E
Depois?!..
Guillon
Ribeiro
por Julio Cezar
Grandi
in Reformador (FEB) 1978
Em
diversas oportunidades, temo-nos referido ao esforço solidário dos componentes
da Instituição Espírita, como prerrogativa de êxito e crescimento de
realizações.
De
fato, quando predomina o espírito de equipe estruturado, fundamentalmente, na
fraternidade e na compreensão, na tolerância e na renúncia, a união de todos
presidirá o trabalho progressivo e enobrece dor.
O
Grupo, então, caminhará em suas destinações, indene de embaraços e
desencontros, personalismos e melindres.
Enfatizamos,
desta feita, o funcionamento do Centro Espírita com base na formação de grupos
de tarefeiros que se especializem, com tempo e perseverança, nas diversas
atividades inerentes aos objetivos precípuos da comunidade religiosa.
A
descentralização administrativa proporciona, decerto, o surgimento de novos
valores nos domínios da cooperação fraternal.
Alertamos,
assim, nossos companheiros de fé quanto à crise iminente das Instituições
apoiadas tão-só no devotamento e dedicação de equipe reduzida de operários
idealistas, principalmente quando chegam ao extremo de se firmarem sobre um
único elemento condutor.
Seja
o médium com apostolado no Bem, seja o administrador com fidelidade ao ideal,
seja o pregador com exuberância de luz na palavra, seja o líder do serviço
social com ampla folha de serviços, jamais o Grupo Espírita deve caminhar sob o
comando de um único elemento, ainda que excelente distribuidor de tarefas com
os diversos aprendizes do Evangelho, conservados tíbios e inseguros ante o
excesso de diretividade.
As
surpresas do inevitável, muita vez, têm proporcionado a núcleos bastante
operosos, quão prósperos, o definhamento de suas realizações, a paralisação da
marcha, o esvaziamento da célula produtiva, ombreando-se com o total despreparo
dos que permanecem na retaguarda das comunidades cristãs.
Não
devemos favorecer a solução de continuidade em nossas realizações espíritas.
Imprescindível
reconhecermos que nem mesmo Jesus se exonerou do concurso de colaboradores
prestimosos na divulgação da Boa Nova.
Convocou
participantes solidários com a renúncia e o devotamento ao próximo, instituindo
o colegiado apostólico que abraçaria, com êxito e fidelidade, os compromissos
evangélicos.
Acentuou,
junto a cada servidor de perto, tarefas específicas segundo as potencialidades
de seus corações.
Em
diversas ocasiões, ocupou-se o Mestre em convocar Simão Pedro, Tiago e João a
maiores observações e aprendizado, conclamando-os a escutar e entender, ver e
sentir para servir com êxito dentre o grupo dos doze.
Paulo,
o cooperador póstumo, vislumbrou a Luz Divina, na estrada de Damasco, para, em
seguida, ser encaminhado a responsabilidades e testemunhos na comunidade
evangélica, ao lado de outros corações não menos enobrecidos no amor. A partir
de então, de tempos em tempos, os séculos receberam a visita dos auxiliares de
Jesus na obra de defesa e perpetuação de seu Evangelho no mundo.
Observando
o precioso exemplo do Mestre por excelência, defendamos as Instituições
Espíritas do aniquilamento de suas mais nobres destinações perante a ausência
de seus pilares de responsabilidade e desvelo, convocados, subitamente, ao regresso
à Pátria Espiritual.
Muitos
dirigentes e diretores de Centros Espíritas têm amargado remorso e
arrependimento no retorno ao mundo das realidades essenciais contemplando, a
distância, seus continuadores na Causa desertando, ante os encargos que lhes
ficaram, por incapacidade de servir ou por inexperiência na adoção de
compromissos maiores junto ao movimento renovador.
Alertemo-nos,
assim, preservando nossos núcleos espiritistas da condenação peremptória ao estiolamento
ou destruição por falta de cooperadores ciosos de seus encargos.
Tarefeiros
do Bem não se improvisam de hora para outra. Surgem ao longo da experiência e participação,
sob o apoio afetivo e estimulador da equipe enobrecida no trabalho fiel.
Defender
o patrimônio espírita é ação que principia na fraternidade universal para
ampliar-se no reconhecimento de que o dono legítimo da obra é Nosso Senhor
Jesus-Cristo.
Cada
um de nós, no aprendizado eficiente, simples servidor do Mestre, matriculado na
escola da Terra, sob as vistas do Tempo, que, de momento para outro, nos
convocará ao retorno Pátria Verdadeira.
Sem
plasmar trabalhadores para a obra erigida agora, que sucederá com ela depois?
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