Entes
Inesquecíveis
Scheilla
por W. Vieira
Reformador (FEB) Novembro 1962
Tu que hoje recebes o consolo e a
orientação do ensino redivivo do Senhor, em espírito e Verdade, lembra-te amorosamente
dos companheiros que retornaram, antes de ti, à Pátria Espiritual, muitos deles
presentemente em amargurosos conflitos consigo mesmos.
Legiões de irmãos desencarnados
somente conseguem renovar o próprio destino, pejado de sombra, com as vibrações
mentais de carinho e de apoio que lhes são endereçados pelos corações que lhes
iluminam a memória na esfera dos homens.
O teu próximo igualmente vive do
lado de cá...
O parente e o amigo que já partiram,
não desapareceram...
Encasulado que ainda te encontras na
carne, não sigas indiferente à vida diversa em que te aguardam, necessitados de
simpatia.
Quantos deles te ensinaram! Quantos
te serviram....
Muitas das tuas brilhantes
conquistas de agora foram levantadas na base das vigílias, das aflições, do
suor e das lágrimas que sofrerem...
Agradece-lhes a solicitude e o devotamento.
Sê reconhecido à boa vontade
daqueles que te instruíram.
Falta eventual de notícias não
exprime constante ausência.
Entre os que ficam na Terra e os que
demandam o Além, as relações pessoais continuam.
Todas as almas afins já viveram
milênios em comunhão afetiva e prosseguirão vivendo reunidas na Eternidade,
que, aliás, nos expressa o caminho para a ascensão comum.
Reencontrarás, proximamente, todos
os que se foram...
Não lhes removas a presença do
templo íntimo.
Não só as ondas emocionais de
recriminação ou sarcasmo lhes torturam a vida, mas também o esquecimento e a
frieza lhes martirizam as fibras da alma.
Através da lembrança, envia-lhes
motivações de estímulo e coragem que lhes soergam as forças!..
Tua mensagem mental de ternura e
gratidão ser-lhes-á abençoada luz no nevoeiro, porta aberta à libertação,
vigorosa energia ao refazimento.
Reconfortam-se em tuas meditações.
Socorrem-se no culto de amor que
lhes consagras.
Aliviam-se em tuas preces.
Mentaliza construtivamente todos
aqueles que relacionas como sendo os teus queridos finados, os teus entes
inesquecíveis, os mortos imaginários que te encharcam a alma de fel e pranto, fazendo
que a tua saudade possa render bons pensamentos, em favor deles, por intermédio
das boas obras.
Se hoje não lhes consegues ver a
forma nem auscultar lhes as dores íntimas, tanto quanto ontem, podes amparar e
atender aos desventurados que te renteiarm os passos na existência diária, por
eles considerados qual nova família do coração.
Faze da caridade incansável o ponto
marcado de reencontro ideal, cada dia, com todos eles, e interroga a ti mesmo:
- De quantos não sou cúmplice dos
enganos e das quedas que neste momento os fazem chorar?
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