A Decadência do Espiritismo
Entendemos, ..., que o
homem encarnado deve procurar por seus próprios recursos, limitações e
possibilidades, as respostas às suas dúvidas, lutando pelo seu aperfeiçoamento
moral e intelectual. Não obstante, a colaboração dos desencarnados é preciosa e
indispensável. Convém não esquecer, aliás, que a Doutrina Espírita, no que tem
de mais puro - a codificação de Allan Kardec -, é uma súmula dos ensinamentos
professados pelos Espíritos desencarnados. Se essas relações nos fossem
taxativamente prejudiciais, então os poderes superiores que, indiscutivelmente,
orientam o Universo, não teriam colocado os encarnados ao alcance dos
desencarnados e vice-versa, desde a madrugada da História. O objetivo dessa
intercomunicação foi certamente o de facilitar o desenvolvimento espiritual da
criatura, fazendo saber aos homens encarnados que a vida continua do outro
lado; que a existência na carne é simples e curto acidente na estrada infinita
e ascensional. Se é assim - e disso temos abundante evidência - então é tola e
ridícula toda essa conversa de decadência. Se uma corrente espírita entra em
declínio, arrastada pela miopia intelectual e moral de seus dirigentes, outra
logo renasce mais pura e mais viva, porque os objetivos superiores do plano da
vida não são assim facilmente abandonados pelos seres de elevadíssima
hierarquia espiritual. Se a finalidade da vida humana, na carne e fora dela, é
conduzir o homem para Deus - e nisso todos estamos de acordo -, o método ou os métodos
de chegar àquela finalidade vão sendo postos em prática em acordo com os
homens, em desacordo com eles ou a despeito deles. Lá chegaremos, disso podemos
todos estar certos.
trecho de artigo sob o título “Lendo e Comentando”
de Hermínio de Miranda
Reformador (FEB) Novembro 1962
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