terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Rainha do Céu



Rainha do Céu
Lincóia Araucano /(Ismael Gomes Braga)

Reformador (FEB) Março 1962

            Todas as mitologias e religiões nasceram pelo mesmo processo do nascimento do Espiritismo: aparições e outras manifestações de Espíritos desencarnados; e como os Espíritos comunicantes diziam-se homens e mulheres, as mitologias e religiões politeístas adoravam deuses e deusas.

            O monoteísmo nasceu entre os judeus e condenou severamente o politeísmo. Poder-se-ia dizer que a Bíblia é o primeiro livro que aboliu a pluralidade dos deuses antigos, mas não se pense que entre os antigos israelitas não houvesse, como em todos os povos, igualmente a crença em deuses e deusas, oriunda das comunicações de Espíritos. Essa uniformidade é absoluta.

            No livro de Jeremias, 44:17 a 19, lemos:

            "Mas certamente cumpriremos toda a palavra que saiu da nossa boca, de queimarmos incenso à rainha do céu e de lhe derramarmos libações, como temos feito, nós e nossos pais, os nossos reis e os nossos príncipes, nas cidades de Judá e nas ruas de Jerusalém; então tínhamos fartura de pão, e nos ia bem, e não vimos mal algum. Mas desde que cessámos de queimar incenso à rainha do céu e de lhe derramarmos libações, temos tido falta de tudo e temos sido consumidos pela espada e pela fome. Quando queimávamos incenso à rainha do céu, e lhe derramávamos libações, acaso era sem o conhecimento de nossos maridos que nós lhe fazíamos tortas para a retratar, e lhe derramávamos libações?"

            Por esta passagem da Bíblia, vemos que entre os antigos judeus se rendia culto a uma deusa, a quem davam o nome de "Rainha do Céu", apesar da rigorosa luta mantida pela igreja oficial judaica contra o politeísmo.

            Em nosso artigo, "Como nascem, crescem, vivem e morrem as religiões", publicado em “Reformador" de Dezembro de 1961, páginas 286/7, não nos referimos às deusas das religiões politeístas, mas à existência de divindades femininas, como as atuais comunicações de Espíritos superiores com nomes femininos e as materializações de Espíritos de mulheres são a demonstração da tese daquele modesto trabalho, de que todas as mitologias e religiões nascem do mesmo modo, pelas manifestações mediúnicas de Espíritos.


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