Combate
à
Mediunidade
Bezerra de Menezes
por Divaldo Franco
Reformador (FEB) Dezembro 1978
Periodicamente,
na Terra, a Mediunidade padece de rude perseguição, com que as forças
representativas da Treva e da ignorância pretendem silenciar o intercâmbio com
a vida além das fronteiras carnais.
Do
apedrejamento puro e simples da Antiguidade às fogueiras e aos cárceres
medievais, das acusações de feitiçarias às diagnoses de histeria e loucura os
médiuns sofrem hoje, nos próprios arraiais do Movimento Espírita, insidiosa
campanha por parte de companheiros invigilantes ou presunçosos.
Dizendo-se
arrimados nas conclusões das modernas ciências da psique, não se dão conta de que agem, quando agridem a Mediunidade
com Jesus, na condição de instrumento dócil das Entidades perversas, que deles
se utilizam, dando continuidade, com aparência nova, à antiga perseguição de
que, sequer, Jesus foi exceção...
Exigem
provas, suspeitosos, asseverando que onde se fazem presentes não medra o
fenômeno mediúnico, porque ali o fenômeno não ocorre, esquecidos de que, em
verdade, pessoas há neutralizantes ou fortemente dirigidas por hábeis verdugos
da Erraticidade inferior, que se comprazem em criar problemas e dificuldades na
gleba da esperança.
A
Mediunidade com Jesus é porta de libertação e medicamento salutar, consolo
poderoso e diretriz de segurança para todos nós, desencarnados e encarnados, a
serviço da Vida Maior.
De
poucos recursos ou de alta potencialidade, a faculdade mediúnica colocada na
ação do bem é portal luminoso em favor dos que marcham na direção do futuro
melhor.
Obviamente
que o estudo deve constituir uma bússola para todo médium. No entanto, a ação
da caridade é-lhe a meta essencial.
O
conhecimento do mecanismo da própria faculdade bem como as técnicas para o seu
sadio exercício devem constituir ponto de segurança no cometimento medianímico.
Sem embargo, a vivência cristã, mediante correta conduta, espírito de
solidariedade fraternal, verbo edificante nos lábios, sem ironia nem azedume,
no exercício da misericórdia, constitui base para a segurança do médium e o
êxito do ministério da Mediunidade.
A
prática mediúnica consciente é de relevante utilidade nos dias atuais, como foi
no passado e será no porvir.
Graças
à Revelação Espírita, no seu nobre compromisso de "Consolador",
surgiu a metodologia para o labor mediúnico que, convenientemente aplicada,
resguarda dos perigos a que se expunham, no passado, os portadores desse
abençoado instrumento de caridade e luz, propiciando-lhes saúde, discernimento
e paz.
Sempre
houve, como haverá, acusadores e cépticos nas diversas camadas humanas e nos
múltiplos períodos da evolução do pensamento, que a morte espera, recebe e
demonstra, com o rigor da realidade, a legítima vitória da vida após o túmulo.
Estejam
atentos os fiéis trabalhadores do Evangelho, a fim de prosseguirem no serviço
do Cristo de Deus, sem se perturbarem com quaisquer acusações que lhes cheguem,
mantendo pura a consciência e servindo sem cansaço a mole humana que tanto
comovia Jesus, e que, ainda hoje, tem nele o seu fanal.
Maria
de Nazaré revelou a excelência da Mediunidade sublimada.
Saulo,
embora a honesta fidelidade ao Mosaísmo, saiu a matar, dirigido por mentes
impiedosas, até o momento em que Jesus, utilizando-lhe as faculdades, chamou-o
para a vida nova, tornando-o o grande libertador de consciências e pregoeiro da
Verdade.
João,
o Batista, excedendo-se nas invectivas contra Herodes e Herodíades, que viviam
em lamentável conúbio obsessivo, caiu nas malhas da própria impiedade por não
ter usado de misericórdia para com os infelizes em erro, padecendo a
decapitação.
Pedro,
aturdido, em face da Mediunidade atenazada, entregou-se à caridade após a
negação e se tornou o médium da Igreja Viva e Sublime da Espiritualidade,
experimentando incomparáveis momentos de comunhão com Jesus, após o túmulo, até
o momento da libertação final.
Exercitemos
a mediunidade com abnegação e humildade, amando e servindo sem cessar; enquanto
os semeadores da perseguição e da calúnia perturbam as mentes fracas e dominam
as almas afins, nós, produzindo no bem, como devemos, oraremos por eles, nossos
irmãos obsidiados e obsessores, amando-os e perdoando-os. De nossa parte,
prossigamos com Jesus, para Jesus e por Jesus, sem cansaço nem receio, conforme
as amorosas recomendações de Allan Kardec, no luminoso postulado: "Fora da
Caridade não há salvação."
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