terça-feira, 27 de agosto de 2013

As Crianças Prodígio

As
crianças
 prodígio
Reformador (FEB) Novembro 1945

            Miguel Angelo usava ainda roupas da primeira infância quando seu mestre Ghirlandaio despedia-o de sua oficina, por não ter mais que lhe ensinar.

            Mozart compunha seu primeiro concerto aos 6 anos.

            Baptista Raisin falava 3 línguas na idade de 2 anos.

            Aos 7 anos, a filha do deputado de Pontevy, Sr. Brard, executa as óperas de Bach, Nayder e Mozart, com talento maravilhoso.          

            Erick Korngold, com 13 anos apenas, compôs um trio de música de câmera para piano, violino e violoncelo. A Grande Ópera de Viena leva à cena uma pantomina sua: "O homem de neve".

            Miss Joan Maude, filha do ator Maude, aos 5 anos de idade, publicou uma coleção de cintos, da qual se falou muito em Londres. Seus pais escreveram o "Por entre as trevas da noite", que assim sé intitula a obra, ditada pela autorazinha, visto que ela não sabia ainda ler e escrever.

            René Guillon, filho de um empregado do Correio de Rennes, com 7 1/2 anos de idade, compõe e executa ao piano sonatas, sinfonias, fugas, duos, que fazem a admiração dos profissionais.

            Colleite Pattinger, com 10 anos, natural de Colombes, desenha, sem nunca ter aprendido, pequenas obras primas de observação e de humor.

            Willi Ferreros, maravilha Paris pela segurança e arte com as quais dirigia a orquestra da "Revue des Folies Bergêres".

            Ciotto, humilde pastor da campanha fIorentina, desenha figuras na pedra e na areia.

            Margarida Monnot, com 3 anos e meio, fez- -se ouvir em um concerto dado em casa dos irmãos St. Jean. Transpunha em todos os tons uma ária ouvida pela primeira vez; inventava acompanhamentos de perfeita e correta harmonia; improvisava encantadoras frases na harmônica e ao piano.

            William Lidis, do Estado de Massachussetts, sabia ler e escrever aos dois anos. Aos quatro, falava 4 línguas. Aos dez resolvia problemas de Geometria, bem difíceis, e maravilhou o meio intelectual de Boston fazendo com êxito o seu exame de admissão no Massachussets Institute of Technology, onde a média da idade dos alunos admitidos é de 21 anos. Na mesma época ele fez, na Universidade de Harvard, uma conferência sobre a quarta dimensão, diante de grande número de professores de Matemática.

            Margel Lavallard, com 12 anos, viu um de seus quadros recebido no Salon de Paris.

            Pepito Ariola, com três anos e meio, toca piano com sentimento musical digno de nota; improvisa óperas cujo acompanhamento é também improvisado. O Sr. Charles Richet fez, a seu respeito, uma comunicação ao Congresso de Psicologia.

            MIle. Van Barentze (onze anos e meio), discípula de Delaborde, obteve o primeiro prêmio no concurso de piano no Conservatório.

            Rafael, aos 14 anos, começava a sua faina de pintor divino.

            A. Comte, aos 13 anos, anuncia-se como um grande pensador.

            Em que, dizeis vós, esses casos de precocidade podem interessar as pessoas ávidas do Além e do sobrenatural?

            A resposta é simples, se se quiser convir que não é natural que tenras crianças possuam qualidades reservadas à idade madura, conhecimentos e capacidades que se não podem adquirir senão depois de longo e paciente estudo e trabalho assíduo.

            Nessa idade o cérebro tem apenas consciência de si mesmo; não é pois natural que seja o trabalho o produtor do fato. Há outra causa.

            Apolonius de Tiane disse: "O indivíduo nasce por intermédio dos pais, mas não diretamente dos pais". É talvez nessa ordem de ideias que se deve procurar a chave do mistério e emitir estas hipóteses: reminiscência de aquisições anteriores, reencarnação ou possessão.


(Ext. do Bulletin de la Société d'Études Psychiques de Nice, de 1913).

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