domingo, 3 de agosto de 2014

A Decadência do Espiritismo


A Decadência do Espiritismo

            Entendemos, ..., que o homem encarnado deve procurar por seus próprios recursos, limitações e possibilidades, as respostas às suas dúvidas, lutando pelo seu aperfeiçoamento moral e intelectual. Não obstante, a colaboração dos desencarnados é preciosa e indispensável. Convém não esquecer, aliás, que a Doutrina Espírita, no que tem de mais puro - a codificação de Allan Kardec -, é uma súmula dos ensinamentos professados pelos Espíritos desencarnados. Se essas relações nos fossem taxativamente prejudiciais, então os poderes superiores que, indiscutivelmente, orientam o Universo, não teriam colocado os encarnados ao alcance dos desencarnados e vice-versa, desde a madrugada da História. O objetivo dessa intercomunicação foi certamente o de facilitar o desenvolvimento espiritual da criatura, fazendo saber aos homens encarnados que a vida continua do outro lado; que a existência na carne é simples e curto acidente na estrada infinita e ascensional. Se é assim - e disso temos abundante evidência - então é tola e ridícula toda essa conversa de decadência. Se uma corrente espírita entra em declínio, arrastada pela miopia intelectual e moral de seus dirigentes, outra logo renasce mais pura e mais viva, porque os objetivos superiores do plano da vida não são assim facilmente abandonados pelos seres de elevadíssima hierarquia espiritual. Se a finalidade da vida humana, na carne e fora dela, é conduzir o homem para Deus - e nisso todos estamos de acordo -, o método ou os métodos de chegar àquela finalidade vão sendo postos em prática em acordo com os homens, em desacordo com eles ou a despeito deles. Lá chegaremos, disso podemos todos estar certos.

trecho de artigo sob o títuloLendo e Comentando
de Hermínio de Miranda

Reformador (FEB) Novembro 1962

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