderia, por exemplo, perturbar, nas suas últimas horas de vida (na carne), aqueles que viveram fixados irredutivelmente a uma teologia que ensina conceitos inteiramente diferentes da realidade que esses casos revelam. De minha parte, creio que, opinando do ponto de vista da Doutrina Espírita, não teria dúvida alguma em contar a verdade. Trata-se aqui de mera opção, ante a qual não há como hesitar: antes a suposta perturbação, ainda "em vida", do que a tremenda decepção no mundo póstumo, quando a pessoa verificar que a vida espiritual não é nada daquilo que lhe ensinaram em sermões, prédicas, conferências, artigos, livros e cursos.

            "Por outro lado, observa o Dr. Moody - se esses relatos não são verdadeiros e não existe vida após a morte, não há prejuízo para ninguém. Mas, se são verdadeiros, é melhor que as pessoas estejam preparadas para o que as espera." Esta é a outra face do argumento.

            Embora o autor se confesse ainda indeciso ante as alternativas, tem o bom senso de acrescentar, mais adiante, que essas questões "talvez sejam meramente acadêmicas dentro em breve, uma vez que o fato de que tais experiências ocorrem vai-se tornando dia a dia mais conhecido".

            É claro, porém, que os médicos em geral, embora confrontados com o fenômeno narrado pelos seus próprios pacientes, não lhe atribuem valor significativo. Por simples cortesia, murmuram uma expressão qualquer, como: "Interessante". E só. Mesmo o Dr. Moody reagiu dessa maneira ante dois pacientes seus que lhe relataram experiências pessoais de morte provisória, antes que ele tivesse seu interesse despertado para o fenômeno.

            Informa ele que a tendência de seus colegas é situar o problema fora da área clínica, o que nem sequer justificaria o esforço de questionar melhor os fatos referidos pelo paciente.

*
           
            Seguem-se, no livro do Dr. Moody, algumas oportunas especulações, de colorido nitidamente filosófico. É que da minuciosa tabulação e análise dos depoimentos colhidos, quase todos em primeira mão, emergem algumas constantes muito especificas e definidas. Duas delas têm conotações eminentemente doutrinárias - para aqueles que têm formação espírita - e podem ser sintetizadas em duas palavras-chave: conhecimento e amor, como objetivos a serem alcançados no desenrolar da existência humana. Em outras palavras, as pessoas que passaram pela maravilhosa experiência da morte provisória verificaram do outro lado da vida a importância dessas duas conquistas básicas que, sem dúvida alguma, determinam o nível de felicidade e pacificação interior em que cada uma se situará no
mundo espiritual.

            O Dr. Moody reconhece que tanto a palavra conhecimento como a palavra amor são de significado "altamente ambíguo". Segundo depreende ele do depoimento de seus pacientes, no caso do amor, trata-se de um sentimento de profunda e total doação, podendo ser "caracterizado - diz ele - geralmente como uma espécie de amor transbordante, espontâneo, sem necessidade de estímulos especiais e que é dado a outrem a despeito de suas falhas".

            Esse elevado conceito de amor fraterno as pessoas encontram infalivelmente naquele ser luminoso que sempre vem ao encontro delas no mundo póstumo. O Espírito-guia não vem julgar, nem mesmo censurar ou repreender: vem trazer o seu amor, e tal sentimento é, às vezes, sentido de maneira tão intensa que parece iluminar tudo, tornar-se quase palpável. É uma experiência indescritível.

            "- Ele me mostrou tudo o que eu havia feito - disse uma jovem senhora ao Dr. Moody - e, em seguida, perguntou-me se eu estava satisfeita com a minha vida... Ele estava interessado em amor. Amor mesmo. Ele se referia à espécie de amor que me leva a procurar saber se o meu vizinho tem o que comer e o que vestir e me leva a ajudá-lo se não o tem."

            Quanto ao conhecimento, prossegue essa mesma senhora:

            "- O tipo de conhecimento pretendido era de natureza mais profunda, relacionado com a alma... Eu diria que é sabedoria."

            Creio que ela acertou em cheio, a despeito da evidente dificuldade em colocar em palavras toda a carga emocional que experimentou por breves minutos na presença daquele ser superior. Não se trata aqui de mero conhecimento, porque este pode resultar de acumulação de fatos, informações ou experiências, levando frequentemente aos maiores desatinos quando mal utilizado. Esse é o exemplo constante da história, e o que é a história senão o relato das vidas daqueles que a fizeram?

            O Dr. Moody parece bem alertado para a sutil gradação de matiz que existe entre conhecimento e sabedoria, ao refletir que "- Sábio, presumivelmente, não é o que somente possuiria conhecimento, mas seria aquele capaz de aplicá-lo moralmente certo. Portanto, o relato citado (da jovem senhora) empresta uma conotação moral à acumulação de conhecimento."

            Para não alongar mais estes comentários, basta, neste ponto, lembrar os conceitos doutrinários do Espiritismo, que nos asseguram que a evolução do Espírito se desenvolve ao longo desta dicotomia: conhecimento e moral. É essa, precisamente, a convicção que nos trazem aqueles que experimentaram a morte provisória.

*

            Os colegas do Dr. Moody formam quatro categorias distintas, segundo as atitudes que adotam ante o fenômeno pesquisado.

            O primeiro grupo é o de médicos que experimentaram eles próprios, e não seus pacientes, a realidade inesperada da morte provisória. A reação deles é a de qualquer outra pessoa, mas creio poder acrescentar que a sua perplexidade é ainda maior, pois, como disseram dois deles ao Dr. Moody, havia muito pouco na formação científica que tiveram, que os houvesse preparado para enfrentar a experiência, ou até mesmo proporcionar-lhes uma linguagem na qual pudessem expressá-la.

            "Como cientista - disse um deles - eu pensaria que isso não podia acontecer. Mas realmente aconteceu!"

            Não é difícil entender essa posição. A formação médica moderna prepara técnicos altamente qualificados para lidarem com uma espécie de máquina biológica inconcebivelmente sofisticada, nada, porém, acima e além de máquina, passível de ser parcialmente desmontada, consertada e recomposta e na qual até mesmo certas peças vitais podem ser substituídas como num aparelho eletrodoméstico. Um belo dia, no entanto, o competente doutor descobre que a energia consciente que faz funcionar a máquina não está nela própria, nem precisa dela, sendo-lhe totalmente autônoma. Não é então de admirar-se que não tenham como explicar o fenômeno, senão aceitando a existência e a sobrevivência desse principio autônomo.

            O segundo grupo é constituído de médicos que realizam trabalho semelhante ao do Dr. Moody, coletando casos idênticos entre seus clientes. Ainda algo aturdidos ante o insólito, eles se sentem como que aliviados de encontrarem alguém que esteja realizando pesquisa parecida.

            Os do terceiro grupo adotam uma atitude religiosa perante o fenômeno. Limitam-se a declarar que as observações confirmam suas próprias convicções.

            O quarto e último grupo é o daqueles para os quais as experiências de morte provisória são redutíveis a fenômenos de natureza médica, tendo uma explicação puramente fisiológica ou psicológica, ou uma combinação de ambas.

            É de ver-se a firmeza com que um jovem paciente contesta uma opinião desta última categoria.

            "- Tão certo como estou agora aqui sentado, se eu morresse novamente hoje, virtualmente a mesma coisa teria acontecido, com a diferença de que eu estaria mais bem preparado para observá-la. E eles me vêm dizer que não é nada disso, jurar que não é assim e que podem me exibir evidência de que não é assim... e tudo quanto posso dizer é isto: Bem, eu sei onde estive."

            E o Dr. Moody? O que aconteceu com os seus conceitos científicos, filosóficos e religiosos? Teria isso tudo afetado sua maneira de pensar? Claro que sim, e um crédito que ninguém lhe poderia negar é o de afirmar as suas convicções de maneira inequívoca, sem ressalvas e dubiedades.

            " - Aqueles que estejam interessados neste pormenor autobiográfico - escreve ele -, dirijo as seguintes observações: Fui levado a aceitar, como objeto de crença religiosa, que existe vida depois da morte e acredito que o fenômeno que estamos examinando é manifestação daquela vida."

            Pouco adiante, revertendo aos conceitos básicos que decorrem das suas pesquisas, ele tem algo mais a dizer. Antes, porém, de encerrar com as suas palavras finais este artigo, que vai ficando longo, creio indispensável algumas observações adicionais. Dizem elas respeito a um aspecto que, de certa forma, vem refletir em nossa condição de espíritas, os "suspeitos" de sempre...

            "- Eram essas pessoas, com quem você conversou -" perguntam com frequência ao Dr. Moody -, interessadas em ocultismo antes ou depois de suas experiências?"

            Não é difícil perceber o alcance da pergunta. Em primeiro lugar, é preciso lembrar que as pessoas escassamente informadas acerca da fenomenologia do espírito humano englobam, indiscriminadamente, sob o nome genérico de ocultismo, uma terrível miscelânea de coisas, das mais autênticas às mais disparatadas e ridículas. Para elas, tanto é ocultismo o estudo sério da sobrevivência da alma, ou a prática mediúnica disciplinada e bem orientada, como os mais desvairados rituais da magia negra e as mais tolas crendices. Para essas criaturas, tudo quanto é estranho, desconhecido e ignorado, cheira a ocultismo. O rótulo é cômodo porque poupa a muita gente o esforço de separar o verdadeiro do falso e, mais do que isso, o de reformular ideias preconcebidas.

            Desse modo, alguém que teve uma experiência de morte provisória, já convencido da realidade do espírito, fica automaticamente sob suspeita pelas suas "ligações" com o ocultismo. Portanto, seu depoimento vale pouco ou nada. Não merece ser levado a sério. É o que muitos pensam.

            O problema, não obstante, não é tão simples. O Dr. Moody entrevistou mais de 300 (trezentas!) pessoas que passaram por experiências de morte provisória. Num grupo desses, lembra o jovem pesquisador, era de esperar-se um ou outro interessado em assuntos como reencarnação, contatos mediúnicos, astrologia "e outros fenômenos ocultos". No entanto, apenas seis ou sete (em 300, não nos esqueçamos), para surpresa do próprio pesquisador, "manifestaram alguma espécie de interesse nessa área, antes ou depois de suas experiências". Quase ninguém desse grupo tinha a contar fatos paranormais ocorridos durante a sua existência.

            "- Definitivamente, as pessoas com as quais eu conversei - escreve o Dr. Moody - não são aquelas que frequentemente têm experiências inusitadas, ou que demonstrem um interesse acima do normal em assuntos de natureza oculta."

            Esses "insuspeitos", no entanto, é que trazem o testemunho de uma inegável continuidade da vida e da indiscutível influência que têm sobre a condição do Espírito, na vida póstuma, o seu grau de conhecimento e o nível da sua moral, exatamente como ensinam os postulados da Doutrina Espírita.

            Foram esses mesmos os que voltaram da morte provisória com uma nova concepção da vida, e a partir daí elaboraram uma reformulação global de seus conceitos fundamentais. Até mesmo os ateus, segundo outra pergunta formulada, passaram a aceitar a ideia da sobrevivência do Espirito.

            São essas as reflexões do Dr. Moody a respeito da "vida depois da vida".

            Para encerrar, suas próprias conclusões, que subscrevemos:

            "- Espero ter condições de aplicar o que aprendi deste estudo à minha vida. Desejo continuar evoluindo, tanto quanto possível, no sentido de amar ao semelhante e adquirir conhecimento e sabedoria."

            Em nome daqueles que esperam no desalento e na aridez da descrença, agradeçamos ao Dr. Raymond A. Moody pelos seus nobres e legítimos propósitos. É importante a contribuição que ele tem a oferecer a este mundo atormentado, porque desta vez não são os Espíritos e nem os espíritas que estão tentando convencer o irmão que sofre, mas é o próprio ser encarnado, praticamente sem nenhuma experiência ou conhecimento prévio da realidade espiritual, que atravessou o portão das Sombras e voltou para dizer como é o Caminho...


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