Fenômeno é Espiritismo
Túlio Tupinambá / Indalício Mendes
É sempre útil o estudo paciente da
Doutrina Espírita e das conclusões dos exegetas de grande autoridade no
movimento. Os fenômenos mediúnicos constituem um estudo profundamente
interessante e de importância inegável para a penetração e difusão do
Espiritismo.
Allan Kardec, em "O Livro dos Espíritos", demonstrou
a importância desse estudo, no Capítulo IX - "Da intervenção dos Espíritos no mundo corporal". Dizer-se que
"o fenômeno mediúnico não é Espiritismo" constitui uma afirmativa
ousada e inverídica, porque é o contrário que se dá, pois o que especifica o
Espiritismo é o fenômeno mediúnico. Entretanto, certo estará quem disser que o
Espiritismo não é só o fenômeno. Aí, sim, estará completa a definição.
A parte moral é de importância
fundamental para a educação da Humanidade. Poderá levá-la à felicidade que
constitui a aspiração máxima da criatura humana. Por isto, reconhecendo sua
magna importância, foi que surgiu "O
Evangelho segundo o Espiritismo", porque nada é mais necessário ao
homem do que evangelizar-se. O Evangelho dá luz, orientação, paz, coragem,
paciência, resignação, energia e - esperança.
Para coadjuvar a educação evangélica
ministrada em "O Evangelho segundo o
Espiritismo", de Kardec, para coadjuvar e reforçar essa educação,
temos "Os Quatro Evangelhos", de Roustaing, obra admirável, ditada
pelos evangelistas Mateus, Marcos, Lucas e João, através da médium Sra.
Collignon, mãe do Prefeito de Bordéus, França.
Às vezes alguém alude a uma atitude
negativa de Kardec em relação a essa obra. Entretanto, sempre é bom repetir, em
"Revue Spirite", de Junho
de 1866, Allan Kardec, ao noticiar o aparecimento desse trabalho, julgou-o
"considerável e com o mérito de não
estar em contradição, por qualquer dos seus pontos, com a doutrina ensinada no O
Livro dos Espíritos e no dos Médiuns, e que ele, Kardec, não havia realizado
trabalho semelhante porque não julgara oportuno fazê-lo, antes que a opinião
geral estivesse familiarizada com a ideia espírita” (Veja-se a obra "Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita").
Ninguém pode, a meu parecer,
considerar-se suficientemente enfronhado no estudo evangélico do Espiritismo
sem dedicar também algum tempo a "Os Quatro Evangelhos".
Mas
Kardec não se deteve naquela apreciação, pois, na mesma revista, esclareceu:
"Estas observações,
subordinadas à sanção do futuro, em nada diminuem a importância da obra, que,
de par com algumas coisas duvidosas, segundo o nosso ponto de vista, outras
contém incontestavelmente boas e verdadeira e será consultada com proveito
pelos espíritas conscienciosos.”
Voltando à importância do fenômeno,
diremos, porém, que seu estudo não é indispensável à educação moral do homem.
Esta parte diz respeito à parte moral da Doutrina, ao "Evangelho segundo o
Espiritismo", "assim como os "Os Quatro Evangelhos” (que também
esclarece, ao elucidar, o papel que o fenômeno teve na passagem de Jesus por
este planeta).
Finalizando, diremos àqueles que nos
lerem estas palavras de Paulo a Timóteo (I-4;15):
“Medita
estas coisas; ocupa-te nelas para que o teu aproveitamento seja manifesto a
todos.”
Reformador (FEB) Janeiro 1963
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