“Todo
homem traz no coração a amargura de uma tragédia que viveu. Todo homem traz no
coração vestígios de fugaz momento de ventura. Por ser fraco e falível, nem
sempre tolera a crítica, pois não compreende que esta, sendo bem Intencionada,
permite se tome a medida do comportamento de cada pessoa, em relação aos
princípios morais estabelecidos para todos. Toda crítica humana é passível de
crítica, porque nada no homem é perfeito, embora ele sinta, quando evolvido,
essa ânsia de perfeição que o retempera, fazendo-o suportar de ânimo forte as
vicissitudes. Mas, se toda crítica humana é suscetível de crítica, porque se
critica? Porque a crítica honesta, quando orientada para o bem constitui uma
barreira para o mal. Mesmo falível, a boa crítica é útil, porquanto encerra um objetivo
de ordem moral. Todos obedecemos a um relativo fatalismo ou, dizendo melhor, a um
relativo
determinismo, porque todos temos um papel a representar na vida, do qual, entretanto,
participa também a relatividade do nosso livre arbítrio.”
José Brígido (Indalício Mendes)
Reformador (FEB) Março 1948
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