Paulo de Tarso por Diego Velasquez
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‘Apreciando a Paulo’
comentários em torno
das Epístolas de S. Paulo
por Ernani Cabral
Tipografia Kardec - 1958
Apresentação
O douto professor Ernani Cabral,
diretor da Faculdade de Direito de Goiás, escolheu o firmatário, como profissional
do Direito e seu confrade, para prefaciar este livro, mensageiro eloquente do
vigor do seu entusiasmo pelo Cristianismo, visto às luzes da Doutrina Espírita,
da Bíblia e dos ensinamentos do apóstolo Paulo, o hermeneuta ímpar.
Não conhecemos o autor deste conjunto
de crônicas doutrinárias senão através do trabalho em apreço, e é o suficiente
para verificar estarmos diante de um comentarista inteligente, muito informado,
volvido para o bem, com cabedal científico amadurecido no estudo e na
meditação.
Espiritismo, como lhe indica o nome,
é a ciência do espírito, a filosofia que analisa o ser em tôda a gama de sua constante
evolução, discernindo-lhe os dons, buscando suas origens e vislumbrando lhe a
destinação. Seus princípios basilares são de resultados morais e consequências
religiosas tão evidentes e relevantes, que o predestinam a iluminar por dentro
todas as religiões, porque fita a meta da perfeição pelo progresso espiritual;
incessante e indefinido.
Do ângulo espírita, sobreleva a
vivência das normas cristãs que favorecem o desenvolvimento crescente de
ampliação das faculdades da alma, que não sobe nem anda para a frente, mas que aumenta
as suas virtudes na razão direta dos próprios aperfeiçoamento e purificação.
O espiritista é um átomo pensante
que gravita para a perfeição, através de vidas sucessivas, pelo trabalho, o
saber e a solidariedade, até atingir a sabedoria, que representa a aquisição do
completo equilíbrio entre a compreensão e o amor.
O eficiente esforço do emérito
professor Ernani Cabral é da mais intensa utilidade e deve ser reproduzido pela
imprensa escrita e falada, a fim de que todos se esclareçam e a vantagem sobre
os pontos cardiais da existência humana. Outrossim, no começo, das reuniões e
dos trabalhos espiríticos, conviria ler trechos deste livro, trocando empós ideias
a propósito, e relembrando as fontes de origem dos comentos, sempre com precisão
indica das no texto.
Afaste-se de vez o engodo
mistificador da veneração de imagens, sem naturalmente substituí-las pela
escravização ao livro, mesmo que seja o das escrituras sagradas, porque a Deus
se adora em espírito e verdade, conscientemente, sem mediadores.
Compulse-se a obra com simpatia, sem
permitir a tagarelice das próprias mentes, fazendo-se momentaneamente abstração
das anteriores convicções, e buscando viver o pensamento do autor e apreender lhe
as conclusões, e se poderá assim revisar as certezas que se tinham e chegar talvez
a outras mais verdadeiras.
Aplaudimos o autor, louvando lhe a
iniciativa deste livro tão claro e justo, e especialmente o desassombro com que
combate o culto externo, que entrava a evolução do espírito, e as penas
eternas, que atentam contra os atributos da Divindade, bem como a exemplar
lição da necessidade de um aprendizado prévio que dá aos espiritistas.
Porto Alegre,
18-9-1958.
Paulo Hecker
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